Parte da Mostra de Documentários do Festival do Rio 2010, Rock Hudson – Belo e Enigmático conta a história de Roy Scherer Jr., o rapaz do interior de Illinois que ficou conhecido no mundo todo como o astro Rock Hudson.
Uma das últimas grandes estrelas do sistema de estúdio de Hollywood, Roy foi mais um dos artistas que tiveram sua aparência e vida pessoal moldadas pela indústria para que se tornassem ícones. O estúdio transformou Roy Scherer em Rock Hudson e explorou sua imagem de bom moço (mas viril), ao máximo. Solteiro cobiçado, símbolo sexual, astro do cinema. O choque não foi pequeno quando ele teve que admitir a homossexualidade e a infecção pelo HIV que o levaria à morte em 1985.
Com depoimentos de seus amigos e imagens de arquivo, o documentário mostra a luta do ídolo para lidar com seus demônios, a pressão para esconder sua sexualidade e corresponder ao ideal masculino que representava tão bem nas telas. O drama de sua morte, porém, teve papel muito mais significativo na história. Por sua fama, Rock foi o primeiro doente de AIDS a receber tratamento diferenciado pela mídia. Foi a primeira vez em que a doença deixava de ser um fantasma distante e restrito a um grupo para atingir alguém adorado pelas mães e vovós do mundo todo. Seu declínio fez com que artistas se engajassem na luta e que as pessoas que antes sentiam-se intocadas pela doença procurassem se informar mais sobre ela.
Em retrospecto, a vida de Rock Hudson é mesmo uma bandeira, uma carta-denúncia. É a história de um homem que chegou ao topo, pagando por isso com uma mentira dolorosa. É a história de como na vida real algumas mentiras se revelam da maneira mais teatral possível. É a história de uma epidemia e de como foi preciso que ela atingisse “um deus entre os mortais” para que as pessoas a olhassem de forma mais humana.
Please visit my site.
Regards