Cultura colaborativa! Participe, publique e ganhe pelo seu conteúdo!

La Vallée, uma exaustão rumo ao essencial

La Vallée (ou “A Colina Sagrada”, 1972) é uma busca, uma exploração, um achado. Mostra as transformações nas vidas de pessoas que buscam uma liberdade real. Citando o popular jogar tudo pro alto, não há limites nessa aventura por uma existência mais decente, próxima à natureza, ancorada em um “Paraíso”. Cheio de amores, experiências e revelações; leve e bucólico, faz imaginar como seria se. E se fosse mesmo? E se acontecesse? E se desse certo? E se tudo antes fora tanta futilidade? “Civilização” (no sentido urbanístico, talvez) é um borrão longínquo, esquecido em seus padrões e classificações mil. Ali sim é esperado um Novo Mundo!!

 

Um grupo basicamente francês adentra as selvas da Nova Guiné atrás de um vale perdido (as manchas brancas “obscurecidas pelas nuvens” dos mapas), conhece a hospitaleira tribo Mapuga e começa seu ritual – amplo, em todos os sentidos que essa palavra pode conter.

 

Não é uma jornada de exploração em busca de recursos naturais, por exemplo. É justamente o contrário, estas pessoas estão no rastro da própria humanidade, atrás da humanidade em si. Querem uma volta ao espiritual, deixam para trás tudo, ficam quase de mãos abanando em seu vale. Assim não há riscos, mistérios que a vontade não possa superar. Mas o que farão ali, depois? Que mais precisam abandonar para se chegar mais perto daquela pureza que tanto sentem falta?

 

O vale é Paraíso? O que é “Paraíso” para si? Afastar-se dos problemas não é só beber do mosto alucinógeno, ou aspirar de fumo relaxante; estes são recursos que nos abrem a mente. Há de se encontrar a si, saber seu papel neste mundo e interagir. A recompensa está no resultado em todos.

O estado de graça, ou um estado de natureza, só existem quando isolados. É a realidade, foi-se o tempo de muita coisa; mas não quer dizer que se extinguiu, que não pode ser almejado ou apenas vislumbrado. Um vício sim, por uma vida simples, mais bela e potencial.

 

A película ainda conta uma grande adição, a trilha sonora é da banda Pink Floyd (mais uma vez, já que o diretor Barbet Schroeder já havia atuado com a banda em 1969, no filme anterior, More). O álbum Obscured by Clouds foi um sucesso tanto entre a banda quanto de público – ouça ainda a tribo Mapuga na faixa “Absolutely Curtains”!

Não diria que dá lições. Há inocência, que sofre certo preconceito por ser meio hippie – mas é tão ruim assim compartilhar a realização? Talvez novas perspectivas redescobertas simplesmente vislumbrando nosso passado.

Compartilhar Publicação
Link para Compartilhar
Publicação Anterior

Bourbon Street – Os Fantasmas de Cornelius

Próxima publicação

O Batman de Arkham Asylum

Comentários 1
Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Leia a seguir