O livro “Guerra Mundial Z” inova ao relatar um apocalipse zumbi

Lançado em 2006, “Guerra Mundial Z – Uma História Oral da Guerra de Zumbis”, voltou a chamar a atenção do público graças à adaptação para o cinema dirigida por Marc Forster e estrelada por Brad Pitt. Tanto que na capa da nova edição do livro, pela Editora Rocco, é usada no título a logomarca criada para a super produção e um pequeno selo à direita com o nome do astro americano. Mas quem espera ler uma obra com uma narrativa linear, que possa até adiantar detalhes do filme, terá uma inesperada (e agradável) surpresa.
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Na busca pela originalidade, o escritor Max Brooks (filho do ator e diretor Mel Brooks e da atriz Anne Bancroft, já falecida) realizou o seu livro de uma maneira diferente de outras obras. O autor, que também escreveu “O Guia de Sobrevivência a Zumbis”, criou um mundo que, após ser devastado por uma praga que transformou boa parte da população do planeta em mortos-vivos, tenta se reerguer. É nesse universo ainda caótico que um funcionário da ONU (que é interpretado por Brad Pitt no cinema) vai a vários países entrevistar os sobreviventes.
A partir daí, o leitor fica sabendo como aconteceu o primeiro caso, na China, além das tentativas infrutíferas das autoridades em tentar conter a contaminação, as consequências geradas por uma falsa cura e a luta para manter a vida (e a sanidade) diante de um cenário tão caótico.

Guerra Mundial Z-1Os personagens e seus depoimentos são impressionantes e cativam a atenção do leitor pela originalidade. Um exemplo é o caso do japonês cego pelas bombas nucleares da II Guerra Mundial, que sempre foi visto como um pária pela sociedade e acaba encontrando uma nova razão de viver ao descobrir ser um eficiente matador de zumbis.
O livro também critica a ditadura chinesa e mostra sua ironia ao contar que o criador de um plano que pode ajudar os não-infectados a escapar da situação desesperadora é um sul-africano condenado por seu preconceito racial. Mas Brooks comete seus errinhos, como na parte que se passa na Floresta Amazônica e um dos entrevistados dá a entender que todos os cariocas andam na rua armados, como se fosse a coisa mais natural do mundo.

Mesmo com essas falhas, “Guerra Mundial Z – Uma História Oral da Guerra de Zumbis” é uma leitura bem empolgante e suas 368 páginas são lidas sem maiores problemas. O interessante é que filme e livro parecem se complementar, ao contrário do que geralmente acontece, em que uma obra praticamente repete a outra. O mundo criado por Max Brooks, mesmo desolado com a invasão dos mortos-vivos, se mostra bastante atraente e com um surpreendente fôlego, que ainda pode ser bastante explorado com publicações (ou filmes) num futuro não muito distante.

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