Os reboots dos filmes de super-heróis são mesmo necessários?

Os reboots dos filmes de super-heróis são mesmo necessários? – Ambrosia

Uma das coisas  que mais gostei e Avatar e o fato de não se tratar de mais uma franquia, não é continuação, adaptação nem reboot. Em uma fase em que Hollywood não parece muito afeita a correr riscos, apostar no lucro certo vem como uma solução rápida e fácil para aumentar os ganhos, ou diminuir prejuízos, dependendo de como se encontre o estúdio. Foi anunciado no início do ano que o novo filme da franquia Homem Aranha não seria uma continuação, e sim um reboot. Um reboot do Homem Aranha? Mas já?

Recomeçar uma série do zero, realizar uma continuação anos mais tarde já com novo elenco, ou mesmo produzir um remake, é bem adequado quando há um hiato desde o término da série, ou quando o último filme malogrou de forma acachapante e a imagem da franquia em questão precisaria de uma bela guaribada para dar lucro ao estúdio.

Os reboots dos filmes de super-heróis são mesmo necessários? – AmbrosiaEm 2005 a Warner resolveu ressuscitar a série Batman depois do estrago feito pelo diretor Joel Schumacher nos dois últimos filmes. O primeiro filme em que Schumacher ocupou a cadeira de diretor que fora de Tim Burton foi abaixo da crítica, mas como foi um sucesso de bilheteria o estúdio encomendou mais um. Grande erro. Seguindo a fórmula de repetir o que deu certo no filme anterior de forma aditivada, aquilo que já era meio ruim de engolir em Batman Eternamente ficou intragável em Batman e Robin, um dos piores filmes de super herói de todos os tempos. Mas o morcegão ainda merecia crédito, principalmente depois do sucesso de X Men (da própria Warner) e, principalmente, de Homem Aranha, da Sony. Para a empreitada foi contratado o diretor Christopher Nolan, que havia realizado os ótimos Amnésia e Insônia, que deu um ar pé-no-chão a franquia, criando justamente um contraponto ao que vinha sendo feito por Joel Schumacher. Funcionou: o filme agradou em cheio público e crítica naquele ano, além de render uma continuação ainda superior que viria a se tornar a segunda maior bilheteria de todos os tempos.

Outro caso de retomada foi o Superman, também da Warner. Dezenove anos depois do fiasco de Superman IV – Em Busca Da Paz, era hora de tentar recomeçar os lucros em cima do filho de Krypton. Vários projetos foram apresentados para ressuscitar a franquia ainda nos anos noventa, quando Tim Burton deveria dirigir com Nicolas Cage no papel do Homem De Aço. O projeto foi engavetado, dentre outros e em 2005 foi batido o martelo: Bryan Synger, de X Men I e II dirigiria e o novato Brandon Routh ficaria com o papel principal, num filme que prestaria, na verdade, um tributo aos dois primeiros da série. Bom filme, boa bilheteria, porém abaixo do esperado pelo estúdio. Um novo reboot está a caminho, parece que dessa vez será uma adaptação de Man Of Steel.

Os reboots dos filmes de super-heróis são mesmo necessários? – AmbrosiaHulk também teve restart. Cinco anos após o (bom) filme dirigido pelo Taiwanês Ang Lee, a Marvel encomendou um novo filme, com mais ação e menos exploração da psiqué do personagem, pois o filme anterior não emplogou nas bilheterias. Sai o cineasta-cabeça, entra um com maior intimidade com ação ininterrupta, no caso, Louis Leterrier (de Cão De Briga e Fúria De Titã). O resultado nas bilheterias também não foi dos mais satisfatórios. Se Os Vingadores também não tiver boa arrecadação vou começar a achar que o gigante de esmeralda é pé frio. Hulk esmaga homenzinhos, mas não funciona na telona.

Agora volto a Homem Aranha. Qual seria o motivo do reboot? O último filme da franquia, de fato foi o mais fraco, mas não era de todo ruim, e teve uma ótima bilheteria, a segunda maior da série, só perdendo para a do primeiro, portanto não é o caso de limpar a imagem. Os filmes de Sam Raimi eram ótimos, Tobey Maguire era o próprio Peter Parker, Kirsten Dunst tinha muito de Mary Jane, e os coadjuvantes eram um show a parte. O J. J. Jameson de J.K Simmons parecia ter pulado dos quadrinhos para as telonas, assim como a tia May de Rosemary Harris. Isso sem falar no Doutor Octopus de Alfred Molina. E está tudo muito recente, só três anos do último filme e oito do primeiro.Poderiam deixar o Aranha de lado pelo menos por mais uns dez anos, justamente porque deu tudo certo demais, outros filmes mereceriam restart. Spawn é um exemplo. O filme de 98 era um primor no visual, mas a história deixou muito a desejar. Até X Men merecia mais um recomeço do que o aracnídeo, pois o último episódio não convenceu, tampouco o filme do Wolverine (que se forem fazer um reboot dos mutantes, chamem um ator baixo para o papel de Logan, por favor). Quem ocupará o lugar de Sam Raimi será Marc Webb, de 500 Dias Com Ela, uma boa credencial, e o filme se passará no período escolar de Peter Parker, e, como não poderia deixar de ser atualmente, sairá em 3D. Pode ser bom, mas confesso que já tenho um certo saudosismo em relação aos filmes de Sam Raimi.

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Comentários 10
  1. Aguém que acha que o primeiro filme do Hulk lutando contra poodles verdes foi bom, e que não reconhece que o 3º filme do Homem Aranha foi tão ruim quanto os filmes do Batman de Joel Schumacher, não merece escrever uma coluna sobre filmes.
    Só faltou elogiar o Demolidor ou o Quarteto Fantástico também.

  2. São desnecessárias até que se prove o contrário, como os Batman. Cada caso é um caso, apesar de o fracasso ser mais frequente. Mas isso em nada me anima ou desanima, sou um tanto indiferente à maioria desses super heróis e acho que esses reboots tem a ver com o que fazem nos quadrinhos sempre, matam e ressucitam e deslocam os personagens a toda hora, com mil encarnações diferentes. Por que seria diferente no cinema?

  3. Penso ser uma qustão de mercado evoluindo com a importância dos quadrinhos e suas feiras, mesmo sendo estas algo já muito conhecido e feito, mas o cinema aparenta ter voltado (desde o surgimento dos sucessos de 80 e 90 até os reboots – a sua atenção para esses sucessos e possiveis bilheterias agora com a evolução de efeitos e atores – mercado – jovens, mais evidencial – por varios fatores – agora.

  4. Caro Marcos, BOM não significa PERFEITO, os cães hulk foram um grande deslize, mas no todo o filme é legal. Quanto ao Spidey 3, é o mais fraco da franquia, como eu disse, e realmente não é de todo ruim, o que não quer dizer excelente, e em momento algum o comparei com os Batmans de Schumacher. Talvez umas aulas de interpretação e intelecção de texto lhe façam bem, lhe sugiro também escrever um blog, te dou o maior apoio, veia critica você tem

  5. Acho que uma boa pergunta é "as adaptações são mesmo necessárias"?

    Eu sou a favor, é legal ver a visão de alguém para uma obra que você possui carinho, só não dá para se tornar xiita e odiar tudo que você não concorda

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