Jovem casal italiano, cansados da rotina, decide fazer uma longa viagem pelo deserto da Califórnia. No caminho, os dois ajudam um homem na estrada e, sem saber, envolvem-se com um fugitivo, desesperado para atravessar a fronteira com o México. Assista abaixo uma cena antes de refletirmos sobre o caso!
E aí, se interessou? Então vamos analisar a trama da perspectiva psicológica. Não está fácil para eles!Homens e mulheres não precisam jogar suas emoções como que por cima de suas uniões, o casamento é comunhão, as relações são assim, uma troca é assim. Portanto, uma mulher não tem que carregar o marido e suas questões nos ombros, ela já tem as demandas dos filhos, de seus anseios, sonhos. Em nossa Sociedade tem sido desigual o trato nas relações, os dois, as partes envolvidas precisam de peso igual, as cargas emotivas devem ser balanceadas, haveria menos problemas de relacionamentos e os filhos reduziriam os seus traumas de infância.
Uma das típicas características do Ser Humano é se atrair por afinidades, e também o que ocorre é que sempre encontram outros com traumas e questões parecidas, um exemplo devastador é naqueles indivíduos que encontram seus pares em outros abusos, repetições de padrões que já vivenciaram em seus anos iniciais. Com isso recebem seu amor da mesma forma que aprenderam, através do abusador, da submissão (Maté, 2025) Inconscientemente é o que conhecem, elas não vivenciaram o outro lado para mensurar se era bom ou ruim para as suas vidas, foram naturalmente atraídas pelas energias psíquicas as quais estavam acostumadas, é toda uma manifestação das referências que possuem até ali. Ao procurar seu amor, seu acolhimento naquilo que tiveram acesso durante a infância, naquilo que não tiveram mas desejaram, buscam e acham em outros padrões repetidos no decorrer da vida. Essa é uma dinâmica real, palco trágico na existência Humana, o amparo um no outro mesmo que dolorosamente aceito.

Sim, é ali nessa confusão que procuram o seu amor, e se acham, acreditam que “agora deu certo, é aqui que eu serei feliz, portanto o momento é esse.” Essa mesma repetição na busca da relação havia sido a busca pelo objeto na infância, só não tinha conseguido. Quero dizer, durante a infância tiveram as primeiras impressões, e na idade adulta quando se relacionam, fazem através do que conhecem, se sentem à vontade.
Predador e presa acabam por se afinar, e mesmo que troquem de parceiros, vão preferir outros equivalentes, reavendo assim os padrões até que esse círculo seja rompido, muito em breve pela terapia, na cura pela fala e a exposição das questões pertinentes, o vir a ser.