A brutalidade da cidade grande em confronto com a inocência de Kiki produzem a necessidade de se posicionar em frente às situações. O filme resume o cinema infantojuvenil feito por adultos nipônicos. A expressividade ágil da personagem é a resposta: ser flexível e atenta aos objetivos a se alcançar, não se distraindo pelo supérfluo da jornada de amadurecimento. A adequação à realidade produz traumas a se superar, uma vez que não se tem o lar paternal para se refugiar.
É digno de nota a simplicidade de como se trata o dualismo da mudança de uma cidade grande para uma pequena: o clichê secular do urbanismo e o tratamento artístico dado a ele – a expansão dos dilemas da vida metropolitana para a psique humana. Bem como o aprendizado com o lucro dos negócios empregados para se sobreviver: o trabalho visto como enobrecedor um ponto da diferenciação entre a criancice e os passos a vida adulta.
“Serviço de Entrega Kiki” constrói-se em cima de primícias básicas e conservadoras dos Studio Ghibli, o qual não deixa de assumir claramente influência dos estúdios da Disney.
Em suma, o que foi dito no inicio. Um filme simples e honesto.