O novo selo da DC Comics, DC Kids, apresenta novas versões dos personagens icônicos da editora para o público juvenil. A Panini apresenta nessa linha, Canário Negro: Combustão (Black Canary: Ignite) como um primeiro contato com a heroína, numa versão bem interessante numa narrativa bastante atrativa para qualquer idade.
Sinopse
Dinah, com seus treze anos, sabe exatamente o que quer, quem é e para onde está indo. Primeiro, vai vencer a batalha de bandas com suas duas melhores amigas. Depois, vai entrar para a Academia de Polícia Júnior de Gotham City e solucionar crimes, como seu pai. Talvez o grupo de rock que formou acabe até mesmo salvando o mundo, quem vai dizer que não? Só que, antes, as integrantes precisam concordar a respeito de um detalhe: o nome da banda!
Quando uma figura misteriosa começa a se intrometer nos planos de Dinah e a ameaçar sua família e amigas, ela vai precisar descobrir ainda mais sobre si mesma e o passado da mãe, tudo isso enquanto aprende a encarar toda a harmonia e a distorção da vida!
Análise
A roteirista Meg Cabot (Diário da Princesa) traz nesse título independente para jovens leitores uma piscadela para os leitores mais experientes com pequenas referências à continuidade “clássica”, mas se dirige – como esperado – aos muito jovens, desenvolvendo a história entre ensaios de canto, apresentações escolares e referências à ordem do diretor.
A protagonista, Dinah Lance, é filha do detetive Lance e de uma florista, está no ensino médio e tem um problema: quando levanta a voz, as janelas se quebram. Por se tratar de uma história em quadrinhos de super-heróis, a narrativa aborda, além da descoberta de superpoderes que incorpora algumas dinâmicas típicas dos X-Men, página após página também entrelaça segredos, mistérios e lutas.
O verdadeiro obstáculo a ser enfrentado em Canário Negro: Combustão não é tanto o vilão com suas motivações triviais, mas a necessidade de administrar a diversidade gera uma lentidão na narrativa. Os textos longos, mas simples, transmitem bem o preconceito e da discriminação de gênero, se ajustando ao contexto atual.
O estilo caricatural da ilustradora Cara McGee destaca o tom alegre que anima as relações entre Dinah e suas amigas, enquanto a presença de ilustrações de várias formas e tamanhos e splash-pages, combinados com as cores vivas, mas não muito carregada de Caitlin Quirk, torna a história cativante para um público curioso em encontrar momentos de aventura na narrativa.
Canário Negro: Combustão é um ótimo complemento para a linha juvenil da DC, uma das melhores, pelo que se apresenta. Meg Cabot dá a Dinah uma história de origem que se ajusta bem à marca e ao personagem. Uma leitura obrigatória para os fãs de Black Canary e Birds of Prey, com muitos easter eggs escondidos.
Nota: Bom – 3 de 5 estrelas