Quando uma misteriosa invenção dá errado, Drácula e seus amigos monstros são todos transformados em humanos, e Johnny se torna um monstro. Em seus novos corpos incompatíveis, Drac, despido de seus poderes, e um exuberante Johnny, amando a vida como um monstro, devem se unir e correr pelo mundo para encontrar uma cura antes que seja tarde demais e antes que enlouqueçam um ao outro.
Análise
Hotel Transilvânia (2012), da Sony Pictures Animation, foi um sucesso de bilheteria. A premissa básica pegou os célebres Monstros da ficção – o monstro de Frankenstein, a Múmia, o Homem Invisível e outros, mas especialmente o Drácula (Adam Sandler) – e os colocou em uma série de aventuras cômicas, que se inicia quando o Drac descobre que sua filha vampira adolescente Mavis (Selena Gomez) se apaixonou pelo mochileiro humano perdido, Johnny (Andy Samberg), que aparece no hotel por acidente.
Isso levou a duas sequências Hotel Transilvânia 2 (2015), com que Mavis e Johnny apresentassem a Drácula seu neto; e Hotel Transilvânia 3: Férias Monstruosas (2018), apresentando o retorno de todos os principais talentos, bem como uma série de TV animada Hotel Transylvania: A Série (2017-20). Hotel Transilvânia: Transformonstrão (2022) é o quarto filme da série. Este foi o único do Hotel Transilvânia que não foi lançado no cinema, por causa da pandemia, e, depois de adiamentos, acabou estrando diretamente no streaming da Amazon.
Hotel Transilvânia: Transformonstrão é o primeiro da série sem Genndy Tartakovsky, o diretor dos 3 filmes anteriores. A ausência mais notável é Sandler, substituído por Brian Hull, que imita perfeitamente o sotaque escandalosamente de Sandler. Também ausente está Kevin James, que dublou Frankenstein em todos os outros filmes e é substituído por Brad Abrell.
Esse Hotel Transilvânia 4, provavelmente agradará a quem gostou dos antecessores. Oferece praticamente a mesma mistura – versões caricaturadas dos monstros em uma sequência de palhaçadas alegres; dramas mais forçados ambientados em torno da família e dos personagens que haviam sido estabelecidos pelos filmes anteriores.
Uma franquia popular que segue a linha de outras animações mais recentes, personagens familiares e aventuras cômicas fáceis. Após a Era de Ouro da Disney (1937-42) e da Pixar (1995-2009) e suas obras artisticamente belas e emocionais, o gênero ganha ar de negócios para atrair público. A Era do Gelo da Blue Sky atingiu algo parecido; os filmes tornam-se becos sem saída criativos pela necessidade de trazer constantemente os mesmos personagens de volta e encontrar mais coisas para que esse grupo fazer. Os personagens ganham famílias e depois os filhos seguem em suas próprias aventuras.
Algumas animações acabam se esforçando criativamente para ter ideias sobre o que fazer com seus personagens. Um novo personagem (geralmente parente desconhecido ou interesse amoroso) ou uma jornada (viagem de férias ou alguma complicação da trama na qual acabam sendo forçados a se mudar).
Hotel Transilvânia: Transformonstrão opera no mesmo espaço onde sua concepção básica é trocada respondendo o que aconteceria se os monstros se transformassem em humanos e o humano humano se transformasse em monstro. É até divertido ver como o Homem Invisível se parece ou o que está sob as bandagens da Múmia, mas é uma ideia deveras simplista..
Fora a reviravolta de seus personagens, Hotel Transilvânia: Transformonstrão parece ser apenas uma série de cenas engraçadas. O Drácula perseguindo Jonathan pelo hotel com a arma de raios; Van Helsing reorganizando seu corpo mecânico para caber em uma série de curvas e fendas estreitas em seu laboratório; a companhia aérea dos gremlins; a jornada de Drac e Jonathan na floresta; a caverna de cristais em colapso no climax do filme.
Com narrativa ágil e um bom ritmo de cenas, diverte, em especial o recém-humano Drácula. Apesar de o enredo não ser tão original, a força da franquia está no humor visual dos monstros e na sua dinâmica, e isso basta para o público alvo.
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