CPM22 e Offspring mandam bem, já o Guns N’ Roses…
A noite de quinta-feira (8 de setembro) no Palco Mundo foi comandada pelos veteranos do Offspinrg e do Guns N’ Roses.
Antes deles, os brasileiros do CPM22 e os italianos do Måneskin foram os responsáveis pela abertura dos trabalhos.
Noite de rock e punk

Com uma ótima presença de público, apesar do calor intenso, o CPM22 fez um bom show levando o seu punk premiado (já ganharam até um Grammy Latino) e fazendo o povo pular e bater cabeça.
Muitos disseram que a noite era de nostalgia, e isso foi verdade e esteve longe de ser uma crítica negativa.
Afinal, começar a noite de festival com canções como “Não sei viver sem ter você”, “O Mundo dá Voltas” e “Dias atrás”, não é nada mau.
Aproveitando para se posicionar politicamente sobre a valorização da Cultura e contra a flexibilização da compra e porte de armas, o vocalista Badaui disparou: “Um país que valoriza a cultura não precisa de armas”.
Offspring xinga e manda ver, mas sente o peso da idade

Segunda atração da noite, os também veteranos do The Offspring misturou ainda mais as gerações, fazendo com que pais, filhos e até avós cantassem juntos “Why Don’t You Get a Job” e “The Kids Aren’t Alright”.
Depois de tocarem no Palco Sunset, na edição de 2013, e de tocarem no Palco Mundo, em 2017, o Offspring, voltou a ocupar o palco principal, mas deu mostras de que a idade pesa mais cedo para uns do que para outros.
O vocalista Dexter Holland pareceu ser o que mais sentiu o passar dos anos. A voz falhou e desafinou em vários momentos, mas não o suficiente para estragar a boa apresentação da banda.
“Pretty Fly (for a White Guy)”, uma das canções mais prejudicadas pela performance do vocalista, acabou sendo “carregada” pelo público.
O show ainda teve o guitarrista Kevin “Noodles” puxando um coro de “fuck you” (“fuck yeah” para alguns) mantendo as tradições descomportadas pelo punk rock.
Mas, apesar dos tropeços vocais, o show foi pra lá de bom.
Como balanço final fica a ótima notícia de que os horários dos shows estão sendo cumpridos – eles entraram no palco às 20h10 – e que o público está se divertindo.
Vida longa ao rock
Måneskin mantém a temperatura quente
Os italianos do Måneskin, terceira atração da noite, tinham a responsabilidade de manter a temperatura elevada entre os shows do Offspring e do Guns N’ Roses.
Conseguiram.
A mistura de canções em inglês e italiano funcionou bem com a plateia brasileira.
Detalhe: não sei se para homenagear a rainha Elizabeth II ou a banda Queen, eles fizeram uma boa versão de “Love of my Life”.
Guns fora de forma

A grande atração da noite, uma das bandas mais icônicas e amadas do rock e patrimônio do Rock in Rio – foram cinco participações – subiu ao palco para desfilar sucessos em quase 3h de show.
Infelizmente, é preciso dizer que a apresentação foi só a confirmação de que o tempo passa para todos, até mesmo para os ídolos.
Tenho certeza de que a grande maioria do público não estava nem aí para a má forma física e vocal de Axl Rose e os quilinhos a mais de Slash.
Mas, se a forma física de Slash não interferiu na sua grande habilidade da guitarra, o mesmo não se pode dizer de Axl.
Com a voz bem limitada e dificuldade até para emular a dancinha a lá Davy Jones, dos Monkees, Axl suava em bicas e parecia que poderia ter “um treco” a qualquer momento.
A coisa foi tão séria que o vocalista postou no Twitter um pedido de desculpas pelos problemas com sua voz.
O show só foi engrenar mesmo lá pelo quinto ou sexto número, quando o que restou da voz de Axl esquentou e as performances ficaram mais…aceitáveis.
Para compensar, tivemos vários momentos onde os solos de Slash foram os grandes protagonistas da noite.
Claro que ninguém esperava ver o mesmo Guns N’ Roses da passagem de 2016 e muito menos da de 1991, mas também não precisava ser assim.
Como nunca aconteceu antes, muita gente deixou a Cidade do Rock antes do fim da apresentação da banda.
Na hora do bis, que começou com a canção “Patience”, parece que a paciência do público (perdoem o trocadilho) já tinha acabado.
Não chegou a ser um fiasco total, mas pode ter sido a deixa para que a produção do festival deixe o Gins de fora das próximas edições, pelo menos até Axl reencontrar sua voz e alguns de seus agudos.
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