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“Cidade Pássaro”: uma elegia à São Paulo

Cidade Pássaro é aquele tipo de filme que tem a destreza de olhar para uma cidade da complexidade de São Paulo como microcosmos. Assim mesmo, no plural. Sobretudo, sendo ela construída por imigrantes. E o tempo verbal no gerúndio reflete que essa construção estrangeira ainda diz muito sobre ela.

Anadi (O. C. Ukeje, preciso), um músico nigeriano, chega à cidade em busca do irmão que, teoricamente conseguira se estabelecer. Lá, descobre que as coisas não eram bem assim e a descoberta pessoal confunde-se com a descoberta espacial de uma São Paulo que submerge o indivíduo em perspectiva.

O diretor Matias Mariani usa a cidade como intertexto para que essa jornada se torne na verdade de auto descoberta. Nesse sentido o filme é o que chamaria de atmosférico, para não simplificar na noção de cidade como personagem. Em determinado momento, a gente se dá conta do quanto o olhar estrangeiro nada mais que é do que o olhar próprio da cidade. Tanto que as respostas da história em si nem tem tanta força frente ao que ela se transforma.

Cidade Pássaro é um poético retrato social urbano de uma São Paulo que em suas múltiplas definições se mimetiza na contradição. Anadi e o filme se embrenham nela e o resultado transparece reflexivo, talvez a maneira mais objetiva de entender o que ela representa como espaço urbano e recorte humano.

Nota: Excelente – 4 de 5 estrelas

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