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Crônicas de Nárnia: A Viagem do Peregrino da Alvorada

Eu nunca li nenhum dos livros ambientados no mundo de Nárnia, mas quando o primeiro filme foi lançado em 2005 tive certa curiosidade a respeito, especialmente por lembrar superficialmente os livros e filmes do Senhor dos Anéis. O filme foi um sucesso tanto de crítica quanto público, arrecadando mais de US$ 700 milhões, mas a continuação, intitulada “Príncipe Caspian”, não teve a mesma aprovação e a Disney passou os direitos de filmagem para a 20th Century Fox.

“A Viagem do Peregrino da Alvorada” é o último filme produzido dos livros de C.S. Lewis, com direção de Michael Apted (007 – O Mundo Não é o Bastante), e elenco principal dos filmes anteriores. Para começo de conversa, este foi filmado em 2D e convertido para 3D, numa das piores conversões que se viram este ano (e olha que Fúria de Titãs foi ruim), portanto, se você for assistir, vá no cinema comum e economize. Segundo ponto, pegue pipoca e uma cadeira confortável, a experiência vai ser mais gratificante do que o filme em si.

A história nos coloca de volta à Inglaterra da Segunda Guerra Mundial. Edmund (Skandar Keynes) agora vive com Lucy (Georgie Henley) na casa dos tios com o primo Eustáquio (Will Poulter) e tenta se alistar no exército inglês. Durante uma discussão entre Edmund e Eustáquio, um quadro cai e a escorrer água, fazendo com que todos eles sejam engolfados por uma torrente que os leva de volta à Nárnia.

Em Nárnia são salvos pela tripulação do navio Peregrino da Alvorada, que conta agora com Caspian, rei de Nárnia depois dos eventos do filme anterior. Eles vão até algumas ilhas onde descobrem que a população está sendo vendida como escrava e utilizada como sacrifício a uma névoa verde maligna que engole as pessoas e desaparece com elas. O Peregrino da Alvorada então parte em busca das sete espadas douradas, dadas aos regentes destas ilhas, por Aslan, para que, unidas em sua mesa, possam vir a destruir o mal que assola a região. Confuso? Sim, mas é porque a versão resumida não engloba uma série de spoilers que eu preferi não citar, afinal, quem é fã vai assistir e eu não quero estragar o prazer de ninguém.

O grande problema com este filme é o roteiro, que tropeça sobre si mesmo tentando explicar rapidamente fatos que até então poderiam ter passado em branco ou alterados de forma a constar mais claramente. Aqueles que não viram os filmes anteriores, podem se preocupar, simplesmente não há qualquer recapitulação explicando os porquês de tudo aquilo. Ou seja, quem nunca viu e começou agora, vai ficar com uma cara de ??? sem igual em alguns momentos. Por exemplo, eu sei que Edmund havia sido tentado pela Feiticeira Branca no primeiro filme, mas para quem não sabe, aquela figura que surge na névoa verde falando com ele e oferecendo um reino a ele, bem, ela é uma mulher do mal, apenas isso, sem muitas explicações de quando, onde e porque.

As interpretações continuam sendo péssimas. Os poucos segundos que Tilda Swinton aparece em cena já valem por todo elenco juntos. O rapaz que interpreta Edmund deveria ficar fazendo teatro amador pelo resto da vida – suas reações emocionais nunca passam qualquer senso de realidade, a pobre Lucy é simples demais sequer para qualquer comentário, Caspian é uma vergonha como rei e os extras tentam dar uma moral a mais para ele, mas é tudo interpretado em excesso. O melhor personagem do filme é o ratinho Ripchip, feito inteiramente em CGI e com a voz de Simon Pegg (Shaun of the Dead).

Tirando isso, a má escolha da fotografia em diversas cenas e afetavam a cada instante meu humor. As tomadas aéreas em que eram encaixados os efeitos especiais eram todas simplórias, para não dizer outra coisa, sem contar que os efeitos em si caíram de qualidade, especialmente os do Dragão em suas aparições diurnas, quando a textura da pelo podia ser melhor vista deixando muito claro a baixao qualidade dos efeitos especiais. E continua: a pelagem de Aslam parecia a de um bicho de pelúcia, a serpente do mar era mais mal feita que a Hidra que Kratos luta no primeiro God of War. Ou seja, houve um certo desleixo por parte da equipe técnica dos efeitos especiais.

Porém, ainda que possa parecer por este artigo que o filme é horrível, os filmes de Nárnia conseguem agradar os fãs, mas infelizmente é bem improvável que haja outro filme da série, ainda mais se as bilheterias se mantiverem baixas como estão. Talvez este tenha sido o último filme da saga de C.S. Lewis, mas com certeza quem não quer ver Tron – O Legado nos cinemas têm em neste filme uma alternativa.

As Crônicas de Nárnia: A Viagem do Peregrino da Alvorada
Direção: Michael Apted
Elenco: Ben Barnes, Eddie Izzard, Skandar Keynes, Georgie Henley, Peter Dinklage, Will Poulter, Bill Nighy.
Distribuidora: Fox Filmes
Lançamento: 10 de dezembro de 2010

[xrr rating=2/5]
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Comentários 5
  1. Eu gostei de Nárnia 1 e 2, porém este terceiro é muito ruim. Decepcionante!
    E a Disney pulou fora a tempo! Não vale o ingresso para ver no cinema, muito menos em 3D, mas, se a curiosidade for grande baixe o filme pela net e pronto!
    Gostei da resenha e concordo!

  2. Pôxa, decepcionante… Pelo trailler eu achei que este terceiro filme seria bem melhor que os anteriores. Acho que vai ser mais vantagem esperar sair em DVD mesmo.

    Mas não acho que é um problema o filme não contar detalhes como a traição de Edmund no primeiro filme. Quem não viu, perdeu, afinal, é uma seqüencia.

    Outra coisa, confesso que achei estranhos alguns detalhes mencionados no post… Li as Crônicas de Nárnia a pouco tempo, e não lembro da feiticeira branca aparecer na Viagem do Peregrino na Alvorada… Aliás, ela morreu em O Leão o Guarda Roupa e a Feiticeira, isso sim. Parece que os diretores querem criar um vilão a altura de Sauron ou Voldemort quando não precisa.

  3. PELO JEITO ESTE CRÍTICO É UM FRUSTADO, SÓ VÊ DEFEITOS, ACHO QUE SUA VIDA É NÃO ACONTECE MUITA COISA BOA, SÓ LEIO ELE CRITICANDO AS COISAS. LAMENTAVÉL.

  4. COM CERTEZA….NA VERDADE, QUEM SEMPRE CRÍTICA NUNCA CONSEGUE FAZER MELHOR…É VERGONHOSO ESSA CRITICA.

    GALERA…EU VI O FILME E ACHEI MUITO BOM, NA VERDADE É PRECISO ENTENDER A MENSAGEM QUE A SERIE CRÔNICAS DE NARNIA QUIS PASSAR PARA O PUBLICO, É NECESSÁRIO REFLETIR NO SENTIDO EM GERAL DA HISTÓRIA, E NÃO FICAR PRESTANDO ATENÇÃO NOS EFEITOS ESPECIAIS OU ALGO DO TIPO, SUA ATENÇAO DEVE SER BASEADA NA MENSAGEM QUE O FILME PASSA. REFLITA…. PENSE UM POUCO NAS ATITUDES DE ASLAM… COM CERTEZA VAI ENTENDER UM POUCO MAIS DE COMPAIXÃO.

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