Do dia 22 ao dia 30 de junho de 2019, no coração da Europa, na pequena e charmosa cidade de Bologna, no norte da Itália, ocorrerá a 33a edição de um dos mais belos festivais de cinema do mundo: Il Cinema Ritrovato.
Para quem não conhece, o Cinema Ritrovato é um festival dedicado aos apaixonados pelo cinema naquilo que tange o âmago desse amor. Filmes de todas as épocas, colorido ou preto e branco, mudo ou sonoro, o Festival oferece uma oportunidade rara de podermos contemplar tesouros desconhecidos ou de revisitar filmes favoritos.
Além de retrospectivas inteiras dedicadas a diretores ou atores, de cinematografias mundiais reveladas e de muitas cópias restauradas exibidas depois de muitos anos em salas de cinema, com preciosismo na projeção e no som, uma das mais belas experiências que o público pode aguardar durante o Festival é compartilhada com milhares de outras pessoas na programação especial exibida na praça principal da cidade, La Piazza Maggiore.
Embora a programação inteira ainda não tenha sido divulgada, já se sabe algumas das jóias e preciosidades que o público terá oportunidade de assistir.
Um dos protagonistas das retrospectivas deste ano será Henry King, um dos diretores com a carreira mais longa de Hollywood. Tendo dirigido 116 filmes entre 1915 e 1962, atravessou diversas épocas e estilos e contou com a atuação de estrelas para contar histórias da velha América e dramas históricos.
A Mostra “SIAMO GLI INDIGENI DI TRIZONIA”: L’INVENZIONE DEL CINEMA DELLA GERMANIA OVEST, 1945‑49 se concentrará em exibir filmes da Alemanha ocidental durante o período pós guerra, no qual a sociedade teve que se reinventar e se reconstruir.
Um outro país que terá um setor dedicado a ele é a Coréia do Sul, na mostra “SOTTO I CIELI DI SEUL: L’EPOCA D’ORO DEL CINEMA SUDCOREANO”.
Esta é a primeira vez que o Cinema Ritrovatto se dedica ao cinema sul-coreano e será uma rara ocasião para descobrir obras fundamentais de uma das cinematografias mais essenciais da Ásia Oriental. A forte censura e a limitação à entrada de filmes estrangeiros fez com que a indústria cultural interna do país se fortalecesse, gerando filmes bastante populares mas também artisticamente audaciosos. Se o público internacional mais dedicado já conhece The Housemaid (1960) de Kim Ki-young (na imagem destacada) e Aimless Bullet (1961) de Yu Hyun-mok, neste programa não faltarão novidades de outros diretores de peso como Shin Sang-ok, Lee Man-hee e Kim Soo-yong, muitos apresentados em obras restauradas.
Para os amantes do gênero Noir, a mostra BREVE, VIOLENTO E CATTIVO: IL NOIR DI FELIX E. FEIST vai exibir quatro obras primas do diretor Felix E. Feist.
A seção do Festival dedicada ao restauro de filmes que às vezes fogem ao radar das grandes mídias e ainda dos cinéfilos vai festejar o 50° aniversário da FESPACO, Festival panafricano de cinema e de televisão de Ouagadougou, a capital de Burkina Faso, considerada também ‘a capital do cinema africano’. Fundado em 1969 para promover a difusão do cinema africano e a troca de ideias e experiências entre cineastas do continente, a FESPACO teve que superar diversos obstáculos antes de se firmar enquanto uma das mais importantes iniciativas culturais e aglutinantes da África. Sete programas, restauros “recém saídos do forno” e raros materiais de arquivo: uma ocasião única para explorar e (re)descobrir uma cinematografia tão ignorada mundialmente.
Haverá ainda uma seção dedicada a filmes com Jean Gabin, o maravilhoso e versátil ator, conhecido como a versão francesa de Humphrey Bogart, naquilo que tange ser “cool” e charmoso. Uma outra dedicada a Youssef Chahine, gigante do cinema árabe e ainda outra dedicada a filmes 16mm, apreendendo os caráteres experimental, pessoal e político que tanto definiram o uso deste meio.
Confira a programação completa e mais detalhes aqui: