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Festival do Rio: "Cafarnaum" aborda de forma comovente a perda da inocência

O pleitear o direito de melhores condições de vida é direito de qualquer cidadão. Agora, e a luta pelo direito de não nascer, deflagrada por uma criança em estado de puro desespero ao ver que as condições de vida de seus irmãos e outras crianças próximas não apresentam nenhum sinal de melhora. Essa é a história mostrada no comovente “Cafarnaum”.
Cafarnaum significa caos, tumulto, desordem. É exatamente nesse contexto em que vive o menino libanês Zain (Zain al Rafeea), que processa seus pais pelo “crime” de dar-lhe vida. O filme segue Zain enquanto ele viaja de uma criança corajosa e rude para um “adulto” endurecido de 12 anos fugindo de seus pais negligentes, sobrevivendo nas ruas, tomando conta de Yonas, filho da refugiada etíope Rahil. Após um incidente que o levou a uma pena de detenção, ele busca  justiça em um tribunal.
A diretora libanesa Nadine Labaki (“E Agora Onde Vamos” e “Caramelo”) optou por colocar no elenco pessoas sem formação dramática, mas que tivessem uma vida semelhante à dos personagens, com o intuito de conferir maior realismo. E foi muito bem sucedida em extrair uma atuação pungente do menino Zain, que é, na vida real, um refugiado sírio. O processo de amadurecimento do personagem, da perda forçada da inocência, até nos remete a “O Império do Sol”, protagonizado por um Christian Bale de 14 anos.

Vencedor do Prêmio do Júri em Cannes, o longa tem roteiro envolvente, que poderia facilmente escorregar para pieguice em mãos menos hábeis. E convida ao debate da questão dos países do oriente médio, em guerra ou em situações extremas, suas populações e, sobretudo, suas crianças. Não se trata de uma pobreza estilizada ou romantizada, como acontece em algumas produções. O dia a dia de Zain é doloroso e durante o desenrolar da trama torcemos para que ele consiga escapar daquele verdadeiro inferno.
Adornado por uma belíssima fotografia, “Cafarnaum” tem o protesto e a denúncia como palavras de ordem.

Cotação: 4/5 – Ótimo

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