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Festival do Rio: "Em Chamas" é um olhar niilista e contundente sobre a geração millenium

A julgar pela sinopse “Em Chamas” pode até parecer banal. Jong-su (Ah-In Yoo), um trabalhador de meio expediente, topa com Hae-mi (Jong-seo Jeon) enquanto realiza uma entrega. A menina pede que ele cuide de seu gato enquanto ela está viajando para a África. Quando ela volta, apresenta Ben (Steven Yeun), um cara misterioso que conheceu durante a viagem, para Jong-su. Um dia, Ben visita Jong-su com Hae-mi e confessa seu próprio passatempo secreto. Daí desencadeia uma trama de mistério com tintas surrealistas.
A forma como a construção do suspense intriga, mas pode entediar os que não estão habituados com a linguagem do diretor sul-coreano Chang-dong Lee (de “Poesia” e “Sol Secreto”). Mas passada a estranheza, o espectador é seduzido por belas imagens (ponto para a magistral fotografia de Kyung-pyo Hong) que adornam a trama de mistério desenvolvida de maneira desconcertante, que mesmo os mais atentos e acostumados com esse tipo de script irão, de certa forma, se surpreender.

O filme ganhou o prêmio da crítica em Cannes e é a indicação da Coreia para a disputa do Oscar de filme em língua estrangeira. O filme é uma adaptação do conto de Haruki Murakami, “Barn Burning”, publicado originalmente no The New Yorker. O intuito era discutir a raiva e a impotência dos jovens no mundo moderno. Os vértices do triângulo, cada um com sua característica (o perdedor, a piradinha e o rico), poderiam facilmente cair na armadilha do clichê se não fosse o cuidado do diretor ao desenvolvê-los.
“Em Chamas” é um filme que merece ser degustado e revisto para captar suas nuances que podem passar batidas na primeira vez. Um exemplar dessa escola asiática de cinema que chamou atenção na década passada e vem mostrando não ter sido uma onda passageira. Um olhar niilista e contundente sobre a geração millenium.

Cotação: 3.5/5 – Bom

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