“Indiana Jones e a Relíquia do Destino” foi exibido no Festival de Cannes e teve mais de cinco minutos de aplausos… para Harrison Ford, que recebera uma homenagem antes do início da sessão, com a exibição de um vídeo mostrando momentos de sua carreira.
O filme propriamente dito não foi uma unanimidade entre os críticos presentes na sessão première. Em sua maioria valorizaram os esforços de Ford, do alto de seus 80 anos, em incorporar o intrépido arqueólogo convincentemente. Já o diretor James Mangold parece não ter recebido muito crédito por parte da imprensa internacional. Também houve quase um consenso quanto à superioridade de Indy 5 em relação ao anterior “Reino da Caveira de Cristal”. No momento o filme tem 50% de aprovação dos críticos no site Rotten Tomatoes.
A Variety é enfática no título: “Harrison Ford interpreta o Indy envelhecido em uma sequência que oferece um bocado nostálgico, mas sem a emoção.”
No texto, a publicação diz: “Em geral, ‘Indiana Jones e a Relíquia do Destino’ funciona ao traduzir a antiga audácia destemida e incansável de Indy em uma determinação pura com a qual ele está agora caçando o artefato. À medida que o filme salta entre locais internacionais, a ação começa a parecer mais convencional e menos característica de ‘Indiana Jones'”.
O jornal The Independent coloca: “Harrison Ford carrega este exercício desgastado de nostalgia. Ford é o herói do momento, interpretando até mesmo as cenas mais frágeis com convicção e humor seco, em um filme que parece uma mistura de elementos dos filmes antigos”. A publicação afirma “Existem cenas de mergulho no fundo do mar e sequências ambientadas em cavernas. No entanto, o roteiro, escrito por Jazz Butterworth, John Henry Butterworth e David Koepp, às vezes parece uma mistura confusa de elementos dos filmes antigos jogados juntos de forma aleatória. No desfecho final, o filme mergulha no completo absurdo”.
O crítico do The Guardian Peter Bradshaw foi mais positivo e classificou o longa como tendo “bastante energia, diversão e engenhosidade narrativa, com toda a sua bobagem de MacGuffin, algo que [O Reino da Caveira de Cristal] realmente não tinha”. A crítica continua dizendo que “o final é extremamente bobo e divertido, e que a Relíquia do Destino do título é usada de maneira audaciosa, o que ridiculariza toda a questão de desafiar o envelhecimento e a atração gravitacional do tempo. Indiana Jones ainda possui uma certa classe antiga”.
Já David Ehrlich do The Indie Wire não poupou críticas em sua resenha, escrevendo que “não apenas Indiana Jones e a Relíquia do Destino é quase uma completa perda de tempo, mas também é um lembrete exaustivo de que alguns artefatos são melhores deixados onde e quando pertencem. Se ao menos entradas anteriores nesta série tivessem se esforçado muito para destacar isso.” Ehrlich discordou de muitos aspectos do filme valorizados por outros jornalistas, mas principalmente do fato de ser “seguro”.
O Total Film garantiu que o filme “voa alto”. Segundo o crítico James Mottram, “A ação é habilmente conduzida por Mangold, especialmente uma emocionante perseguição de tuk-tuk por Tânger. Mas o melhor de tudo é que este é um filme de Indiana Jones com lágrimas nos olhos. Vemos que o personagem envelheceu, mas não necessariamente amadureceu. Bebendo um pouco demais, ele está cheio de arrependimentos por buscar fortuna e glória e deixar seus entes queridos para trás.”
Para Robin Collin do Daily Telegraph, ‘Relíquia do Destino’ “acaba parecendo uma falsificação de um tesouro inestimável: a forma e o brilho podem ser superficialmente convincentes por um tempo, mas a mão de obra mais frágil fica cada vez mais evidente quanto mais você olha”. Collin observa também que “o filme está cheio de caos, mas dolorosamente carente de brilho e bravura: não há nenhuma cena aqui, nem reviravolta coreográfica, que faça você maravilhar-se com a mente cinematográfica que a concebeu”.
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