Antes de mais nada, quero deixar bem claro que essa crítica terá duas partes, a primeira inteiramente sem spoilers e a segunda, lotada de spoilers, até mesmo com novas informações sobre a franquia e próximos filmes.
Hulk simplesmente conseguiu ser tudo que o outro Hulk (de Ang Lee) não foi. Um filme em que um homem atormentado por se tornar um monstro de 3m de altura incontrolável e se ver afastado de tudo que ele mais amava.
Começamos o filme no Brasil, Favela da Rocinha, casas e mais casas encobrindo morros, traficantes (que não são mostrados) e pessoas simples vivendo suas pacatas vidinhas (sem o BOPE). Bruce Banner conseguiu montar um pequeno laboratório para testar o uso de plantas medicinais no tratamento de sua condição. Nesse meio tempo ele trabalha em uma fábrica que engarrafa bebidas.
Por um acidente, um pouco de seu sangue cai em uma das garrafas e uma pessoa bebe e cai intoxicada, chamando a atenção do governo americano e do Gen. Ross (William Hurt). A perseguição toma conta das favelas cariocas até que vemos pela primeira vez um pouco do Hulk enquanto este foge para os EUA.
Vou parar por aqui sobre a história e me ater mais a criticar os aspectos bons e ruins do filme.
O BOM:
1) Edward Norton e todo o elenco. Não sei o quanto ele teve na hora de reescrever o roteiro de Zack Penn, mas fora isso, todo o elenco está perfeito. Norton mostra o quanto Banner é um homem desesperado a ponto de tentar quase tudo para se livrar do Hulk e com isso parar de ser perseguido. Liv Tyler não é nenhuma Jennifer Connelly, mas ainda assim sabe demonstrar emoções como ninguém, ela estava vivendo sua vida até que bem, namorando com um terapeuta (que eu vou contar nos spoilers quem é) até que Banner reaparece e sua vida vira de pernas para o ar.
William Hurt é um monstro sagrado do cinema. Desde sempre ele se manteve como sendo um daqueles atores confiábilíssimos. Tim Roth interpretando Emil Blonsky a.k.a. Abominável mostra um milico que só quer saber de lutar e matar pessoas. Cada gota do sangue dele é direcionada a destruição e ele gosta disso. Os outros eu vou deixar para comentar nos spoilers.
2) A direção de Louis Letterier é firme e constante. A escolha de filmar a maior parte das cenas in loco e não em um estúdio deu muito certo. Nas cenas no Brasil você percebe a diferença de luz que temos nos trópicos para a área temperada. O cinematógrafo Peter Menzies Jr. trabalhou em filmes como o 13º Guerreiro, Tomb Raider e Duro de Matar: A Vingança, portanto entende como se filma uma cena de ação e combates a curta distência.
3) A história – basicamente vemos a história de como Bruce Banner fugiu e tentou se livrar do Hulk. Ela é focada tanto nele e a tudo que está ocorrendo a sua volta. Todos os interesses em jogo são mostrados claramente e em nenhum momento ganhamos aquela surpresa ingrata do tipo: Ahááá, te enganei!!! Isso não existe nesse filme e devo oferecer esse mérito ao roteiro de Zack Penn pois com certeza ele não faria algo desse tipo. Óbvio que houve mudanças de seu original, mas a essência está ali.
4) Os efeitos visuais – O Hulk é grande, ele esmaga e o Abominável é maior ainda e mais fdp que o Hulk. A luta dos dois é ferrenha e muito bem ensaiada. As explosões, perseguições, tudo muito bem feito. Volto a falar dos efeitos no ruim do filme.
5) As participações especiais – vou falar delas nos spoilers.
O RUIM:
1) A edição – O primeiro Hulk teve uma espécie de edição que me agradou muito dando a impressão que virávamos a página de uma revista. Não queria que isso se repetisse aqui, mas simplesmente ocorrem cenas em que percebe-se claramente que houveram cortes apressados dando a nítida impressão que houve uma pressão para que o filme tivesse seu tamanho diminuído. Erros de continuidade são frequentes também, mas nada que afete a trama.
2) Os efeitos especiais – da mesma forma que eles foram uma coisa boa, eles foram ruins, especialmente quando se trata de usar helicópteros digitalizados. Eles simplesmente não pareciam reais o bastante. Enquanto eu estava disposto a crêr que aquele Hulk estava ali de verdade, os helicópteros foram mal feitos a ponto de me perguntar se eles foram usados com base nos modelos (mal feitos) de Godzilla. Além disso, em alguns momentos, a luz que era jogada nos objetos virtuais era diferente do ambiente real e isso causa aquela impressão de falsidade que não queremos ver nos filmes. Desculpem Rhythm & Hues mas o seu serviço não foi bem feito.
3) A propaganda – Simplesmente o cartaz do filme é muito escuro, de longe é difícil entender o que ocorre no cartaz e que está escrito HULK nele, sem falar na falta de grandes banners nos cinemas e convenhemos, o trailer do filme passou muito pouco nos cinemas, mas essa besteira é dos produtores e distribuidores e não do diretor e elenco, mas afeta o filme da mesma forma.
4) A redublagem de alguns atores brasileiros – PARA QUE ISSO HEIN?! Puta merda, ficou muito filme de luta marcial direto de Hong Kong!!
Acho que é isso. Tirando esses errinhos bobos, dá para ir assistir esse filme sendo tanto um marvelmaniáco quanto um espectador de cinema comum.
Obviamente que agora eu vou começar a escrever os spoilers, portanto, cuidado.
SPOILERS!!!!!
Primeiro de tudo, as participações especiais e citações dos quadrinhos:
– Rickson Gracie (campeão mundial de vale tudo) aparece treinando Bruce no Brasil, ensinando técnicas de respiração a ele, muito legal.
– Stan Lee é o velhinho que bebe o refrigerante com o sangue de Banner
– Lou Ferrigno (halterofilista que fazia o Hulk da TV) aparece como segurança da faculdade e ainda fez a voz do Hulk.
– Ty Burrel interpreta o Dr. Samsom, que nos quadrinhos também é irradiado por raios gama e fica superforte, mas não se transforma, só ficando com as madeixas verdes.
– Tim Blake Nelson interpreta Samuel Sterns que, inicialmente ajuda Bruce a tentar se livrar do Hulk, mas o acidente no laboratório em que uma gota do sangue do Hulk cai em sua cabeça faz com que ele se torne o Líder, um dos maiores inimigos do Hulk.
Agora com detalhes sobre o filme, eu vejo que as cenas nos EUA foram em grande parte muito legais. Os jipes com canhões sonoros eram desenvolvimento das indústrias STARK (no começo do filme mostra eles no computador), a citação ao programa do supersoldado e as duas cenas finais dão o tom do que está por vir.
Ainda sobre os jipes, eu pensei seriamente que eles fossem usar a tecnologia dos repulsores do Homem de Ferro, isso sim seria extremamente legal, pena que não foi isso, mas mesmo assim, mandaram muito bem.
Primeiro Bruce respirando e mostrando ao que parece ter ficado com o controle sobre o Hulk.
Por fim, Stark conversando com o Gen. Ross sobre uma equipe que ele está montando. Simplesmente demais!!
Mensão honrosa para as cenas de transformação que pagam um pau para o seriado dos anos 80.
Por fim, percebe-se que esse filme tem tudo, junto com Homem de Ferro, para desencadear a maior onda de sequências de filmes que levarão a um maior, que venha Thor, Homem de Ferro 2, Capitão América e após isso, Vingadores!!
J.R. Dib
Uma pessoa não; A pessoa 😉
e ps. de carioca a “favela da Rocinha” na verdade é a do Catete, que sempre serve de plano de fundo para os filmes que são passados em favelas. Mas é muito divertido ver o filme sendo carioca, tem umas distorções espaciais como ele saindo da “rocinha” e caindo direto na Lapa rs. Ou um pessoal no fundo gritanto “favofa!! Farofa!!!”.
E, é claro, uma perseguição SEM tiros do pessoal do tráfico aparecer no meio; só no cinema 😛
Eu simplesmente digo que esse filme foi muito foda!
Mil vezes melhor do que eu esperava, eu estava muito nervoso para que não estragassem de vez o Hulk no cinema.
Maravilhoso!
Uma coisa a dizer HULK ESMAGA….
nao vi o filme moro na roça numa cidadezinha do interior de minas gerais demora a chegar aqui nao tem como voçe mandar para mim o filme
Desculpa Denilson, mas eu assisti no cinema.
Além disso nós somos contra qualquer tipo de pirataria, pois não dá nenhum retorno para os criadores.
achei um filme mais light, gostei mais do Iron. Só sei que as tramas estão se interligando mto bem! Ponto pra marvel que só anda decepcionando nos quadrinhos…