Kleber Mendonça Filho está de volta à Seleção Oficial competitiva do Festival de Cannes (14 a 25 de maio) com seu terceiro longa-metragem “Bacurau”, desta vez coescrito e codirigido por Juliano Dornelles.
Na descrição de seus diretores, “Bacurau é um filme de aventura ambientado no Brasil “daqui a alguns anos”. Assim como ocorreu com seu longa anterior “Aquarius” em 2016, “Bacurau” terá sua estreia mundial na principal mostra do festival francês.
Depois dos dez meses de montagem no Recife, Juliano Dornelles e Kleber Mendonça Filho estão em Paris trabalhando na pós-produção de “Bacurau”, que envolve imagem e mixagem final de som. Esse trabalho vem sendo realizado desde o início do mês de abril e ainda irá durar duas semanas até a cópia final. O filme é uma coprodução Brasil-França.
“Bacurau” foi rodado no Sertão do Seridó, divisa do Rio Grande do Norte com a Paraíba, exatamente um ano atrás. As locações foram encontradas depois de a equipe percorrer mais de dez mil quilômetros em Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. As filmagens duraram dois meses e três dias, com uma equipe de 150 pessoas. As cidades de Parelhas e Acari serviram de base para a produção.
Sobre o filme, Juliano Dornelles diz: “Bacurau é um projeto que vem sendo desenvolvido desde 2009, quando era só uma ideia, até ser filmado em 2018. Enquanto o roteiro se transformava, o país e nosso cotidiano também. Estrear em Cannes nesse ano de 2019 é dar um lugar de respeito ao Brasil, seu cinema e sua cultura.”
Para Kleber Mendonça Filho, “Esse é um trabalho de anos, feito com os colaboradores próximos de sempre e alguns outros novos. Creio que esse filme é o resultado da nossa relação com os filmes e as pessoas que amamos e que nos formaram, com Pernambuco, com o Brasil e com o mundo. E incrível poder voltar a exibir um filme no Palais em Cannes, três anos depois daquele momento sensacional com Aquarius!”.
Ele continua: “Gostaria de mandar abraço especial para os moradores de Parelhas, Acari e, principalmente, à comunidade de Barra, onde fizemos Bacurau. Os quatro meses de trabalho lá com preparação e filmagem confirmaram o que já sei há tantos anos: o trabalho com a cultura nos fortalece, nos legitima. Como foi importante ter podido compartilhar essa experiência de trabalho com tanta gente”.
No Brasil “Bacurau” chega aos cinemas pela Vitrine Filmes no segundo semestre.
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