Marina Lima lança EP e livro com partituras de suas canções

Uma das cantoras mais populares da MPB, Marina Lima lança o livro “Marina Lima — Música e Letra”, com todas as partituras e letras das canções gravadas em seus 21 discos e o EP “Motim”, com quatro músicas inéditas

Marina Lima

Todos os que tocam ou tentaram tocar algum instrumento sabem como é importante um livro com partituras e cifras das canções que mais gostam.

Melhor ainda quando o livro cobre toda a carreira de um artista de primeira linha como Marina Lima, que acaba de lançar “Marina Lima — Música e Letra”, com todas as partituras e letras das canções gravadas em seus 21 discos.

E a coisa fica ainda melhor quando uma publicação dessa categoria é disponibilizada de graça!

Tudo e um pouco mais de Marina

Marina Lima

Além de todas (TODAS) as faixas gravadas por Marina em seus álbuns de carreira (inclusive os ao vivo) o livro — são 175 canções transcritas por Giovanni Bizzotto, músico e parceiro que acompanha Marina desde a década de 1990 — já inclui as quatro canções que fazem parte do EP “Motim”, que foi lançado simultaneamente.

As transcrições fazem até o violonista menos habilidoso do mundo ter vontade de tirar a poeira do instrumento, passar um tempo (longo) afinando-o e sofrer tentando tirar algum som decente do pobre violão.

Foi isso o que aconteceu com esse jornalista que, já faz um bom tempo, aprendeu que tocar não é mesmo a sua praia.

— Quando comecei a aprender a tocar violão, ainda garota, comprava todos os songbooks que havia dos Beatles, do Bob Dylan, do Tom Jobim… Eu sempre gostei e sei que esse tipo de material ajuda muito quem quer se desenvolver — conta Marina.

Marina Lima
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Uma caminhada evolutiva

Ouvindo os discos, lendo as letras e tentando tocá-las, é possível identificar uma evolução na obra de Marina Lima.

Os arranjos vão ficando mais complexos e até mesmo as versões ao vivo de canções já gravadas trazem diferenças que retratam as mudanças da compositora e intérprete.

— Acompanhando os álbuns, do primeiro ao vigésimo primeiro, as pessoas conseguem entender a minha evolução musical. Você vê a diferença, a história, como vai se transformando… outros acordes foram aparecendo, outros interesses também. A minha identidade está nos meus discos — explica a artista.

Marina Lima

Totalmente grátis

Um trabalho gráfico nunca é barato, mas, em tempos digitais, é possível oferecer um produto de qualidade (e que deve ter dado bastante trabalho para ser realizado) de maneira totalmente grátis.

Marina Lima — Música e Letra” está disponível no site da cantora (é só seguir este link) sem nenhum tipo de burocracia. É só ir lá e baixar.

— Quis disponibilizar esse meu acervo de graça, pois o público sempre consumiu tudo o que fiz e é ele que me faz ser muito tocada até hoje. Isso devo ao público que me ouviu e me prestigiou. Agora quero retribuir esse carinho e essa atenção com este presente — revela Marina.

Um EP que marca o fim dos álbuns?

Marina Lima

“Motim” — EP que traz quatro novas canções de Marina (em composições solo e em parcerias) — é um prazer de ouvir. Prazer por reafirmar a versatilidade da artista em canções que têm identidade própria e bem diferentes umas das outras.

O belo violão de “Pelos apogeus” (que é melhor deixar que os mais habilidosos tentem tocar) leva por um climão Tom Jobim de ser, com um quê de Baden Powell. Definitivamente, não é coisa de ou para principiante.

A faixa-título é, provavelmente, o grande destaque do novo trabalho. Uma balada pontuada por violão e piano que é simplesmente deliciosa.

As duas canções que fecham o EP — “Kilimanjaro” e “Nóis” — contam com as participações de Alvin L. e Mano Brown, e confirmam a identidade única de cada uma das composições, do pop ao eletrônico.

A má notícia é que “Motim” pode significar o fim dos álbuns de carreira de Marina.

— Em um momento em que o mercado musical mudou totalmente, as pessoas não têm mais tempo nem interesse em ouvir oito, nove, dez canções seguidas. Muita informação entrou na vida das pessoas e ouvir um disco inteiro tornou-se algo raro. A única maneira de se reinventar diante disso é entender como o mercado funciona e partir para frente. De que adianta lançar 11 faixas se somente 2 ou 3 entrarão em uma playlist — explica.

Queremos mais

Apesar de aparentemente lógica, a decisão de não lançar mais álbuns é algo para ser lamentado. Muito lamentado.

A pandemia mostrou que o “tempo livre” fez bem para a inspiração e criatividade de músicos em todos os cantos do mundo. No Brasil, Marina Lima é um desses exemplos e seria uma grande alegria ouvir nove ou dez canções de uma das mais talentosas artistas da nossa música.

Por enquanto, vamos comemorar ouvindo essas quatro novas.

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