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Cordel passa a ser oficialmente patrimônio imaterial brasileiro

Agora é oficial: a literatura de cordel passou a ser classificada como patrimônio imaterial, destacando e reconhecendo a sua contribuição para a cultura nacional. O Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, órgão ligado ao Ministério da Cultura, aprovou na tarde da última quarta-feira (19/09) o registro do estilo literário na condição de patrimônio imaterial, o que significa que a manifestação artística deve ser preservada e projetos efetivos para a sua manutenção, ensino e propagação devem ser tomados.
A decisão alimenta a esperança de que o poder público, especificamente o Ministério da Cultura, possa vir a dar amparo técnico e suporte operacional para a difusão do cordel e a sua valorização.
A literatura de cordel
O Cordel, nome atribuído ao estilo literário e a forma como ele se apresenta em razão dos livrinhos contendo histórias e poemas baseados na tradição oral e escrita do nordeste brasileiro ficarem á venda em cordames e varais dos comércios e feiras, é uma importante manifestação artística-literária da cultura popular, especialmente do sertão nordestino, sendo difundida com destaque em estados como a Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Rio Grande do Norte e Ceará.
Embora reconhecido como elemento da cultura brasileira, o termo “Cordel” tem sua origem na herança portuguesa, responsável por introduzir uma forma similar de composição literária e manifestação oral dos textos no nordeste brasileiro ao longo do século XVIII. Na Europa, a prática da venda de poemas em feiras data do século XII em países como a França, Espanha, Itália. Hoje ainda é possível encontrar muitos cordelistas nas tradicionais feiras nordestinas e em eventos por todo o interior do país.
No Brasil é possível notar que o cordel influenciou o estilo e a composição rítmica de poetas e escritores como Ferreira Gullar, João Cabral de Melo Neto, Ariano Suassuna, Guimarães Rosa, Waldemar José Solha, entre outros.
Entre os escritores contemporâneos, um dos maiores entusiastas do cordel é o jornalista paraibano Astier Basílio. Radicado na Rússia e dando aulas de português para estudantes daquele país, Astier destaca que usa o cordel em suas aulas. “É uma das nossas maiores riquezas culturais, o reconhecimento é apenas um ato burocrático, pois o cordel independe de qualquer aval para existir. É, essencialmente, uma arte subversiva, retrato fiel das angústias do nosso povo mais simples, e os estrangeiros gostam muito de entrar em contato com uma manifestação tão própria da nossa cultura”.
 

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