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“Educação para morte” tece um olhar afetivo em, contos bem poéticos, sobre a finitude

Há pessoas que (se) enganam. Outras (se) esganam, já outras se esgarçam. Mas há dentro do pensamento, aquele recôndito lugar que não se verbaliza a ninguém, e que muitas vezes se torna um pergunta silenciosa para si mesmo. O que é a vida? para mim. Sempre penso, peso, o que tem de humor com esta pergunta insofismável, amável?

“Deixa a vida me levar, vida leva eu”?

No livro de contos “Educação para morte”, da escritora e psicanalista Luciana Saddi, editado pela Patuá, há este correio sentimental varando os contos, algo que esclarece uma Clarisse como se a vida risse de algum aspecto triste de como se adequar a uma existência marcada pela finitude. Contos muito bem dilapidados em humor e reflexão utilizando doses comedidas de afeto agridoce sobre como (con)viver com a paisagem que nos descortina a cortina da janela que é o recorte do dia a dia do mês após mês: esta conexão que somos -e – estamos de relações com a família com suas travas e travessas cheias de não me toques. Luciana opta pelo desenho do olhar afetuoso do narrador, às vezes, na infância, com a convivência com os bichos, o amor se constituindo como palavra normativa, e a perda, esta consciência de não ter mais, sempre aflorada em notas poéticas pelas histórias.

Sua permanência textual se dá também por um leve e gostoso tom erótico quando a personagem já adulta rememora ou lembra do existir da sexualidade que se faz corpo- e – matéria. A linguagem sempre serena sem nunca rumina(r) ações e sim reanimar afetos guardados no baú da lembrança.

Na segunda parte, um texto em forma direta e alinhavada em estilo teatral. Vemos uma conversa que se estende no tempo, sobre forma de jantar a dois, quando um homem e uma mulher estereotipam uma relação extra – conjugal. Ali a autora detém o olhar sobre os próprios papéis sociais em que cada um dos dois se enquadram ao se colocarem num tabuleiro de xadrez afetivo.

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