O Lobo das Planícies

O Lobo das Planícies – Ambrosia
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Pensei em começar minhas críticas literárias com meu livro favorito, porém a falta de experiência poderia prejudicar o artigo, então busquei um novo livro a altura deste primeiro degrau, foi quando descobri O Lobo das Planícies, o primeiro livro da série O Conquistador, do britânico Conn Iggulden[bb].

Iggulden se tornou um autor querido quando li Nos Portões de Roma, o primeiro dos quatro livros publicados da série O Imperador. Para escrever os livros da série O Conquistador, Iggulden passou uma temporada na Mongólia vivendo em Iutas e sentindo como é dura a vida dos habitantes locais, o que proporciona ao leitor uma narrativa mais rica e cativante, é impossível começar a ler o livro e desistir em seguida.

Por mais que seja fascinado com a história de Alexandre, reconheço que Gêngis Khan é um personagem imensamente mais rico e que suas realizações foram as mais impressionante de toda história humana. O Império Mongol construído por ele é até hoje o reino de maior extensão contínua documentado pela humanidade, porém o que mais chama atenção na vida de Khan é o fato dele ter superado anos de miséria total e forjado seu próprio destino contra todas adversidades. E é justamente essa primeira fase da vida de Gêngis, que O Lobo das Planícies aborda.

Temujin (nome de nascença de Khan) por pouco não foi sacrificado logo em seu nascimento por ter em sua mão um coagulo de sangue, um sinal de azar que significa na cultura mongol que ele causaria muitas mortes, porém seu pai quis manter a criança mesmo assim. Então Temujin cresceu como segundo filho de Yesugei, clã da Tribo dos Lobos, para disputar com seu irmão mais velho a liderança de sua tribo. Quando Temujin tinha 11 anos, seu pai o levou para encontrar uma noiva e viver um ano com a família dela na tribo de sua mãe, porém, enquanto este retornava Yesugei foi assassinado obrigando Temujin a retornar poucos dias depois para sua tribo. Mas enquanto Temujin estava fora, o segundo em comando da Tribo dos Lobos assumiu o lugar do clã e exilou a família de Yesugei para morrer no inverno. É neste momento que Temujin e seus irmãos perdem tudo e precisam viver no limite para sobreviver sem proteção, também é neste período que Temujin conhece o estilo de vida das famílias desgregadas e começa a pensar no povo mongol como um todo, indiferente às mesquinharias e conflitos entre tribos, um passo decisivo que o levou para o domínio de toda nação muitos anos depois.

O livro continua mostrando os anos em que Gêngis Khan viveu como desgarrado e seu reencontro nada amistoso com a Tribo dos Lobos, o começo de sua própria tribo de indigentes e o interesse do Império Jin (atual China) por Khan e pela disputa dos mongóis com os tártaros e as conquistas de Temujin unificando as primeiras tribos. Porém não vou entrar em mais detalhes para não estragar a leitura de ninguém, pois o que relatei aqui não passa da ponta do iceberg da maravilhosa história que Iggulden nos trás de maneira inédita.

Lá fora o terceiro livro da série acaba de ser lançado, porém aqui no Brasil ainda não há previsão divulgada pela editora Record sobre o lançamento do segundo volume… Mas se você gosta de romances históricos recomendo que comece a acompanhar a saga de Temujin, não há como se arrepender.

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Comentários 10
  1. É fato, o segundo volume sai em maio mesmo? Nunca mais começo a ler uma série em que os livros seguintes não tenham sido publicados.
    Concordo que as conquistas de Gêngis foram as maiores já documentadas, uma vez que ele tenha vivido quase mil anos após a morte de Alexandre III, mas territorialmente as conquistas de Alexandre e do império Hlênico foram maiores.
    Para quem gosta de “Romance Épico” pode ler os livros de Bernard Cornwell, sem receio, a narrativa dele é ainda mais detalhada do que a de Igguden (na verdade Igguden é pouco detalhista). Começar pelas “Crônicas de ARTHUR” é entrar num caminho sem volta….

  2. Ai que tá Philipe, o império do Khan é territorialmente maior, olha o início do trecho na wikipedia:
    “Genghis Khan, born Temujin, was the founder of the Mongol Empire, the largest contiguous empire in history.”
    Não têm para ninguém… apropósito estou relendo um romance sobra a vida do Alexandre, em breve publico aqui 😀

  3. Terminei de ler faz dois dias e estou fazendo malabarismo com minhas contas para ver se mando vir dos EUA, mas acho que essa notícia de que sai em Maio pode me acalmar um pouco…
    Não se se algum de você lembra de ter visto a primeira edição do Portões de Roma, que estava escrito na capa o nome do Bernard Cornwell (meu escritor favorito, por sinal) tão grande quando o nome do autor e lá fui eu correndo para dar uma olhada e descobrir que na verdade era uma frase dele com algo do tipo ‘Ótimo livro e bla bla bla.”, mas funcionou para chamar minha atenção. Falei disso porque o Philipe fez uma comparação que eu concordo, apesar de isso não tornar o Conn ruim, apenas menos detalhista.
    Fico pensando se a semelhança é por causa do tradutor ser o mesmo (Alves Calado), que por sinal andou dando umas escorregadas em Stonehenge…
    Ótima resenha!
    Abraços!

  4. obrigado Mahatma, eu também li a série do Imperador pois vi o nome de Cornwell na capa, me lembro bem que a frase escrita era algo como “Uma obra maravilhosa, gostaria de tê-la escrito” Bernard Cornwell.
    Aliás em breve vou publicar as resenhas da série “Crônicas Saxônicas” do Bernard Conrwell 😀

  5. Belezinha galera……..
    estou lendo o segundo livro da série o conquistador (Os Senhores do Arco), realmente o segundo é melhor que o primeiro. É um livro que vale a pena ler, entretanto, não seja tão empolgante quanto os livros de Cornwell (meu autor favorito) mas mesmo assim eu recomendo e estamos aguardando o lançamento do terceiro livro da série aqui no Brasil.
    nos E.U.A. o titulo é Bone of the Hills
    ABRAÇOS…..

  6. Prezados colegas.
    A previsão para o terceiro livro da série “O Conquistador” (que lá fora recebe o nome de “Bones of the Hill”) será traduzido e publicado aqui no Brasil em março/10.
    Ficamos na espera!
    Boa leitura a todos

  7. Há algum eu passei em uma loja e a série Roma da HBO me chamou a atenção. Comprei as duas temporadas e me apaixonei. Fiquei fascinado pela figura de César, Augusto. As trajédias, intrigas, violência. Tudo remetia aos dias atuais.
    Não demorou muito e um amigo me emprestou a Saga de César pelo Conn Iggulden. Li os quatro em um tapa e aí descobri as crônicas de Arthur, descobri Bernard Cornwell. Fiquei fascinado. Terminei ontem o volume IV de crônicas saxonicas. As crônicas saxonicas possuem um tom de humor inexistente na Saga de Arthur, mas são imperdíveis.
    Comprei hj o Lobo das Planície e Os senhores do Arco e sou extremamente grato por essa onda em biografar grandes personagens, pois vi que há na praça livros contando a história de Cícero e Átila, por exemplo.
    Meus votos de felicidade para todos pelo novo ano que se aproxima.

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