“O Peso da Pele” é o novo álbum da cantora e compositora mineira Alessandra Crispin. Composto por 12 faixas, o trabalho expressa afeto, resistência e religiosidade em prol da experiência coletiva, conceito presente no termo cunhado pela escritora Conceição Evaristo: Escrevivência. Essa forma de escrita traz a dualidade de narrar a realidade vivenciada por cada indivíduo em primeira pessoa.
“O Peso da Pele” convida o ouvinte a mergulhar em águas profundas onde o racismo demarca a invisibilidade da população negra no Brasil. A história do país é marcada pela opressão e exploração do povo negro, que foi tratado e ainda é tratado como mercadoria e inferior. Porém, a cultura africana deixou sua marca, permeando diferentes aspectos da sociedade brasileira, como o samba, o ijexá, o funk, o congado, a capoeira, a religiosidade e a culinária, mesmo enfrentando grande preconceito em uma sociedade que não se confronta com sua própria imagem. Lidar com o racismo e com a trágica morte de Marielle Franco levou Alessandra Crispin a refletir profundamente, inspirando a criação deste álbum.
“É necessário recuperar nosso lugar de realeza, o valor que temos em nossa história e nossos ancestrais. Buscamos uma visão festiva e guerreira, inspirada por Beyoncé, Janelle Monaé, Luedji Luna, Liniker e pelo visual de Tina Turner em ‘Mad Max – Além da Cúpula do Trovão'”, compartilha a artista sobre as escolhas visuais do projeto.
“O Peso da Pele” conta com várias musas que deram sentimento às criações de Alessandra. É o caso de “Laranjeira”, dedicada à sua mãe Alaíde durante o período de isolamento da pandemia; “Leve”, dedicada à sua namorada Tainara; e “Guerreira Oyá”, uma música feita para Iansã, sua Orixá de Cabeça, em parceria com Clarissa Reoli.
A faixa “Mulher Incomum” traz um diálogo sobre transformar a dor da opressão em força para reivindicar respeito e espalhar o bem entre aqueles que sofrem. “Filho de Oxossi” representa o mistério das raízes sagradas, o abraço da natureza e das entidades que a habitam, proporcionando proteção e força nas batalhas. A resistência política da existência do corpo negro se apresenta de várias formas nas canções “Malandro, Pilantra”, “Presente” (composição que inspirou o projeto), “Posição de Risco” e “Pretas Vidas”.
Ficha técnica:
Direção musical: Alessandra Crispin e João Paulo Lanini
Produção musical: Alessandra Crispin, Dj Black Josie e João Paulo Lanini
Arranjos digitais: Dj Black Josie
Violão e guitarra: João Paulo Lanini
Violão, cavaco, banjo, percussão, voz e vocal: Alessandra Crispin
Percussão geral: Almin Bah e Mari Assis
Participações: Clarissa Reoli, Jô Brandaum, Márcio Guelber e Tainara Campos
Captação de áudio: Renato Dias (Estúdio Sensorial)
Mixagem e masterização: Maurício Ávila (Estúdio Sonidus)
Distribuição: Sensorial Centro de Cultura
Projeto realizado com recursos da Lei Federal 14017/20 (Lei Aldir Blanc) gerida pela Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais
Foto: Equipe Difference (Janaína Oliveira, Francisco Silva e Marcella Calixto)
Capa: Raul Gonçalves
Arte do lançamento: Guer midia e Raul Gonçalves
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