O C6 Fest teve em sua primeira noite (18/05) duas bandas que são fundamentais para a música eletrônica: os Alemães do Kraftwerk e em seguida o duo inglês Underworld. O número dos que estavam no Vivo Rio na quinta-feira à noite para assistir aos homens-máquina dos anos 70 era ligeiramente maior, mas isso não intimidou os reis dos clubs dos anos 90, que trouxeram um show energético, que fez a felicidade dos amantes de raves.
Surgido em 1986, o Underworld, juntamente com The Chemical Brothers, Goldie, Orbital e The Orb, foi responsável por tornar mainstream aquela música sintética da época, inicialmente pertencente aos subterrâneos ingleses e americanos, tornando a música eletrônica uma terceira vertente de tendências musicais determinantes daquela década – as outras duas, claro, são o Grunge e o Brit Pop.
O show abriu com ‘Juanita’, do clássico álbum de 1996 “Second Toughest in the Infants”. Karl Hyde sacolejando e emitindo os vocais -frases mais recitadas do que cantadas – e Rick Smith operando a parafernália sonora. A música seguinte veio do repertório dos anos 2000, ‘Two Months Off’, de 2002.
‘Push Upstairs’, outra dos anos 90, no setlist (do álbum “Beaucoup Fish”, de 1999), veio envolta de um forte jogo de luzes amarelas no palco, empurrando a plateia ainda mais para a imersão. Foi seguida de ‘Jump’, também do disco de 99.
Depois de Hyde agradecer em português veio a clássica ‘Dark Train’, do essencial “Dubnobasswithmyheadman”. A plateia parecia um pouco menos empolgada em ‘King of Snakes’ e ‘Cowgirl/Rez’. Mas logo depois de ‘And the Colour Red’ ecoaram os primeiros acordes de ‘Born Slippy .NUXX’, o clássico absoluto da banda, parte da trilha de “Trainspotting” e reconhecida até pelos curiosos que estavam ali para ver o Kraftwerk e resolveram permanecer na casa. Ali sim, o show se transformou em uma absoluta rave, com a pista inteira entrando na dança, mas já era a última música.
A escalação do Underworld para a noite eletrônica foi perfeita. Contudo, o ideal seria uma troca na ordem do line up, deixando o Kraftwerk como headliner (algumas pessoas já tinham deixado o Vivo Rio antes do final do show da dupla inglesa). Ainda assim, um belo show na estreia mais do que acertada do novo festival.
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