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Celebrity Skin: O último disco do Hole

Os fãs de rock que passaram sua adolescência nos anos 90 conhecem bem Courtney Love. Viúva de Kurt Cobain (Nirvana), o último mártir criado pela vida desregrada de abusos químicos misturado com a loucura que o showbizz cria ao redor de seus ícones, ela sempre foi vista com desconfiança por todos. Alguns chegando a cogitar que ela teria matado ou mandado matar ele, fazendo parecer um suicídio.

Outros, desconfiam que sua carreira musical nunca teria deslanchado se não fosse a fama do marido. Seja qual for a verdade, Courtney Love tinha uma banda e em 1998 lançou seu último álbum de estúdio com ela, chamado Celebrity Skin. Na formação, além de Love nos vocais e baixo, tínhamos Eric Erlandson na guitarra, Melissa Auf Der Maur no baixo e vocais e Samantha Maloney na bateria. Esse disco demorou um ano e meio para sair do papel, já que Courtney Love estava entretida com sua carreira de atriz. Como Love não estava, Erlandson tomou as rédeas como membro fundador, escreveu boa parte das letras e músicas e tentou por diversas vezes gravar o disco.

Em entrevista à Rolling Stone, Erlandson disse que esse álbum era a influência de Johnny Thunders (ex-New York Dolls) aflorando, o que Courtney odiava. Após as diversas tentativas de gravação em Nova Iorque, Miami, Nova Orleans e Londres, o disco foi gravado em Los Angeles durante o ano de 1997. Billy Corgan, vocalista e guitarrista do Smashing Pumpkins, participou das gravações, inclusive modificando e escrevendo a letra de cinco das 12 músicas e tocando baixo na música “Hit So Hard”.

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O que se vê no disco é uma transposição do punk de “Live Through This…” para uma batida mais pop, mas sem perder a força das guitarras, angariando mais fãs e vendendo melhor que os discos anteriores. Love ainda aproveitou o disco para responder as acusações de que seu último trabalho havia sido escrito por Kurt Cobain, creditando todos que participaram do disco em extremo detalhe nos encartes, deixando claro que cada disco da banda não era feito por apenas uma pessoa, descentralizando os méritos, apesar de que, ela sendo a frontwoman do grupo, seria ela quem estaria dando as entrevistas e respondendo pela banda.

E disso surgiram os problemas. A banda se separou em 2003 e Erlandson assinou um contrato com Love, ambos membros fundadores, de que Hole não iria continuar sem ele. Porém, Love não respeitou muito bem esse acordo e até hoje tenta revitalizar a banda, sem a formação original, o que causou manifestos de Melissa Auf Der Maur e Erlandson dizendo que para fazer a banda voltar seria muito mais complicado do que isso.

Ainda assim, Courtney Love quer tentar reaver sua carreira musical depois de tantos surtos em sua vida pessoal que fizeram com que sua promissora carreira cinematográfica fosse deixada de lado. Porém, o Hole ainda precisa de mais do que apenas ela para voltar a ser a banda que foi há quase de 10 anos. Lançar um disco usando o nome da banda não vai ajudar em nada sua carreira. Lançado nesse ano, Nobody’s Daughter é um disco feito por Courtney Love sem a ajuda dos outros membros fundadores e com um pouco da ajuda de Billy Corgan. Só que a ajuda parece que virou briga.

Corgan tem acusado Love de ter roubado suas músicas e usado no disco, inclusive dizendo que ela “deveria abandonar tudo e ir viver a vida em uma fazenda, usando o dinheiro dos royalties que o marido deixou para ela quando escreveu todas aquelas canções fantásticas”. Ao que tudo indica, os acusadores de Love ganharam mais munição para mostrar o quanto ela é uma artista limitada e que sem as outras pessoas, o Hole não passa de apenas um nome, sem a originalidade que um dia teve, talvez um dos principais ícones do rock decadente do final dos anos 90 que acabou por gerar essa nova geração de bandas que tentam fugir daquele estigma.

J.R. Dib

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