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Linkin Park suaviza e empalidece sua sonoridade em “One More Light”

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O Linkin Park é uma das inúmeras bandas que seguiram a esteira do chamado nü metal em sua vertente mais medíocre. Talvez por isso mesmo tenham se tornado queridinhos do público roqueiro mais jovem, ainda sem conhecimento de bandas essenciais como 311, Faith No More e Rage Against the Machine. Graças a esse público, o LP ascendeu ao Olimpo do rock como uma das bandas mais populares dos anos 00.

O disco “One More Light” (Warner Bros Records, 2017) mostra que o grupo enveredou por um caminho que parece ter no ‘Light’ do título um duplo significado. Surpreendentemente eles suavizaram a sonoridade, o que a empalideceu. O que antes era apenas pasteurizado, mas ao menos tinha peso, agora parece ter sido moldado para um consumo ainda mais fácil nas FMs e MTVs. Necessidade não havia, uma vez que já possuem um grande público sedimentado (que recentemente compareceu em peso no Maximus Festival em São Paulo para vê-los). É como se “One More Light” fosse o que “Load” foi para o Metallica.

É louvável a ânsia por ousar, inovar. Ainda mais no posto em que se encontra o Linkin Park. Faz parte da essência do artista. Mas a impressão que fica é que a banda foi confinada por um grupo de executivos de gravadora que os ordenaram que não saíssem dali sem um trabalho mais comercial possível, seguindo uma fórmula composta de tudo o que deu certo no pop recente. Chega-se a essa conclusão porque em momento nenhum é possível perceber uma nesga sequer de autenticidade. As participações especiais de Pusha T e Stormzy (em ‘Good Goodbye’) e Kiiara (em ‘Heavy’) conferem brilho ao álbum. A música que abre os trabalhos, ‘Nobody Can Save Me’ chega como cartão de visitas dessa nova roupagem do LP. Mas durante a audição para algo novo, um lampejo de ousadia, que não vem.

Execrável? Não chega a tanto. A produção é bem cuidada (o mínimo que se espera de uma banda mainstream) e há uma luz no fim do túnel aqui e ali, como na última faixa ‘Sharp Edges’. Ali eles tentam algo puxado para o folk pop no que, dado o contexto, é a maior arroubo criativo do disco. Os vocais de Chester Bennington se quedam na zona de conforto como todo o resto da banda. E a programação e turnables de Joe Hahn em alguns momentos soam deslocados e até inapropriados.

Mas apesar de tudo, “One More Light” vai muito bem comercialmente, tendo chegado ao topo da parada americana fazendo a banda igualar uma marca dos Beatles, Rolling Sttones e Led Zeppelin. No entanto, se o Linkin Park insistir nessa sonoridade no próximo trabalho corre risco de perder créditos até com os fãs mais fiéis.

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