Normalmente caos significa confusão, algo desorganizado. No caso de Guto Goffi — baterista e fundador do Barão Vermelho — C.A.O.S. quer dizer Confusões Artísticas e Obras, título do seu terceiro trabalho solo.
Variedade
Na companhia do grupo O Bando do Bem, Guto apresenta um álbum que vai muito além do rock. Com composições onde aparece sempre como autor ou parceiro, C.A.O.S. tem de tudo um pouco.
São baladas, canções com uma pegada eletrônica, blues, rock e até um samba. Na ficha técnica, a presença de vários nomes de peso, como os companheiros do Barão (Maurício Barros, Fernando Magalhães e Rodrigo Suricato), Edu Krieger e Claudio Bedran (Blues Etílicos).
O álbum, que foi inspirado no trabalho fotográfico feito por Goffi cerca de 15 anos atrás, não destaca a sua bateria. O que mais salta aos ouvidos é a variedade de ritmos e sonoridades.
A produção de Nani Dias é cirúrgica, sem excessos, e a performance do Bando do Bem (que acompanha o baterista desde 2016 em seus projetos solo) é rara. De Decassíçablues (faixa que abre o álbum) até Samba do Adeus (que fecha o trabalho) o ouvinte tem uma surpresa (boa) depois da outra.
Alfabeto musical
Guto Goffi vem cumprindo a promessa de lançar um disco com cada letra do alfabeto. Já foram Alimentar (2011) e Bem (2016) e, agora, C.A.O.S..
Outra promessa de Goffi é a presença de um artista plástico local, expondo as
suas telas, penduradas, atrás do palco, em cada um dos shows de lançamento do álbum, fazendo com que cada espetáculo tenha um cenário único.
Cotação: Muito bom (3,5 de 5 estrelas)