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Protesto dá o tom do Festivália

O quinto dia da Rio 2C teve como atração principal o Festivália. No último sábado (07/04), A feira de negócios do audiovisual abriu suas portas ao público e, além de painéis, game zone e concorridíssimas estações de realidade virtual, a música tomou conta da Cidade das Artes. O Festivália é uma amostra de diversos festivais do Brasil, representados por algumas atrações desses. Nesse dia, o ex-presidente Lula foi preso, e não faltou protesto no palco.
Chamou atenção a nova cena pernambucana. Vindos do festival de Garanhuns, diversos artistas mostraram o que há de melhor na atual produção musical do estado nordestino. Dentre os artistas, chamou bastante atenção Almério, cantor e ator radicado em Caruaru que veio embalado pela ótima repercussão de seu segundo álbum, “Desempena”. Já passou por palcos como o do Rock In Rio 2017, no qual se apresentou ao lado de Johnny Hooker e Liniker. Ele já tinha feito um pocket show no encerramento da primeira etapa do evento (os negócios propriamente ditos) na sexta-feira. E no sábado mais uma vez empolgou a plateia com sua performance magnética, sobretudo com a faixa ‘Queria Ter Pra Te dar’.

Amaro Freitas também cativou os presentes, assim como a hipnótica performance de Aninha Martins. Também participaram do coletivo Isaar, Isadora Melo, Flaira Ferro e Martins. No final, todos juntos no palco fizeram um cover de ‘Sol e Chuva’, de Alceu Valença. O encerramento se deu com cartazes onde se lia “Lula Livre” e “Marielle Presente”.

Em seguida, foi a vez da apresentação de Francisco, el Hombre, representando o festival Psicodália. A banda formada  pelos irmãos mexicanos naturalizados brasileiros Sebastián e Mateo Piracés-Ugarte (com outros três brasileiros de nascença) entregou o mesmo show empolgante visto no Lollapalooza no final de março. E brindou o público com sua alquimia sonora que mistura música brasileira com ritmos latinos e indie rock e letras de assertiva crítica social. A faixa ‘Calor da Rua’ abriu os trabalhos, seguida de ‘Bolso Nada’ e ‘Tá Com Dólar, Tá Com Deus’. Ao chamar as pessoas que trabalham no evento para mais próximo ao palco e convocar a abertura de uma roda, inseriram um snipet de ‘Meu Sangue Ferve Por Você’.

‘Triste Louca e Má’ foi dedicada às mulheres em especial a Marielle Franco. A latinidade de ‘Como Una Flor’ manteve o clima quente da apresentação, ainda mais quando Mateo pediu para que o público agachasse para, a seu comando, emergir, surtindo o “efeito pipoca”. E funcionou. Depois da epifania, pausa para reflexão. O telão mostrou a frase “Há casos em que a sentença já está escrita antes do crime”. Sebastián fez um discurso de indignação com a prisão de Lula e dedicou à resistência do Rio uma reprise de ‘Calor da Rua’. Parecia o fim do show, mas, sob pedidos de bis, a banda voltou com seu novo single, ‘Loucura’.

Emicida fechou a noite e não podia deixar o protesto de lado. O rapper paulistano que se apresentou no festival Samba Rap em janeiro, voltou representando o Mimo com seu último show da turnê do álbum  “Sobre Crianças, Quadris, Pesadelos e Lições de Casa”. Abriu com ‘Boa Esperança’ e prosseguiu com ‘Bang’ e ‘Gueto’. Engrossando o coro dos artistas que passaram anteriormente pelo palco da Cidade das Artes, ele definiu aquele como um dia curioso na História do Brasil. “O que aconteceu hoje significa muitas coisas. Uma delas é que vai ser difícil para caralho calar nóis.” Também lembrou de quando ouvia piadas de cunho racista no ateliê em que trabalhava. “A gente ouvia piada racista o tempo inteiro mas tinha que fingir que não era com nóis porque precisava do dinheiro.”

Emicida também fez a conexão da eleição de Lula a um fato do passado. “A primeira vez que houve possibilidade real de Lula ser presidente, meu patrão chegou dando risada da Dona Marisa falando que ela ia ter o maior trampo limpando as janelas do Planalto. Minha mãe trampava de limpar janelas. Eu nunca vou estar do lado de quem ri de quem limpa janela.” E foi efusivamente aplaudido. O repertório foi basicamente o mesmo do Circo Voador e teve como novidade ‘Pantera Negra’, música inspirada no herói da Marvel. As obrigatórias ‘Hoje Cedo’, ‘Baiana’ e ‘Passarinhos’ estavam lá.

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