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Rodrigo Santos fala ao Ambrosia sobre seu novo álbum e os muitos planos futuros

Rodrigo Santos (ex-baixista do Barão Vermelho) é uma usina de energia musical. O homem não para de produzir e falou com exclusividade ao Ambrosia sobre o seu novo álbum (“Livre”) e os projetos futuros.

Lançado no fim de agosto, “Livre” é o 11⁰ trabalho solo do artista e foi todo composto e gravado entre abril e julho, durante a quarentena, e conta com participações e parcerias de Andy Summers, Roberto Menescal, Guto Goffi e George Israel, entre vários nomes, em encontros virtuais pela internet.

Para as vozes, backing vocals, violões de 12 cordas e os baixos do álbum, Rodrigo montou um mini estúdio em sua casa.

— O disco fala sobre esse tempo de quarentena, mas também fala sobre “a volta”, que vai ter acontecer algum dia, como a canção com o Guto Goffi (“Eu Vou Comemorar”). Tenho a preocupação de registrar esse momento do mundo, que não deve ser esquecido jamais. Esse disco é para lembrar esse momento — diz Rodrigo.

Um dos gatilhos para a produção de “Livre’ foi a morte, por complicações da COVID-19, do amigo, músico e jornalista Rodrigo Rodrigues, com que Santos pretendia formar uma dupla (“Os Rodrigos”).

— O Rodrigo era uma pessoa muito querida e a sua morte me chocou muito. Nós estávamos até montando uma dupla (“Os Rodrigos”) para cantar coisas que gostávamos.. Ele gostava muito de Beatles, futebol e Flamengo. Eu acompanhei pelo Whatsapp a evolução do dia a dia da doença dele. Foi tudo muito rápido. Na quinta-feira a gente se falou e na segunda ele morreu. Compûs a canção “Quem Sabe Mais”, na madrugada desse dia — revela Santos.

Call the Police

Outro momento de destaque de “Livre” é a faixa “Arca de Noé 2020”, composta em parceria com o ex-Police Andy Summer e que foi gravada com a bateria de João Barone (Paralamas do Sucesso), que forma com Rodrigo e Santos o “Call the Police”, banda que toca o repertório da banda inglesa.

— A letra de Arca de Noé 2020 foi feita depois de outro dia de pedaladas na Lagoa (Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro), quando estava vendo os animais tomando conta do espaço público. quando resolvi fazer a letra. Já tinha feito uma outra canção com o Andy para o meu disco Motel Maravilha (2013), mas dessa vez achei legal chamar o Barone. Acabou que ficou legal pra caramba e é um registro do Call the Police. É um reggae, com letra minha e melodia do Andy — explica o músico.

Capa inspirada

“Livre” foi pensado em cada detalhe para ser único. A foto da capa, por exemplo, é de uma sensibilidade que combina perfeitamente com o conteúdo do álbum.

— Todo o conceito da foto foi do Gustavo Gouvea. Ela foi baseada em uma foto da Annie Leibovitz, que era a fotógrafa do John Lennon. Acabou ficando parecida com a foto do filme “Beleza Americana”, porque a foto do filme já era inspirada em uma foto da Annie. Achei que ficou muito bonita e sensível — conta Rodrigo.

O homem não para!

O tempo trancado em casa com a esposa e os filhos parece mesmo ter tido um efeito muito positivo, pelo menos em termos de produtividade. Além do novo álbum, Rodrigo Santos escreveu um livro e está terminando a produção de mais três volumes da Festa Rock, projeto no qual também reúne vários outros artistas e bandas.

Tudo isso, porque 2020 deveria ser um ano “calmo”.

— Tinha lançado um álbum apenas com canções do Cazuza — “Faz Parte do meu Show/Cazuza em Bossa” com o Roberto Menescal e a Leila Pinheiro — e não tinha planos para lançar mais nada este ano. Acabou que veio um single (Heróis da Carne) composta com o Gustavo Gouvea, que é o meu médico, e que homenageia os profissionais da saúde na linha de frente da Covid-19. E, claro, o “Livre”. Nesse tempo, também terminei o livro “Diários da Estrada”, no qual conto como é a vida de um músico durante as viagens e turnês, onde falo do Barão, do Call the Police, e da carreira solo — diz o incansável Rodrigo.

Enquanto ainda divulga o recém-lançado “Livre” e espera o mundo voltar ao normal para que o livro possa se materializar, Rodrigo trabalha nos próximos volumes do Festa Rock.

— Tenho material para, pelo menos, mais quatro volumes da Festa Rock, que espero que comecem a sair já em novembro. Será uma maneira de mostrar que vamos sair dessa e nos divertirmos — diz com esperança.

Um tempo para nunca esquecer

O tema que amarra “Livre”, e o que faz dele um disco singular, é mesmo o momento único que toda uma geração está vivendo em todos os cantos do planeta. Além disso, a indignação pela irresponsabilidade e falta de consciência das pessoas é algo que revolta o ser humano Rodrigo Santos.

— Nesse tempo eu perdi amigos, os pais de alguns amigos e filhos de amigos. Mais de 300 pessoas que eu conheço acabaram sendo infectados pelo vírus. Fico indignado em ver que, no Rio de Janeiro, por exemplo, todos os lugares estão lotados faz tempo.Parece que as pessoas ligaram o F***-se. Eu vou lembrar de cada pessoa que fez uma dessas “M”s e defendeu essa coisa de “não vou tomar vacina”, “vamos tomar cloroquina”, etc. — conclui.

“Livre” está disponível em toda as plataformas de streaming.

PS: A turnê o Call the Police, que deveria ter acontecido este ano, está confirmada para 2021.

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