500 Dias com Gwen Stacy – Uma crítica do Espetacular Homem-Aranha 2

500 Dias com Gwen Stacy - Uma crítica do Espetacular Homem-Aranha 2 – Ambrosia
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“O Espetacular Homem-Aranha 2” chegou com tudo aos cinemas mundiais e está fazendo muito sucesso. Tirando todos os problemas relativos ao roteiro e aos vilões – que já estão sendo tratados extensamente pelas demais críticas que seriam muito melhores que uma minha -, decidi analisar as escolhas dos roteiristas e do diretor em focar grande parte do filme no relacionamento entre Peter Parker (Andrew Garfield) e Gwen Stacy (Emma Stone), casal na vida real que nos traz esta química para as telonas.
O relacionamento dos dois (começado no primeiro filme desta nova trilogia) vai além de um Peter apaixonado e bobo, sonhando com o amor da sua vida. A Gwen Stacy desta série tem carisma, inteligência e é facilmente amável. Emma Stone simplesmente conseguiu criar a mulher que ficará marcada como o primeiro verdadeiro amor de Peter Parker e de quem acompanhou o desenvolvimento da personagem. A verdade é que este filme é mais uma história de amor com cenas de ação entre as cenas de interação entre Peter e suas duas mulheres – a outra, no caso, sendo sua tia May (Sally Field). Peter sabe que seus grandes poderes lhe trarão grande responsabilidade e com certeza farão muitos inimigos. As visões e o flashback da morte do Capitão Stacy, pai de Gwen, são uma lembrança constante de seu cérebro que ele tem que escolher arriscar a vida daqueles que ama contra viver a vida que ele quer.

Aos que não sabem, o diretor Marc Webb ficou famoso graças ao filme “500 Dias com Ela”, um maravilhoso exercício sobre relacionamentos e sobre como nem tudo acontece da forma que queremos quando se trata de amor, relacionamentos e escolhas da vida. Aqui, vemos sua influência no relacionamento de Peter e Gwen. Há o que se pode chamar de encontros e desencontros entre os dois graças aos conflitos internos de Peter, o que cansa Gwen a ponto dela se matricular em uma faculdade na Inglaterra para não ser obrigada a ficar perto de quem ela ainda ama, mas que não toma uma decisão em sua vida. O conflito dos dois e o desenvolvimento dos personagens é o ponto mais forte e o pior erro do filme, usando este desenvolvimento de forma temerária para criar a tensão final no último terço.
Os fãs de quadrinhos sabem o destino do relacionamento dos dois e como isso afeta o herói de forma negativa e, depois de muito tempo, de forma positiva. Porém, realizar isto da maneira como escolhida no filme foi um crime contra tudo que o relacionamento dos dois representou para quem estava ali se divertindo durante os primeiros dois terços da película. Vi uma sala de cinema simplesmente desabar em incredulidade com o final e muita gente reclamando do mesmo. Não sou contra matar personagens principais, desde que a morte gere o desejado sentimento no espectador. Raiva e frustração com o longa e não com a morte de Gwen não são sentimentos desejados. Talvez  tenha sido esse alongamento desnecessário da trama pífia de Electro e de Harry Osbourne, dois dos piores vilões dos últimos filmes de super-heróis – e nesta lista podemos colocar todo bestiário de vilões de Batman desde a era Joel Schumacher até o péssimo Bane de “Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge”. Abaixo, vai a cena original dos quadrinhos quando o Homem-Aranha falha em salvar Gwen Stacy (este é o sentimento que cada pessoa na sala de cinema deveria ter).

A verdade é que os vilões apenas fizeram por atrapalhar o desenvolvimento do longa e do casal principal. Não me surpreenderia se algum fã pegasse este filme assim que sair no “mercado caseiro” e estripar algumas cenas com os vilões para simplesmente focar mais em Peter e Gwen e mostrar que havia algo muito maior em termos de história do que focar em atores famosos que querem ser vilões caricatos e provavelmente assinaram um contrato com uma exposição mínima. Isso se demonstra pelo fato de que Jamie Foxx a quase toda hora recebe close-ups em seu rosto (mesmo já transformado em Electro), para mostrar o ator sendo um dos piores vilões de todos os tempos. A forma como eles foram criados e o desenrolar das cenas finais demonstra que havia uma espécie de dois pesos e duas medidas para as cenas do filme. Nas mais intimistas, o diretor mostra carinho, dedicação e sensibilidade. Nas de ação e quando se envolviam os vilões, o que se viu foi a exploração caricata e exagerada, dando um tapa em todos e dizendo: “Estas cenas não são algo de que me orgulho e esta não é a história que eu queria contar”. Infelizmente um filme de super-heróis deve ter algum tipo de cota mínima de cenas de ação e, por melhor que elas sejam, não servem de nada se aqueles envolvidos nelas não tiverem uma ligação com o espectador.

Este é um filme que depois de assistir por duas vezes, fica aquele sentimento dúbio. Eu gostaria de poder amar ele em sua totalidade, dizer que a fantástica trilha sonora e as atuações de Andrew Garfield, Emma Stone e Sally Field salvaram o filme, mas infelizmente sem um bom vilão e uma boa razão para Gwen Stacy morrer, o sentimento que ficou é que, por mais bela que a cena de sua morte possa parecer, os eventos que levaram a ela foram, no mínimo, péssimos. Só podemos esperar que consigam criar este ambiente novamente no próximo filme da franquia e coloquem um vilão digno do tamanho e da importância do Homem-Aranha.

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