Como todo mundo que acompanha as notícias de quadrinhos sabe, a Panini adquiriu os direitos de publicar a linha DC/Vertigo aqui no Brasil depois que a Pixel deixou de publicá-los. A primeira edição da nova revista Vertigo saiu esse mês com Tessalíada, Escalpo, Hellblazer, Lugar Nenhum e Vikings. Ainda, temos dois encadernados com as cinco primeiras histórias de Y – O Último Homem e ZDM (que a Pixel havia nomeado DMZ, mas foi traduzido). A única reclamação que eu faço a respeito do mix da revista mensal é que Constantine/Hellblazer irá reiniciar da edição 175 e não da 159 onde parou na Pixel Magazine.
Porém, haviam outras séries que eram publicadas pela Pixel como Monstro do Pântano, Fábulas, João das Fábulas, DMZ, Promethea e uma minissérie em 12 edições que teve apenas algumas edições lançadas e logo que a Pixel foi cancelada, parou de ser publicada também. Eu me refiro à Frequência Global, mais uma loucura de Warren Ellis que fala sobre um grupo de pessoas comuns se unindo ao redor do globo para proteger a Terra das mais diversas ameças, todos sob o comando da misteriosa Miranda Zero.
Só um detalhe, em 2005 foi feito um episódio piloto de uma série baseada nos quadrinhos, mas que nunca foi transmitido.
Todas as histórias são fechadas em cada edição e normalmente tem m ritmo frenético de um filme de ação. Em duas rápidas recapitulações eu resumo a série toda. Depois eu penso em fazer Preacher, mas não prometo nada!!!
Frequência Global #1 – Desenhos de Gary Leach
Como diz o ditado, ao bom entendedor, meia palavra basta. E é assim que Ellis começa sua série. Sem muitas apresentações, sem biografias, nada, apenas duas personagens principais e uma premissa. Aleph é o contato mundial entre os 1001 membros da Frequência Global. Miranda Zero é sua chefe e comanda a equipe. Quando surge uma emergência, elas unem os melhores em cada área e fazem seu trabalho.
Nessa primeira edição. Vemos um homem chamado Janos Voydan sofrendo uma série de espasmos e sendo atropelado por um carro. Ele cai com os olhos brilhando. No local, o primeiro operativo da FG verifica que ele ainda está vivo. Janos consegue se livrar dele e foge. Enquanto isso Aleph chama apoio aéreo de uma piloto na cidade e aproveita e coloca uma outra mulher para usar os satélites espiões do governo para monitorar a perseguição.
Aleph pega os dados do satélite e manda ao especialista do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusets) que está usando roupas sado masoquistas. Este diz que Janos está emitindo energia e criando uma espécie de buraco negro dentro da cidade. Ele indica que quem tem conhecimento nessa área é Ivan Alibekov. Miranda Zero vai até ele. Ivan fugiu da antiga União Soviética, mas sem antes ter conhecimento a respeito de experimentos com buracos de minhoca e Janos, que tinha poderes paranormais de telecinésia. Usando a tecnologia russa, eles implantaram nele um receptor que iria potencializar seu poder e criaria um buraco de minhoca que traria uma bomba atômica para onde ele estivesse. Era uma missão suicída, porém, a guerra acabou. Só que o receptor ficou preso na cabeça de Janos e agora ele estava se descontrolando. A única maneira de parar isso é destruir o receptor e matar Janos.
O agente no local recebe as informações de onde atirar, mas quando está prestes a atirar, Janos muda o ângulo de sua arma e o tiro o mata e para o processo, salvando a todos.
Frequência Global #2 – Desenhos de Glenn Fabry
O governo americano perdeu o controle sobre seu homem biônico e agora precisa que a FG atue para evitar que ele fuja do projeto Big Wheel e invada Las Vegas, isso antes que ele mate os reféns dentro da base. Ao contrário da concepção básica de homem biônico, esse parece mais um esqueleto robótico com pedaços de carne em algumas partes.
Os especialistas da missão incluem um Atirador de Elite, um cientista, uma soldado e uma ex-operativa da CIA que tem um braço robótico. Miranda Zero está no local também e comanda o grupo de resgate dos reféns. Os 28 especialistas fora do local ajudam o grupo a entrar e avisam que há uma fonte de calor massivo à frente. Miranda avisa que o homem biônico tem cinco mini reatores nucleares em seu corpo e que estes não devem ser acertados pois poderiam criar uma zona de 30 milhas proibida a humanos.
Eles encontram ele, mas o monstro não aceita a ajuda deles. Enquanto eles tentam convencê-lo, Aleph se comunica com os sobreviventes e manda eles fugirem para os helicópteros na área externa. Como não há acordo, a única saída é a violência. O atirador de elite ficou na área externa, de prontidão. Os outros o atacam, mas seu corpo é muito resistente. A mulher com braço biônico o ataca e manda que o cientista os ataque com um Pulso Eletromagnético, que frita os dois, mas o Homem Biônico ainda vive.
Miranda e o cientista fogem no helicóptero enquanto o atirador aguarda o homem biônico. Enquanto ele tenta usar um laser para derrubar a aeronave, o atirador detona um de seus reatores nucleares e o mata, isolando todo o complexo e impregnando a si e à área com radiação que irá corromper os dados sobre toda a operação.
Frequência Global #3 – Steve Dillon
Essa edição talvez seja a que eu mais li de Frequência Global. Começamos com Aleph chamando Lana Kennedy a uma emergência na cidade. Sua carona é Nick Cho. No local dos fatos, Miranda Zero aguarda a chegada do resto dos operativos. A situação envolve uma transmissão alienígena interceptada por um dos membros do SETI (Search For Extraterrestrial Intelligence ou Busca Por Inteligência Extraterrestre). Ao que parece, os dados acabaram por infectar as pessoas de uma área da cidade com dados sobre a cultura alienígena de forma que esta se propagasse nos planetas que a recebecem. A palavra chave aqui é Meme.
Meme é a escala mínima de cultura. Criado por Richard Dawkins em seu livro “O Gene Egoísta”, um meme é algo criado por uma sociedade que acaba invadindo todas as pessoas ligadas aquela cultura, seja uma canção, seja um vídeo no youtube. Aqui no caso o meme infectou aquele que o recebeu primeiro e este foi atacando e passando esse meme para outras pessoas, que agora se uniram em forma de bando e estão criando uma estrutura para transmitir esse meme alienígena e propagar sua infecção. Lana, como especialista em neurolinguística, escreveu um ensaio sobre o assunto e sua única saída para o caso é bombardear tudo e queimar o resto que sobrar.
Miranda Zero e o grupo resolve resgatar as pessoas infectadas indo direto a fonte primária da infecção. Os infectados os recebem à bala. Enquanto Nick e outros defendem o perímetro, Miranda e Lana vão até o computador infectado inicialmente e Lana se deixa infectar para poder criar uma contra linguagem aquela infecção. Um anti-vírus por assim dizer. Lana percebe as diferenças entre a cultura alienígena e a humana, as relações humanas e usa isso em sua vacina. Usando uma viatura da polícia, eles transmitem isso para que os infectados fossem curados, só que ela, por ser bissexual, inseriu suas experiências na vacina, o que pode ter transformado todos que ouviram a transmissão em bissexuais.
Frequência Global #04 – Roy Allan Martinez
Ellis mais uma vez mostra que sabe escrever tanto histórias com um elevado grau de informações quanto uma bela história que envolve tiroteios e um enredo simples.
Um grupo se une acreditando que poderá passar para o próximo mundo ao morrer graças ao veneno que tomaram. Eles prenderam mais de trinta pessoas a explosivos que irão detonar caso o coração do líder deles pare de funcionar. Essas pessoas só não morrerão caso o governo australiano cumpra as exigências deles. Aleph contata Danny Gulpilil e Jill Cabot. Após explicar a eles sobre a situação, os dois invadem o prédio e começa o tiroteio.
Aleph soube do suicídio coletivo e das bombas através do site do grupo, que foi o único lugar que eles postaram a exigências, e ninguém viu, porque ela tirou o site do ar. Enquanto o tiroteio acontece, Aleph liga ao líder dos idiotas, o primeiro entre iguais, e diz que o site foi derrubado e que ninguém irá saber porque eles morreram. Para piorar, ela disse que queimou o controle remoto das bombas com um pulso de microondas. Enquanto o primeiro pensa, Danny e Jill pensam em como invadir o andar com os reféns.
Ele começa a dizer a Aleph que o controle é algo sagrado e que ele tem fé que ele irá funcionar. Quando ele ameaça apertar o botão. Danny e Jill invadem o lugar e metralham a mão dele, sem saber que na verdade a bomba não explodiria se ele morresse. A edição termina com Jill convidando Danny a ir para a cama com ele depois dos dois ficarem se cutucando constantemente durante todo o tiroteio.
Frequência Global #05 – Jon J. Muth
Na Noruega, Miranda Zero se vê diante de um salvamento diferenciado. Alguns dias antes, um grupo de fãs de uma banda de Black Metal ateou fogo a uma igreja. Após isso, a cidade ficou sem energia elétrica. Quando os operários foram restaurar a energia, eles encontraram os moradores da vila totalmente catatônicos. Após alguns dias, esse estado passou, mas as pessoas não estavam mais sãs. A FG se reune em um chalé e começamos a conhecer a equipe da vez.
Beta Krisjandottir é a parapsicóloga, Alan Crowe é um mágico e começa a falar sobre Aleister Crowley e como ele fazia suas mágicas e manipulava as pessoas. Vemos as pessoas em sua insanidade ou catatonice. O grupo entrevista elas e Beta apresenta uma fita para que todos possam ouvir o que os moradores contam que houve naquela noite.
Todos, sem exceção, reportam terem ouvido uma canção vindo do céu e quando olharam, viram um anjo tomando todo o céu.
Crowe reaparece e leva Beta até o que sobrou da igreja e lá, eles discutem sobre o que causou a visão. Beta acha que a alucinação coletiva se deu em razão da visão da igreja queimando, o que talvez tenha causado as pessoas a ver a imagem de um anjo. Crowe diz que a mágica fez aquilo e ele a mostra porque. Debaixo da igreja, uma série de túneis que, ao se tacar um pedra neles, reverberam com um nota bem grave. Agora, se uma pedra fez aquilo, o que um incêndio teria feito? Soma-se as duas teorias e temos a resposta para o caso. Crowe desapaerece logo em seguida a resolução, como num passe de mágica.
Após começar o tratamento das pessoas, Miranda se vira para Beta e fala que eles sabem a resposta, mas, e se eles vissem de verdade um anjo, será que não teriam a mesma reação?
Eu fico por aqui e termino as outras sete edições na semana que vem, já aguardando pedidos de novas séries para apresentar a resenha. Deixo aqui também aos leitores que dêem uma idéia para um novo nome para a coluna, afinal, eu não estou resenhando o que sai nas bancas há semanas.
J.R. Dib













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