Chris Claremont, autor de clássicos dos X-Men, recentemente compartilhou suas opiniões com O Globo sobre quadrinhos, o mutante brasileiro e a Comic Con Experience (CCXP) em São Paulo.
Claremont, embora não seja o criador original dos X-Men, desempenhou um papel significativo nas histórias dos mutantes da Marvel entre 1976 e 1991. Ele guiou as aventuras de personagens icônicos como Wolverine, Fênix, Tempestade e Noturno. Essas histórias se tornaram um fenômeno global, influenciando não apenas os quadrinhos, mas também se tornando base para muito do que seria desenvolvido nos cinemas, tv…
Agora, aos 73 anos, Claremont está de volta aos gibis dos mutantes com a nova minissérie de Wolverine, intitulada “Deep Cut”. Ele também está ansioso para participar da CCXP em São Paulo, que ocorrerá entre 5 e 8 de dezembro de 2024.
“Gosto muito de ir ao Brasil. Acho que em todos os países, em todos os lugares, a conversa com os leitores é sempre baseada em uma pergunta: gostou da história? Bravo! Se não gostou, por favor, vamos conversar para eu saber o que funcionou ou não”.
O autor expressou seu entusiasmo em conversar com os leitores brasileiros e compartilhar sua paixão pelas histórias que criou, além claro, de destacar o personagem mutante brasileiro que ele criou:
“Em 1982, criei um personagem brasileiro, Roberto da Costa, o Mancha Solar. Ele fazia parte do grupo Novos Mutantes, uma espécie de equipe júnior dos X-Men. Roberto era uma espécie de resposta sobre a realidade política e social do Brasil. Imaginei que seria interessante, aceitável e até irônico ter um adolescente cujo pai é um bilionário, mas que também é negro. Entendo que a questão racial sempre foi — de um ponto de vista político e social — um aspecto desafiador da História Brasileira, certo? Na adaptação para o cinema (“Novos Mutantes”, lançado em 2020), o estúdio ficou muito satisfeito ao conseguir, realmente, escalar um brasileiro (o ator Henry Zaga) para o papel. Mas, para mim, aquela pessoa não poderia fazer o papel, pois era uma pessoa de pele clara. Para mim, aquilo tirou toda a razão de o personagem existir.”
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