Festival do Rio: Faca no Coração é um slasher inusitado – Ambrosia

Festival do Rio: Faca no Coração é um slasher inusitado

Pouco depois do lançamento de “Halloween”, o Festival do Rio dá a oportunidade de se conferir um autêntico slasher movie, mas revestido de uma roupagem inusitada, trazendo outras nuances para o gênero. “Faca no Coração” é uma produção francesa que olhando com bastante atenção segue a linha dos filmes de terror americanos que seguiram a escola do longa de John Carpenter.
A trama se passa na Paris de 1979, onde Anne (Vanessa Paradis), uma produtora e diretora de filmes pornôs para o público gay, é abandonada por sua amante e montadora, Lois (Kate Moran). Sua vida vira do avesso quando os atores de sua ambiciosa produção começam a ser misteriosamente assassinados. Ao mesmo tempo que tenta reconquistar Lois, ela se vê envolvida em uma estranha investigação.

Festival do Rio: Faca no Coração é um slasher inusitado – Ambrosia

No caso aqui, sai o contexto da high school/faculdade dos filmes dos slashers e entra os bastidores da indústria da pornografia gay, que o diretor Yann Gonzalez mostra com bom humor e tintas quentes. Os arroubos experimentais que são salpicados ao longo da trama remetem imediatamente aos filmes da época em que a trama se passa. O visual do assassino se encaixa dentro do universo fetichista, mas também se encaixa no melhor estilo serial killer de filmes trash. Vale chamar atenção para a “arma” que ele utiliza para matar as primeiras vítimas (a primeira execução, inclusive, causa uma certa agonia).

O desfecho não é dos mais satisfatórios, algumas decisões criativas tomadas pelo diretor também atrapalham o bom andamento narrativo, mas isso não chega a manchar totalmente a proposta. Vanessa Paradis, fenômeno pop da França que foi casada com Johnny Depp e fez sucesso nos anos 80 com a música ‘Joe Le Taxi’ – que virou o ‘Vou de Táxi’ da Angélica – está cintilante e segura na atuação. Ela favorece bastante o trabalho de fotografia, que é um dos trunfos do filme.
“Faca no Coração” não é para todos os gostos, mas a proposta estética e narrativa o tornam irresistíveis para os amantes do cinema menos convencional.

Cotação: 3/5 – Bom

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