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Festival do Rio: “Fala Comigo” e sua interessante personalidade romântica

Primeiro longa metragem do roteirista e diretor Felipe Sholl, Fala comigo incomodou e encantou a plateia do Festival do Rio 2016. A premissa já aponta para esses extremos: Diogo, um adolescente de 17 anos (Tom Karabachian, carismático), tem o fetiche de ligar para os pacientes da mãe (Denise Fraga), que é psicóloga, e se masturbar enquanto escuta a voz do outro lado. Uma dessas pessoas é Angela (Karine Teles), mais velha, que foi largada pelo marido, deixando-a deprimida e com evidentes problemas psicológicos.

O filme começa mostrando essa mania pitoresca de Diogo de masturbação e a relação que passa a construir com Angela. Sholl faz essa transição dramática de maneira muito sensível. O roteiro vai evoluindo as perspectivas desses personagens, que se configuram entre a descoberta sexual e da própria identidade dele e o desabrochar da reconstrução emocional dela.

A câmera está sempre muito próxima aos personagens, como uma forma de intensificar essa autodescoberta. Impressionante como o filme cresce exponencialmente ao longo da projeção, abrindo espaço tanto para Tom quanto para Karine desenvolverem suas personas, assim como Denise Fraga, numa composição bem interessante e incomum ao que sempre vinha fazendo.

Mais uma vez, o diretor retrata com esperteza a complexidade da adolescência, como vimos em seu premiado curta . O tema, a princípio, parece espinhoso, mas ao mirar na humanidade de seus personagens, o diretor se impõe como um observador astuto das relações humanas. Dentro e fora de puberdades.

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