"Oito Mulheres e um Segredo" diverte, mesmo não trazendo grandes novidades – Ambrosia

"Oito Mulheres e um Segredo" diverte, mesmo não trazendo grandes novidades

"Oito Mulheres e um Segredo" diverte, mesmo não trazendo grandes novidades – Ambrosia

Um dos remakes mais bem sucedidos dos últimos anos, “Onze Homens e um Segredo” (2001) criou uma ótima atualização dos filmes estrelados pelo “Rat Pack” (Formado por Frank Sinatra, Dean Martin, Sammy Davis Jr. e Peter Lawford), que foram substituídos por astros de comparável grandeza, como George Clooney, Brad Pitt, Matt Damon, Don Cheadle, Andy Garcia, entre outros, numa bem elaborada trama de assalto, onde o carisma dos protagonistas e a direção esperta de Steven Sodenbergh se tornaram o grande destaque da produção, que ainda gerou mais duas sequências em 2004 e 2007 que, mesmo que não tenham alcançado o mesmo nível do primeiro capítulo, não fizeram feio na bilheteria.
Portanto, não demorou muito para que Hollywood resolvesse voltar ao universo do grupo de ladrões sofisticados e seus golpes mirabolantes. Mas, dessa vez, com uma diferença: Ao invés de homens, a nova continuação seria estrelada por mulheres, já que elas estão cada vez mais poderosas e se mostrando capazes de comandarem o espetáculo, deixando de lado o tradicional papel de mocinhas que precisam da ajuda de príncipes encantados. Isso fica bem claro em “Oito Mulheres e um Segredo” (“Ocean’s Eight”, 2018), que traz um ótimo elenco que se mostra em excelente sintonia para estrelar uma divertida e eficiente história que, se não tem grandes inovações, pelo menos não deixa ninguém frustrado pela iniciativa e vai agradar principalmente a quem curte o empoderamento feminino.
Assim, acompanhamos a trama de Debbie Ocean (Sandra Bullock), irmã de Danny Ocean (George Clooney), que deixa a cadeia após cumprir um pouco mais de cinco anos de sua pena. Disposta a recuperar o tempo perdido, ela logo procura sua ex-parceira de golpes, Lou Miller (Cate Blanchett), e pede para que ela execute um elaborado plano. Para isso, a dupla contrata um grupo de especialistas: a joalheira Amita (Mindy Kaling), a trombadinha Constance (Awkwafina), a receptadora que virou mãe de família Tammy (Sarah Paulson), a hacker Bola Nove (Rihanna) e a estilista de moda cheia de dívidas Rose (Helena Bonham Carter).
O objetivo é roubar um colar de diamantes avaliado em US$ 150 milhões que será usado pela famosa atriz Daphne Kluger (Anne Hathaway), durante o Baile de Gala do Met, em Nova York. À frente da operação, Debbie faz de tudo para que o golpe dê certo e que nem ela, nem nenhuma de suas companheiras, acabe parando atrás das grades.
Um dos principais méritos de “Oito Mulheres e um Segredo” é manter o bom nível de entretenimento que os outros filmes da série também proporcionavam (talvez “Doze Homens e Outro Segredo” esteja um pouco abaixo em termos de diversão). Assim, temos uma direção segura e elegante de Gary Ross (que substitui Sodenbergh, aqui apenas como um dos produtores, e também é coautor do roteiro, ao lado de Olivia Milch), que deixa a narrativa sempre agradável e com um bom ritmo.
O cineasta, que comandou o primeiro “Jogos Vorazes”, pode não ser tão criativo quanto o ganhador do Oscar por “Traffic”, mas sabe como contar bem uma história de forma que, mesmo quando parece que as situações já foram vistas antes, nunca deixa que elas surjam sem graça ou enfadonhas.
Para quem curte moda, o filme é um prato cheio, já que os luxuosos figurinos de Sarah Edwards chamam (e muito) a atenção, principalmente no terço final da trama. Além disso, as participações especiais de atrizes como Katie Holmes ou celebridades e modelos, como Kim Kardashian e Heidi Klum, dão um gosto a mais ao público. Assim como a trilha sonora cheia de swing de Daniel Pemberton, revelando-se um bom substituto para David Holmes (dos três primeiros filmes), embora seu trabalho mais interessante tenha sido o score de “O Agente da UNCLE”.
O único porém do filme está no fato de que tudo na trama acontece sem maiores surpresas. Há poucas coisas que acontecem de forma inesperada e todas as ações feitas pela equipe de Debbie Ocean funcionam de uma maneira tão eficaz que não há verdadeiros riscos e elas nunca parecem estar em perigo em relação ao que fazem. Tanto que elas não chegam nem a enfrentar um grande inimigo, como foi, por exemplo, o vilão interpretado por Andy Garcia na primeira trilogia.
Um(a) espectador(a) mais atento(a) pode até anteceder o que vai acontecer na cena seguinte, o que pode gerar uma certa decepção. Mas, pelo menos, o interesse pelas personagens e suas ações são válidos e não é de se espantar de que grande parte do público vai torcer para que as refinadas ladras se deem bem no fim das contas.
O grande acerto do filme, felizmente, está na escolha de seu elenco principal. Sandra Bullock não precisa fazer muito esforço para conquistar o espectador graças à sua simpatia e carisma naturais, necessários para convencer como a líder de uma quadrilha sofisticada, assim como o “irmão” George Clooney. Cate Blanchett, mais uma vez, está sempre magnética toda vez que aparece na tela, mesmo quando sua personagem está mais para a “escada” da protagonista. Anne Hathaway também brilha como a atriz deslumbrada com a fama e não muito inteligente. Helena Bonham Carter diverte como a estilista que acaba entrando para o esquema de forma relutante e que nem sempre sabe o que fazer.
Já a cantora Rihanna mantém o padrão de suas atuações no cinema: poucas falas e muita marra. Mas, dessa vez, isso funcionou no papel de hacker descolada e vai deixar seus fãs felizes. Quem poderia ter um pouco mais de espaço na trama é a ótima Sarah Paulson, que tem tem até uma personagem interessante porém pouco explorada, assim como suas parceiras Mindy Kaling (que se destacou na série de TV “The Office”) e Awkwafina. Talvez sejam melhor aproveitadas numa possível sequência.
Entre os homens, os destaques vão para o comediante e apresentador de talk show James Corden, que vive um investigador de seguros ligado ao passado da protagonista, e Richard Armitage, que aparece bem diferente do Thorin da trilogia “O Hobbit” como o suspeito dono de uma galeria de arte. Os dois estão funcionais, mas nada impressionantes.
“Oito Mulheres e um Segredo” é um bom ponto de partida para uma nova série de filmes que certamente vão agradar em cheio quem curtiu os filmes anteriores, agora numa pegada mais Girl Power. Só precisa trazer mais e melhores inovações no futuro para que essa franquia em potencial se mostre mais eficaz. Porque, de resto, a equipe liderada por Debbie Ocean dá conta do recado direitinho e merece ser vista mais vezes. Agora é aguardar o próximo golpe.
Filme: Oito Mulheres e um Segredo (Ocean’s Eight)
Direção: Gary Ross
Elenco: Sandra Bullock, Cate Blanchett, Anne Hathaway, Mindy Kaling, Sarah Paulson, Awkwafina, Rihanna e Helena Bonham Carter
Gênero: Aventura, Ação
País: EUA
Ano de produção: 2018
Distribuidora: Warner Bros.
Duração: 1h 50min
Classificação: 14 anos

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