Após quatro semanas resumindo todos as 26 edições de Planetary, hoje, 7 de outubro de 2009, eu pude ler com exclusividade a última edição de Planetary e se ela não é a melhor, talvez seja a que mais Warren Ellis teve de estudar para escrever. Precisa falar que vem spoilers de montão e que eu vou resumir a edição inteira?
Começamos a edição um ano após a queda (literal) de Randall Dowling e os Quatro. O mundo, como Elijah havia prometido, mudou. Todas as tecnologias de Dowling estão sendo divididas com o povo através da Fundação Planetary ou a Corporação Hark. Sistemas de comunicação intra espacial instantânea, tecidos de hiper colimação para escudos anti bombas, “Estações de Vida” que proporcionam água, proteinas, calor e luz de graça para a população são algumas dessas tecnologias em uso.
Porém, apenas um ano após a última edição, apenas 20% dos dados de Dowling haviam sido analisados e Elijah não está feliz com isso. Juntando-se a Jakita e o Baterista, eles começam a rever os eventos da morte de Ambrose Chase. Desde a criação do universo ficcional até a invasão e Ambrose sendo baleado. Só que o Baterista diz que, como Ambrose pode manipular a realidade a seu bem entender, ele pode muito bem ter se prendido em uma bolha de tempo congelado e ainda estar lá, evitando morrer. Elijah e o Baterista ficam conversando sobre isso e Jakita está mais entediada que o normal.
Ainda, o Baterista diz que Dowling tinha uma teoria sobre viagem no tempo, que nunca havia sido aplicada, porém estava totalmente montada em seus arquivos. Só que, para ele, ela não ajudaria, porque não dá para voltar no tempo. Eles só poderiam voltar no tempo até no momento em que ligassem a máquina, colapsando todos os futuros possíveis em um só, afinal, no momento em que ligassem ela, as incertezas da realidade deixariam de existir, ficando apenas aquele futuro e passado certos, o que poderia causar um estrago enorme no tecido da realidade.
Todos aqueles que tivessem acesso à Máquina do Tempo no futuro só poderiam voltar até o momento em que esta fosse ligada, o que iria causar com que todos os futuros possíveis que colapsaram surgissem naquele exato momento para ver a criação da viagem no tempo.
No local onde Ambrose foi baleado, a nave que viajou ao universo ficcional ainda está no hangar, só que dessa vez a operação é do Planetary e todos estão criando suas teorias sobre o uso da máquina do tempo e de como salvar Ambrose. O Baterista precisa inicialmente verificar a presença de radição residual que acusem a presença de Ambrose preso na sua bolha fora da realidade. Depois disso, para energizar a máquina do tempo, eles precisam de enormes quantidades de energia. Agora é que Ellis faz o leitor ter uma leve viagem no ácido.
Se Ambrose estiver lá, ele estará gerando algo conhecido por Espuma Quântica, que é sinal externo de algo estranho e desfigurante está afetando a realidade. Se ela puder ser visualizada, parecerá com centenas de tornados dentro de uma caixa. Esse vórtice criam vácuos que geram energia chamada energia de ponto zero, ou seja, energia que vem de lugar nenhum, ou seja, Ambrose vem gerando energia para salvar a si mesmo desde o princípio, o que é estranho.
Apóss isso, o Baterista fala sobre o loop de luz que será usado para abrir o portal da máquina do tempo e trazer Ambrose para o futuro usando as próprias energias dele. Enquanto conversam, o grupo de investigadores do Planetary acha o ponto em que a radiação está concentrada e é precisamente onde o Baterista havia dito que Ambrose havia sumido. Enquanto os sistemas de imagem são instalados, Jakita e Snow conversam. Ele está extremamente irritada por não poder acertar ninguém e sabe que isso é muito superficial da parte dela.
O Baterista começa os procedimentos e vemos tudo como ele descreveu, a espuma quântica e de dentro dela, uma forma que mostra Ambrose na pose em que estava quando desapareceu.
Com a confirmação de que Ambrose está vivo, eles montam a máquina do tempo ao redor do local e preparam seu uso. O Baterista ainda tem suas dúvidas, mas Snow diz para ele se preocupar com a máquina e os gatos dele (se referindo ao gato de Schrodinger) que ele se preocupa com o futuro. Antes que o Baterista acione a máquina, Elijah diz que ele e o sr. Heisenberg irão acionar a máquina (Heisenberg é o criador da Teoria da Incerteza que, em escala microscópica, trata da incerteza a respeito da posição de uma partícula se tivermos muita certeza de outra que está próxima dela, o que basicamente implica que a certeza do observador se traduz na incerteza da posição da partícula ou sistema), ou seja, Elijah está usando o Princípio da Incerteza ao seu favor por, simplesmente não ter a mínima idéia do que poderá acontecer, tentando aumentar as chances de que o resultado sejam previsíveis conforme a sua intenção.
Ao acionarem a máquina, diversos portais surgem à volta deles e de dentro, várias versões de Jakita, Snow e o Baterista surgem de diversos futuros. Todos para observar a tentativa de resgate de Ambrose Chase. O Baterista consegue estourar a bolha de probabilidade de Ambrose. A máquina começa a desmontar e Jakita pula e a segura até o final do processo quando ela desaba sobre o local onde está a equipe de resgate do Planetary, esfriando o local. Então, como planejado, Ambrose surge, no estado em que se encontrava quando sumiu. A equipe médica age e o estabiliza, mas ele precisa de cirurgia para sobreviver.
Então, surge dos portais uma versão de Ambrose que agradece a Elijah por lhe devolver a vida. E enquanto todos os outros voltam a seus devidos futuros, Elijah diz ao Ambrose salvo que ele só perdeu alguns anos de vida e que agora eles terão um grande futuro a sua frente.
Terminando assim uma das melhores séries de todos os tempos, muitos podem pensar que Ellis pregou uma peça nos leitores, mas, na verdade, o que ele fez foi simplesmente amarrar e mostrar como se poderia salvar Ambrose Chase. Na verdade, essa edição está mais para um epílogo da edição #26 do qualquer outra coisa. Ela não é uma continuação, mas simplesmente foi feita para amarrar a única ponta solta que faltava, que no caso era o salvamento de Ambrose Chase, e isso foi feito maravilhosamente, sem enrolação e sem desviar do assunto.
Os interesses de Elijah Snow e do Planetary foram cumpridos. O mundo é um lugar melhor graças a eles e agora, apenas faltava salvar um amigo perdido enquanto lutava contra aqueles que tornavam o mundo miserável. Não tenho dúvidas de que um dia Ellis poderá escrever uma nova fase para Planetary, mas, para mim, esse ciclo se fechou harmoniosamente com essa edição.
J.R. Dib
E foi, é e será um mundo estranho. Não importa, caramba! Nós o mantivemos, mantemos e o manteremos assim!
É isso aí Álvaro! Não vai ter nenhuma citação do Livro de Ellis?
Só essa: “E o homem que se chama Neve entrou na bocarra do Tempo, sem temor. Junto ao jovem que fala com o maquinário e a mulher com a força de mil homens. Seus destinos eram ignorados, mas souberam os pequenos deuses de outra dimensão que a Terra não estava a venda, enquanto os escritores estivessem atentos às estripuias do destino. Vinde, ó Ellis, arauto de Galactus! Faça, de novo, estranhas todas as cousas!” Apócrifos do Livro de Ellis, cap. 10, vers. 1-5
Amém!
Eu só fiquei com mais vontade…
valeu JR, pelas resenhas, um bom trabalho!!
(E rezemos a São Eisner pela publicação desta na integra por aqui…)
I thought it was going to be some boring old post, but it really compensated for my time. I will post a link to this page on my blog. I am sure my visitors will find that very useful.
Somente agora li essa incrível HQ que é Planetary. Utilizei seus artigos como “guia de referências” para manter uma linearidade na compreensão da história. Contudo, uma única dúvida me resta, e eu não sei se realmente é um fato que ficou no ar, ou se deixei escapar algum detalhe. De qualquer forma, lá vai: Alguém sabe me dizer quem era o “quarto indivíduo” trazido pela missão de coleta e qual foi o seu destino? Grato pela atenção.