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Um Batman inexperiente no cenário cruel de Faces da Morte

Quando Batman estreou na Detective Comics, lá pelos anos 1930-40, o viés do detetive e suas investigações era a premissa da publicação. Tony S. Daniel no relançamento do Universo DC traz as origens a la Dashiell Hammett de volta ao título que apresentou o homem-morcego a posteridade.

A Panini Comics lançou um encardenado dos primeiros números da Detective Comics com Daniel a frente do título: Batman: Faces da Morte (Detective Comics: Faces of Death). Onde explora os cantos mais perturbados e sombrios de Gotham City para resolver um mistério sobre o misterioso desaparecimento do Coringa, o envolvimento do Mestre dos Bonecos (Dollmaker) e um perigoso esquema envolvendo o Pinguim. São 164 páginas, em mais um capa dura caprichado, com as histórias publicadas originalmente nas edições DC 1-7 New 52.

Antes visto com cautela e dúvida, Tony Daniel conseguiu apresentar um parâmetro que separa o que tinha feito anteriormente com o personagem e com o que fez nessa nova empreitada. A editora norte-americana dá a Daniel a chance de comandar um dos títulos mais célebres da casa, que apresentou diversos personagens, incluindo a lwgião de vilões do Batman. E surpreende com esse arco argumental, trazendo o Batman às origens de detetive, em um roteiro bem melhor desenvolvido, mais ágil, seguro e efetivo, com um desenho no qual reina uma narrativa visual mais atraente, coerente ao que estávamos acostumados, que também conta com a colaboração das cores de Ryan Winn. Considerado um artista mediano, para quem não conhece o trabalho de Daniel, nem poderá fazer essa comparação, pois o cara se superou em muito seus trabalhos anteriores.

Em relação a arte, o Daniel que fez Batman: A Batalha pelo Capuz pode ser esquecido, ois o que fez em Faces da Morte é revolucionário, pela mudança apresentada no traço, nos quadros e no cenário. Em alguns momentos sentimos Frank Miller a frente, e isso fez com que lesse o arco com muito carinho, é uma graphic novel de qualidade.

Um Batman mais jovem e consequentemente com menos experiência, que não compreeende o que acontece com o Coringa e especula com os leitores que tem anos de leitura das HQs do Batman, erros de raciocínio e no combate que o Cavaleiro das Trevas que conhecemos evitaria com facilidade é demonstrado, afrontando os fãs que poderiam explicar detalhadamente o que está ocorrendo para aquele jovem Bruce. A introdução de um Coringa demente, extremamente violento e sanguinário, e a estratégia de apresentar um novo vilão, o tal Criador de Bonecas, que está por trás de muito da venal moléstia do crime da cidade.

Uma narrativa crua, com monólogos bem clichês, mas que não atrapalham a leitura, com uma arte impecável e que faz do arco uma boa reforma do título e do cenário do Batman, mas não alterou muito do mito do detetive de antes. Recomendo.

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