Frontera Verde na Netflix vale o tempo?

Apesar da Netflix apresentar seu catálogo de forma repetitiva, insistindo em destacar as mesmas produções em diferentes navegações, acabei encontrando a minissérie colombiana Frontera Verde ao pesquisar por produções latinas.

A série apresenta a investigadora Helena Poveda (Juana Del Río) chegando de Bogotá na cidade La Manigua para investigar quatro assassinatos de missionários em meio a selva amazônica num estilo muito semelhante a série True Detective, que mistura suspense e misticismo enquanto uma trama macabra se vislumbra.

Em Frontera Verde o mistério começa com a descoberta que o cadáver da índia Ushe (Angela Cano) não tem sangue ou coração, levando Helena e os outros personagens envolvidos para uma esfera de mistério e sobrenatural.

Frontera Verde na Netflix vale o tempo? – Ambrosia

Como o desconhecido é sempre instigante, ao acompanhar a investigação de Helena somos envolvidos no mundo das tribos indígenas com pouco, ou quase nenhum, contato com a humanidade civilizada.

A partir do mote inicial, a narrativa da série se distribuí em diferentes momentos temporárias e aos poucos vai apresentando uma história sobre índios que caminham eternamente na mata e despertam o interesse de pessoas más que querem utilizar este conhecimento para seu propósito.

Até aí tudo legal, os problemas começam a surgir no desenvolvimento da trama ao longo de oito episódios que se tornam longos demais para o conteúdo apresentado.

No início da série a trama é bastante interessante e, aliada a linda fotografia, nos capturado e transporta para o leito do Amazonas, mas conforme a série avança começa a patinar na sua própria inventividade, se tornando um suplício de assistir.

Frontera Verde na Netflix vale o tempo? – Ambrosia

Até mesmo o antagonista da história, bem interpretado pelo ator Bruno Clairefond, em poucos episódios deixa de ser uma figura interessante para se tornar o típico canastrão de histórias em quadrinhos.

Segredos ocultos pela selva? Indígenas imortais? Nazistas remanescentes na Amazônia? Que falta faz um talento como Mike Mignola para contar uma história sobrenatural numa hora dessas…

Frontera Verde na Netflix vale o tempo? – Ambrosia

Os últimos três episódios de Frontera Verde tentam construir um climax para a série, porém nesta altura a história já abandonou o suspense para buscar o estilo Terrence Malick: a natureza é sábia e misteriosa ao passo que o ser humano e suas ambições são sempre prozaicos.

A série realmente se perde em seu caminho para vender aquela mensagem século XX que índios e a floresta poderiam salvar e mudar a humanidade com seus segredos. Motivações, personagens e a própria lógica são deixadas para dar conta de fechar a narrativa, realmente decepcionando quem se atreveu ir longe na Frontera Verde.

Frontera Verde na Netflix vale o tempo? – Ambrosia

Nota: 2.5 de 5 estrelas.

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