“Aliens: O Resgate” em onze curiosidades para saber tudo sobre o filme

Continuações são sempre inferiores aos originais, certo? Alguns filmes conseguiram quebrar essa regra. Além de “O Império Contra-Ataca”, “Aliens: O Resgate” é um dos principais exemplos citados quando o assunto é continuação superior ao original. Ainda que haja quem prefira o clima claustrofóbico do filme de Ridley Scott, é inegável a qualidade da sequência comandada por James Cameron.

Aliens está completando 30 anos em 2016 (estreou nos EUA em 18 de julho de 1986, e no Brasil, exatamente seis meses depois), e ganhará uma edição comemorativa em Blu-ray em setembro. O filme, inclusive, ganhou um painel na San Diego Comic-Con 2016, que reuniu o elenco. Aproveitando o aniversário (como gostamos muito de fazer aqui na Revista Ambrosia), vamos listar algumas curiosidades sobre o filme.

“Aliens” era uma alegoria para a Guerra do Vietnã

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O cinema americano nos anos 80 estava focado no revisionismo da guerra do Vietnã. Querendo dar ao filme, ambientado em um futuro distante, uma sensação mais realista (e um muito mais próxima da contemporaneidade), o diretor James Cameron (que, no ano anterior, escreveu o roteiro de Rambo II) usou a Guerra do Vietnã como um modelo.

Com os Space Marines representando os falcões conservadores norte-americanos do final dos anos 60 (usando o seu poder de fogo superior), Cameron retratou os xenomorfos com muitas das características dos vietnamitas, usando a paisagem a seu favor e os fuzileiros navais dependentes da tecnologia.

James Cameron disse ao Screenprism: “O seu treinamento e tecnologia são adequados para as especificidades, e que pode ser visto como análogo à incapacidade do poder de fogo americano superior de conquistar o inimigo invisível no Vietnã: um monte de poder de fogo e muito pouca sabedoria, e não funcionou.”

“Aliens” deveria entrar em produção logo após o lançamento de “Alien”

Aliens O Resgate

A produção de Aliens: O Resgate deveria, originalmente, ser iniciada logo após o lançamento de “O Oitavo Passageiro”. Contudo, discussões entre os executivos da Fox sobre a “necessidade” versus o “custo”, acabou gerando um impasse. Além disso uma ação foi movida contra a Fox pelos produtores de “Alien” no que diz respeito ao pagamento de lucros relativos ao original. O litígio só foi resolvido em 1983. Como tudo parecia acalmar, todos os principais envolvidos estavam prontos para tocar a sequência.

Escrita dinâmica

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No outono de 1983, os produtores de “Aliens” (David Giler e Larry Wilson) perguntaram a James Cameron sobre o seu interesse no desenvolvimento de uma continuação de “O Oitavo Passageiro”. Cameron, que já estava ocupado com o trabalho de pré-produção de “O Exterminador do Futuro”, gostou do que Giler e Wilson estavam vendendo e escreveu um tratamento de 45 páginas para a sequência proposta em apenas três dias! Contudo como os executivos da Fox não estavam tão ansiosos pelo lançamento, seu interesse no projeto diminuiu.

Durante uma pausa de nove meses na produção de “O Exterminador do Futuro”, Cameron deu um novo tratamento, transformando-o em um roteiro de 90 páginas. O script teve uma recepção muito mais favorável da Fox do que o tratamento inicial. Daí, o projeto recebeu oficialmente um sinal verde.

Sem Ripley

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A volta da tenente Ellen Ripley não era garantida no filme. Quando Sigourney Weaver soube da possível sequência, ela não tinha certeza se queria estar envolvida. Após o encontro com James Cameron, mudou de ideia rapidamente. A Fox, por outro lado, era muito mais difícil de convencer. Executivos eram contra a inclusão da atriz, por muitas razões, principalmente em relação ao pagamento.

Isso acabou forçando Cameron e sua então esposa, a produtora Gale Anne Hurd, a deixarem o projeto por completo. Eles saíram em sua lua de mel no Havaí, e quando o par voltaram para a Califórnia, a Fox e Sigourney Weaver tinham chegado a um acordo. Ela receberia US $ 1 milhão, para reprisar o papel de Ripley, além de uma percentagem dos lucros do filme. Em comparação com os US $ 33.333 recebidos no original, foi um aumento e tanto.

A equipe britânica não gostava de James Cameron

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A produção se iniciou no Pinewood Studios, na Inglaterra. A equipe do filme temeu que a juventude e inexperiência de Cameron colocasse a perder a visão de Ridley Scott. O maior problema de Cameron, no entanto, foi com o diretor de fotografia do original, Dick Bush.
Os dois brigaram constantemente, e houve uma séria divergência entre Bush e Cameron sobre a forma como deveria ser iluminada a colmeia alien. Cameron queria que fosse escura e agourenta. Bush, no entanto, continuou insistindo que o ninho tinha que fosse bem iluminado, capturando todos os detalhes. Bush acabou sendo demitido, e a equipe, em uma demonstração de solidariedade, abandonou o set. A produtora Gale Anne Hurd convenceria a tripulação a voltar, mas Adrian Biddle foi contratado para substituir Bush como diretor de fotografia do filme.

Os sets de “Aliens” foram aproveitados no “Batman” de Tim Burton

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Alguma semelhança entre a planta da Axis Chemical em “Batman” de 1989 e a colmeia em “Aliens”? Pois é. Além do Pinewood Studios, Cameron e companhia rodou parte do filme em uma usina desativada em Acton, Londres. A central eléctrica Acton Lane, como era chamada, serviria como a lua LV-426 em “Aliens”. Quando “Batman” iniciou a produção em outubro de 1988 (no Pinewood Studios, coincidentemente), a usina foi transformado no Axis Chemicals, onde o Coringa cai no ácido.

Peso pesado

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Dois veículos militares foram usados como inspiração para o tanque UD-4L Cheyenne: o helicóptero AH-1 Cobra e o caça F4 Phantom II. Esses veículos eram usados pelo exército americano na guerra do Vietnã, conflito que influenciou o conceito de Aliens. Cameron não estava satisfeito com o que os artista conceituais construíram e construiu ele mesmo um UD-4L, com espuma e plástico.

James Cameron criou ele mesmo o design na rainha Alien

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Cameron é conhecido por ser habilidoso com construções, e botar a mão na massa em na parte técnica. Além de construir ele mesmo o UD-4L, Ele também cuidou do conceito visual da Rainha Alien. Sem se afastar da influência H.R. Giger, ela é diferente de qualquer coisa vista no filme anterior. A Rainha Alien foi criada para ser o maior desafio da série.

Construído pelo mago de efeitos especiais Stan Winston, a criatura tinha mais de 4 metros de altura. Eram necessárias mais de 18 pessoas para operar: dois marionetistas dentro da roupa e 16 outras pessoas apenas para movê-la. Todas as cenas com a Rainha Alien foram filmadas em câmera, com apenas uma rainha em miniatura utilizada como um stand-in para tomadas mais complicadas.

A empilhadeira era para ser uma máquina quadrúpede

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Quem não se lembra da clássica cena em que Ripley usa a empilhadeira como armadura para lutar contra a Rainha Alien? Tratava-se na verdade, de um modelo que foi construído em torno do dublê John Lees, e era feito de fibra de vidro, PVC e alumínio. As garras da empilhadeira eram controladas eletronicamente por Lees, que era quem acionava as funções da máquina, deixando Sigourney Weaver apenas atuar. A ideia original de James Cameron foi vetada devido às suas semelhanças com outra máquina de quatro patas de outro filme de sucesso: o AT-AT de “O Império Contra-Ataca”. Em vez disso, a empilhadeira foi re-desenhada como uma máquina “bípede”. A versão original não foi simplesmente esquecida, aparece na literatura de Aliens.

Melhor Atriz

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Sigourney Weaver foi indicada ao Oscar de Melhor atriz pelo filme. Foi a primeira vez que uma atriz disputou o prêmio por um filme de ação.

Band of brothers

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No início do filme somos apresentados à equipe dos mariners. Na verdade essa foi a última cena a ser rodada. Cameron queria extrair do elenco uma camaradagem que só seria conseguido depois de estarem todos muito entrosado.

Leia também:

Cinema em Casa: Aliens – O Resgate

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