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“As Tartarugas Ninja: Caos Mutante” é uma adequada atualização da franquia

As Tartarugas Ninja, criação dos quadrinistas Kevin Eastman e Peter Laird são (e sempre serão) uma das franquias mais poderosas da cultura pop. Como tal, de tempos em tempos ganham reboots, seja na TV, nos games ou nos cinemas, justamente as três plataformas onde o quarteto de quelônios sempre pontuou alto. A histórias dos irmãos tartarugas mutantes, criados nos esgotos de Nova York por um rato, também mutante, que os ensina a arte do nijutsu, parece não perder o apelo para novas gerações e sempre consegue renovar o público. Ciente disso, a Paramount Pictures lança “As Tartarugas Ninja: Caos Mutante”, mais uma adaptação cinematográfica dos quadrinhos de Eastman e Laird, desta vez em versão animada, após os dois live actions produzidos por Michael Bay.

O filme acompanha as quatro tartarugas adolescentes mutantes, Leonardo, Raphael, Michelangelo e Donatello, que almejam conquistar o amor da cidade de Nova York, o que em sua condição peculiar, seria pouco provável. A oportunidade chega quando a cidade enfrenta uma ameaça mutante que, com a ajuda da aspirante a jornalista April O’Neil, eles veem a possibilidade de derrotar e serem laureados como heróis locais.

A direção de Jeff Rowe e Kyler Spear busca atualizar os heróis de meia concha para o estilo de animação que pega carona no que já pode ser considerado marco “Homem-Aranha no Aranhaverso” e que funcionou muito bem no excelente “A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas”, capitaneado por Rowe, com Spear como artista de storyboard. E o resultado foi bastante satisfatório, uma vez que o dinamismo inserido e o estilo gráfico se adequam perfeitamente à personalidade das tartarugas adolescentes skatistas, além de gerar conexão imediata com a garotada de hoje.

O roteiro, assinado por Rowe, juntamente com Seth Rogen (produtor da animação e que faz a voz de Bebop na versão original) e Evan Goldberg (responsável pelos scripts de “Superbad: É Hoje” e “Festa da Salsicha”), acerta em estabelecer um direcionamento para os mais novos, mantendo a essência da animação clássica e a dinâmica dos personagens que fizeram de Tartarugas Ninja esse sucesso perene. As referências são quase todas voltadas à nova geração – embora haja algumas citações pop para a turma da primeira leva de fãs, e outras bem sutis que só os fãs de primeiríssima hora irão pescar – e ainda assim não se desvencilham da velha fórmula. O teor e o timing do humor também são pensados para os guris, mas não aborrecem os mais velhos, que irão até se flagrar rindo em vários momentos.

A qualidade técnica da animação é imbatível, com uma renderização suave no 3D, movimentos bastante fluidos e uma paleta de cor que busca similaridade com diversas encarnações das tartarugas no audiovisual. E as cenas de ação, assim como em “Família Mitchell”, são frenéticas e empolgantes, mostrando o quão acertada foi a escolha do formato animado para a nova incursão dos quelônios no cinema.

Todavia, recontar a origem das Tartarugas Ninja, com pouquíssimas alterações, por mais que seja de de maneira dinâmica, pode cansar os já iniciados. O vilão Superfly foi uma grata novidade para as telonas, evitando a escolha óbvia do Destruidor, contudo, merecia ganhar um desenvolvimento tão bom quanto o dos protagonistas. E fica a questão: se o Splinter dessa versão é um rato que adquiriu características negroides na mutação, e não um asiático que se tornou rato, por que colocar Jackie Chan como dublador?

De qualquer forma, “As Tartarugas Ninja: Caos Mutante” é um acerto no propósito de atualizar a franquia, trazendo um frescor adequado para renovar o público sem desrespeitar os fãs mais velhos. Não é exagero dizer que essa é a melhor adaptação das Tartarugas Ninja para o cinema. Sem dúvida é a que menos claudica, justamente por ser uma animação, não se afastando assim de suas matrizes desenhadas, e também por não tentar reinventar demais a roda, como quis Michael Bay. Os adultos que forem levar os pequenos irão se divertir e os que forem sozinhos idem.

As Tartarugas Ninja: Caos Mutantes

As Tartarugas Ninja: Caos Mutantes
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Nota: 7/10 – Ótimo
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