Cultura colaborativa! Participe, publique e ganhe pelo seu conteúdo!

“Beleza Oculta” é o inferno das boas intenções

2017 mal terminou seu primeiro mês e já tem um dos, possivelmente, seus piores filmes. E num longa que, dada a potência de seu elenco e apelo catártico no trailer, prometia tanto. Estou falando do inacreditável Beleza Oculta, nova aposta do astro Will Smith.

Ele, obviamente, encontra-se num estágio em que faz a produção que bem entender. Depois do êxito absoluto em A Procura da Felicidade, o ator procurou se encaixar num nicho de “filmes edificantes”, onde a mensagem é quase tão importante quanto a dramaturgia. Bateu com os burros n’água no chato e pretensioso Sete Vidas, mas encontrou algum conforto no sóbrio Um Homem entre Gigantes. E agora, deu um salto mais ambicioso com essa produção do diretor David Frankel (queimando seu filme, para alguém que dirigiu O Diabo Veste Prada), narrando a vida de um grande executivo Howard (Smith), que perde sua filha de 6 anos e entra numa depressão profunda. Alheio a sua tudo o que envolve sua vida pessoal e profissional, ele passa a escrever cartas para a Morte, o Tempo e o Amor (!).

Numa manobra de seus amigos, esses destinatários se materializam em pessoas de verdade, que passam a dar lições de vida para o protagonista. Esses amigos e companheiros de escritório, Claire (Kate Winslet), Simon (Michael Pena) e With (Edward Norton) não veem outra alternativa que não seja afastá-lo por mal da posição de sócio majoritário, evitando assim perdas financeiras. De forma inusitada, Whit, acaba cruzando seu caminho com o Amor que se apresenta como Amy (Keira Knightley). Através dela, ele é apresentado a Brigitte (Helen Mirren) e ao Raffi (Jacob Latimore), respectivamente a Morte e o Tempo.

Sim, essa é a sinopse. O desavergonhamento do roteiro é tão impressionante, que esse plot – já por de mais absurdo – consegue se transformar em algo ainda mais pedestre no final. Claramente há uma tentativa de evocar os filmes natalinos de Frank Capra, mas o filme carece até mesmo de ingenuidade para tal.

O esforço de passar uma mensagem com metáforas infantiloides só borra a tentativa de um elenco que conta com nomes como Winslet e Mirren (tô até agora me perguntando o que as fez aceitarem perticipar dessa bomba), em entregar uma interpretação que valha. Até o próprio Smith, que é um ator sensível a cenas dramáticas, tem boas oportunidades (por isso a nota do filme aí embaixo é maior que 0), mesmo que seu papel se revele tão ingrato no estereótipo do herói angustiado à espera de uma lição de vida. Beleza Oculta é aquele tipo de filme que nos mostra o quanto a boa intenção pode ser cínica. Ou mesmo o quanto ela se revela tão medíocre.

Filme: “Beleza Oculta” (Colateral Beauty)
Direção: David Frankel
Elenco: Will Smith, Kate Winslet, Keira Knightley
Gênero: Drama
País: EUA
Ano de produção: 2016
Distribuidora: Warner Bros
Duração: 1h 37min
Classificação: 10 anos

Compartilhar Publicação
Link para Compartilhar
Publicação Anterior

Minecraft e autismo no emocionante “O menino feito de blocos”

Próxima publicação

Um giro pela loja Baratos da Ribeiro e sorteio de prêmios no Outcast 6!

Comentários 3
  1. Vou correr, alás Will Smith ta difícil, até o meloso drama “Em Busca da Felicidade” eu detestei, gostei das palavras, gosto da sinceridade, não vi, mas falou por mim, valeu!!!!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Leia a seguir