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“Divã a 2” e sua ruim derivação do derivativo

Divã a 2 nasceu da costela do sucesso literário/cinematográfico de Divã, aquele filme mediano, protagonizado por Lília Cabral e baseado no best-seller de Martha Medeiros.

O rejuvenescimento da proposta acabou se revelando uma péssima ideia até mesmo para perspectiva literária que deu início a essa espécie de franquia. Eduarda (Vanessa Giácomo) e Marcos (Rafael Infante) se casaram cedo e logo tiveram um filho. Dez anos de relacionamento depois, os dois decidem se separar e começam a viver a correr atrás do tempo (teoricamente) perdido, percebendo que conhecer pessoas novas e se relacionar é mais complicado do que imaginavam.

A direção de Paulo Fontenelle é equivocada em todos os sentidos, mas principalmente ao engendrar o universo de seu casal de forma um tanto caricata: Eduarda (numa atuação apática de Vanessa) é apresentada com uma caracterização grosseira de sua aparente personalidade ordinária (com falta de sutileza até em seu visagismo) e Marcos, pouco é desenvolvido para além da necessidade de contrapor o arquétipo típico de um casal em crise.

Assim, são inseridos coadjuvantes clichês (a amiga cômica como contraponto, interpretada por Fernanda Paes Leme), o interesse romântico galante, interpretado por Marcelo Serrado) que reforçam o tipo de cinema que o filme busca ser: um exemplar oportunista do que vem enchendo os cinemas brasileiros nos últimos anos, leia-se: comédias batidas e superficiais para digestão rápida e (quase) acéfala.

Divã a 2 poderia ser uma interessante comédia romântica que brincasse com os maneirismos da terapia de casal e afins. Faria até mais sentido como fragmento do filme anterior. Mas os interesses mercadológicos raciocinam mais rápidos que os artísticos. E assim, banaliza-se a noção de entretenimento. Mais uma vez.

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