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“Giovanni Improtta” fica abaixo da irregular média das comédias brasileiras

Não se subestima a caricatura. Essa deveria ser a palavra de ordem para muitos filmes brasileiros que se pretendem ser comédia. E foi pensando nisso que saí do cinema após ver o tenebroso Giovanni Improtta, primeiro trabalho de direção do ator e comentarista de CINEMA, José Wilker. Nenhuma matiz desse princípio é plenamente realizada.

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O longa acompanha o contraventor baseado em personagem homônimo criado pelo novelista Aguinaldo Silva, que ganhou fama nacional durante a exibição da novela Senhora do Destino, um sucesso absoluto em 2004. Estrelado por Wilker, a produção ainda conta com inúmeros coadjuvantes de luxo como Andrea BeltrãoMilton Gonçalves, Otton Bastos, Hugo Carvana, Paulo Goulart e Jô Soares. Giovanni deseja a todo custo entrar para a high society carioca e legalizar sua situação investindo no ramo dos cassinos. É traído, acusado de assassinato e, em vez de colunas sociais, passa a estampar as páginas policias. Para piorar, sua mulher ainda descobre que está tendo um caso e sai de casa com o filho pequeno.

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O problema (vital!) começa no roteiro, que é claramente esquizofrênico e não consegue estabelecer qualquer linha narrativa coesa entre seus personagens, que somem sem justificar seus sentidos. A “amante” do protagonista surge e some sem qualquer lógica. Os coadjuvantes estrelados (desperdiçando talentos como de Milton e Jô, por exemplo) são arquétipos farsescos mal engendrados no contexto.  Daí vem a direção irritantemente apática de Wilker, que parece estar realizando um burocrático (e mal feito) especial de TV. O que resta? Nada além da sensação de que um dos poucos personagens criados por Aguinaldo para novela, que realmente ganharia dimensão no cinema, é desperdiçado na mediocridade de uma comédia pastelão. Jamais esperaria um resultado desses de uma figura tão dita cinematográfica como o diretor, que como protagonista é sempre muito bom. Mas, para dirigir cinema e ainda querer evocar a caricatura (crítica ou não) é preciso ter bem mais que piadas sobre flatulências.

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