Heróis Reunidos: Liga da Justiça – A Era de Bronze

[Daniel Braga é nosso ilustre autor convidado]

Esta é a terceira parte da série de artigos “Heróis Reunidos: Liga da Justiça”, caso ainda não tenha lido as anterior, não perca mais tempo e confira “A Era de Ouro” e “A Era de Prata”.

A Era de Bronze (1970-1983) – Os Anos do Satélite

A transformação do final dos anos 60 e começo dos 70 estava baseada principalmente na consciência social. Ela era promovida muitas vezes nas Revistas em Quadrinhos em tom panfletário, mesmo que não fosse à intenção. O bom dos HQs é que mesmo informativo, acaba sendo sempre subversivo, fora do sistema de mídia. O público alvo é muito interessante, às vezes crianças ao lerem acabam aprendendo coisas de modo muito mais divertido e natural. Dennis O’Neil criava situações fantásticas onde apareciam essas questões sociais da época. Seu esforço era sempre utilizar os personagens, tentando não fazer nenhuma apologia, abordando esses temas. Além disso, a Era de Bronze repudiava, mesmo que de forma discreta, a reformulações e o surgimento de milhões ajudantes mirins da Era de Prata.

JLA #166
JLA #166

Em termos de Liga da Justiça (Justice League), ele e muitos outros jovens escritores trouxeram uma marca individual às histórias, assim como Mike Freedrich, um dos primeiros fãs a se tornar profissionais da DC. Dentro e fora das revistas os jovens dos quadrinhos buscavam emancipação e mais participação igualitária. Os contrastes das gerações marcavam tanto a ficção quanto a própria editora. De um lado estava Freedrich de camisetas estampadas e calças jeans enquanto o editor Julie Schwartz usava camisetas brancas sociais e gravatas. Julie queria trazer uma energia nova e para isso teve que lidar com esses “garotos estranhos”. Toda uma geração de novos roteiristas como O’Neil, Freedrich, Neal Adams e Len Wein eram mais sensíveis aos acontecimentos contemporâneos da época e também traziam uma grande diferença: um foco maior nas personalidades de cada super-herói.

Sem o Caçador de Marte (Martian Munhunter) e a Mulher-Maravilha (Wonder Woman), os membros fundadores juntos com o Arqueiro Verde (Green Arrow), Eléktron (Atom), Gavião Negro (Hawkman) receberam outros novos personagens como a carismática Canário Negro (Black Canary), o divertido Homem-Elástico (Elongated Man), o misterioso Vingador Fantasma (Phantom Stranger), o andróide Tornado Vermelho (Red Tornado), e finalmente o retorno da famosa Princesa Amazona. Se por algum tempo mantiveram-se em doze membros evitando heróis com poderes iguais, esse conceito foi formalmente extinto quando admitiram a Mulher-Gavião (Hawkwoman) em suas fileiras. Nesta época, faziam desafios e piadas sobre isso, com competições entre si, “rachas” entre Flash e Superman, ou Gavião Negro usando arco e flecha em combate. A mudança da política de “sem poderes duplicados” foi o que possibilitou a entrada mais tarde de Zatanna e do Nuclear (Firestorm), um jovem e famoso herói, sucesso de vendas na época.

Mas com certeza quem trouxe mais conflito para a Liga da época do satélite foi Steve Englehart, que era, no começo dos anos 70, um roteirista da Marvel Comics. Ao chegar a DC ele transformou a Mulher-Maravilha numa feminista super-liberal, mas completamente intolerante e cabeça quente, que chegava a ser quase antipática. Ela irritava todo mundo na Liga da Justiça com sua fúria feminista. Eléktron, o super-herói que encolhia cada vez mais, figurava um enorme complexo de inferioridade. Aquaman se portava literalmente como um peixe fora d`água (“vocês terrestres são loucos”), pois não havia muito o que ele podia contribuir à equipe com seus poderes e sua visão de mundo era completamente diferente. O Arqueiro Verde que sempre fora criticado por ser uma cópia misturada de Robin Hood com Batman, nas mãos de Neal Adams perde sua fortuna e se torna um herói cabeça-quente e de visão política de esquerda (bem parecido com sua “copia” em tema, o Gavião Arqueiro da Marvel) foi incorporado á Liga de Englehart, em contraste do que Adams dizia ser, por exemplo, do temperamento controlado e liberal do Lanterna Verde (Green Lantern). O Arqueiro de Adams, O’Neil e Englehart era a grande polêmica da Era de Bronze, sempre questionando as ações da Liga, atuando como sua consciência política. Além disso, passou a ter um romance com Canário Negro, o que o tornava ainda mais humano e próximo dos leitores. Ao mesmo tempo em que o desenvolvimento do personagem dava oportunidades de histórias magníficas dentro e fora da Liga, elas acabavam por serem pouco “comerciais”, não se mantendo no mercado.

GL & GA #85

Mais tarde Arqueiro e Lanterna co-estrelavam uma revista própria, discutindo assuntos da forma mais radical possível, com visões completamente diferentes, trocando suas ideologias entre si, um verdadeiro embate político e profundo questionamento sociocultural, inclusive a famosa e elogiada história que discutia um dos assuntos mais tabus da época: as drogas. Por ter se envolvido em sua cruzada política, o Arqueiro passa a ignorar suas funções como figura paterna de seu parceiro adolescente Ricardito (Speedy) e este, desorientado, acaba por se viciar em heroína. Sempre na vanguarda, Dennis O’Neil , que no começo tanto era contra os parceiros mirins dos membros da Liga, soube como ninguém torná-los capacitados de amadurecerem em seu desenvolvimento como personagens, uma atitude a frente de seu tempo. Esse ponto seria importante para, anos depois, tornar o reencontro do apagado grupo júnior da Liga, os Jovens Titãs (Teen Titans) da Era de Prata a estrela da DC durante quase toda a metade dos anos 80 e muitos anos seguintes.

Teen Titans 1
Teen Titans 1

Já nos desenhos, o grande artista que trabalhou em quase todos os números era Dick Dillin. Ele sabia como ninguém colocar as personagens em ação melodramática, de forma quase expressionista. Após sua morte, foi substituído por George Pérez em 82, época que a revista alcançou um enorme numero de vendas. Pérez vinha de dois grandes sucessos: Os Vingadores da Marvel no final dos anos 70 e os estreantes Novos Titãs em 1980. Em DC Comics Presents #28 juntamente com o fã de quadrinhos e nerd de plantão Marv Wolfman, Pérez dá alavancada na história dessa Liga júnior reformulada: Ravena (Raven), uma empata de outra dimensão havia pedido ajuda da Liga para enfrentar seu pai, o demônio extra-dimensional Trigon, mas é ignorada por Zatanna e os outros membros. Num ato desesperado, ela junta alguns dos então já quase adultos membros originais dos Titãs: Robin, Moça-Maravilha (Wonder Girl) e Kid Flash com o ex-membro da Patrulha do Destino (Doom Patrol), Garoto-Fera (Beast Boy, que troca o nome para Mutano – Changeling) e dois novos jovens heróis Estelar (Firestar) e Ciborgue (Cyborg).

Pérez passou a desenhar as duas revistas em 82, e retoma a segunda origem Liga em forma de flashback da Era de Bronze: os cinco membros originais lutam contra cinco alienígenas, se unem para derrotar um sexto e presenciam a queda do sétimo pelas mãos de Superman e Batman, formando por fim a equipe. A mesma revista ainda mostra o grupo da época do satélite tendo que lidar novamente com os já vacinados seres de Appellax, cientes das habilidades dos sete originais, e portanto a equipe se divide novamente de forma mais madura e organizada, juntamente com novos membros como apoio, contando com a arte final de diversos artistas então de todas as três eras dos HQs. Um verdadeiro clássico publicado aqui no Brasil na revista Super Amigos. Mas mesmo a magnífica arte de Pérez não seguraria o que estava por vir. As vendas da Liga começam a cair e em 1984, passam a perder de longe para as revistas da Marvel e para o novo cargo chefe da DC, os próprios Novos Titãs.

Um salto para a animação

A Liga da Justiça já tem 40 anos sua versão de desenho animado, seus personagens em histórias solos em desenhos menores, aparece realmente unida pela primeira vez nos anos 70 em um programa chamado Super Amigos. Eram versões simplistas dos personagens desenvolvidas para crianças de 3 a 6 anos de idade. Sua formula era bem parecida com a Gardner Fox, em que os personagens eram homogeneizados ao extremo, sendo quase sempre todos bastante permutáveis ao roteiro. Eram apenas instrumentos para contar a história. Se você não ouvisse as vozes e apenas lesse os diálogos soltos, muitas vezes seria difícil identificar quem falava. Eram todos estereótipos dos mocinhos e “pessoas legais”. Do tipo que se dá bem junto e no final dos desenhos ficavam em volta de si com suas mãos nos quadris rindo alto. Ao olhar aquele desenho, vemos de cara a diferença para a Liga animada contemporânea, que segue a noção de personalidades bem claras para as personagens e desperdício mínimo de arte. Há uma noção de simplicidade e energia. As histórias são mais elaboradas e as participações de outros heróis servem para desenvolver as personagens-chaves da animação. Quando iniciaram o trabalho, os animadores da Liga da Justiça tinham um mantra “Isso não é Super Amigos, isso não é Super Amigos”, mas quando viram a animação da abertura pela primeira vez com os heróis em pé juntos, pensaram “Ei, parece com os Super Amigos. Maneiro!” E perceberam que, mesmo com todas as limitações, no desenho Super Amigos havia uma boa integração, impregnadas de bons sentimentos e também uma certeza: As pessoas gostam de ver seus heróis de quadrinhos animados, gostam de vê-los ganharem vida.

Os Anos de Detroit (1984-1987)

JLA #244
JLA #244

E então no final dos anos 70, mais uma vez, os super-heróis ficaram grandes demais e logo voltaram a cair, como no final da Era de Ouro. Marvel e DC se voltavam para o mercado, fazendo revistas de kung-fu e monstros de terror. No começo dos anos 80, após a queda de vendas da Liga, Pérez e Wolfman seguram seus Titãs com unhas e dentes. Após o enorme sucesso dos Anos do Satélite com os traços de Pérez, quase ninguém fala da subseqüente Liga da Justiça de Detroit de 1984. Nesse período Aquaman desfez a equipe de até então e a recompôs sobre seu comando com o Caçador de Marte ao seu lado em algum depósito em Detroit, Michigan nos EUA. Esse é o mais baixo período da equipe de vendas e popularidade. Flash sai de cena, em crise com as mortes suscitavas de duas noivas pelas mãos de seu arquiinimigo Dr. Zoom, o Flash Reverso. Canário Negro também sai do time por ter perdido sua mãe e em solidariedade com ela, sai seu namorado Arqueiro Verde. Hal Jordan havia sido expulso da Tropa dos Lanternas Verdes.

Eram então os menos famosos Aquaman , Caçador, Zatanna, Homem- Elástico e um bando de caras que ninguém conhecia – Novos heróis nitidamente criados para serem representantes de minorias que tanto a Liga da era de Bronze se empenhou para proteger e tão adolescentes quanto os bens sucedidos Novos Titãs: Cigana (Gypsy), Vibro (Vibe), Vixen e Gládio (Steel) estavam no lugar da tríade Superman, Batman e Mulher-Maravilha. Era também, de uma certa forma, copiar o que fora feito com os Vingadores no passado, quando o Capitão América substituiu os personagens pesos-pesados e legais por personagens medianos.

JLA #250
JLA #250

As vendas então caíram drasticamente. Queriam fazer com que a equipe fosse mais de gente comum, algo que parecesse mais acessível ao público. A Liga, que havia ficado durante um bom tempo em órbita em um satélite, foi trazida de volta a Terra, ganhar sua humanidade perdida ao entrar em contato com o homem comum. A idéia era aumentar o contato do grupo com as pessoas do mundo normal e poderia ter sido uma ótima idéia para época, mas as histórias retratavam Vibro, um latino norte-americano, ex-membro de gangues das ruas Detroit, de forma tão estereotipada quanto fora o Snapper Carr de Gardner Fox. Vixen, apesar de ser uma mulher negra e possuir uma origem mística bastante interessante já não era nenhuma novidade: John Stewart, o Lanterna Verde negro que nesta época estava ativo no lugar de Hal Jordan há tempos, havia sido criado há mais de dez anos, assim como o Arauto dos Titãs da Costa Leste e a Marvel possuíam uma galeria muito maior de heróis afro-descendentes, principalmente Tempestade. E como se igualar ao sucesso do famoso Ciborgue, o herói negro dos Titãs? O personagem ficou tão popular que entrou para o desenho dos Super Amigos na sua ultima versão ao lado de Nuclear. Eram eles que os fãs queriam ver no grupo, e não os desconhecidos.

Apesar de Gládio ter sido criado como uma autocrítica a cultura imperialista e ao exagero patriótico estadunidense, na superfície acaba por parecer uma cópia ruim do Capitão América ou de qualquer herói norte-americano com do mesmo tema. As histórias não conseguem vencer esse bloqueio de clichês, tanto dos leitores quanto dos próprios roteiristas. Logo Aquaman abandonou o time e o Caçador assumiu a liderança, depois os heróis da época do satélite começaram a debandar e o foco das histórias, como já se anunciava, começou a ser, cada vez mais, nos novos personagens. Nem com a eventual volta de Batman no numero 250 a “Liga da Justiça de Detroit” voltou ao seu antigo patamar.

Em 1986 com o evento Crise das Infinitas Terras, o primeiro evento a englobar todos os personagens de uma editora, super-heróis de diversos mundos paralelos se reuniram para combater um mal comum, o vilão Anti-Monitor, que queria destruir o multiverso. Esse épico acabou por mostrar a DC o quanto a fórmula da Liga de Detroit não havia funcionado: Os fãs não queriam ver apenas personagens medianos em coisa grandes como eram as ameaças no nível da Liga. Logo após a Crise, todos os personagens foram reformulados de uma forma ou de outra, direta ou indireta, e a Liga foi extinta, com a morte de Vibro e Gládio nas mãos de um antigo inimigo do grupo de pesos pesados. Era o prenúncio de uma segunda grande saga chamada Lendas, em 87, que reuniriam os grandes heróis do reformulado Universo DC e a revista da Liga foi cancelada. Mas por pouco tempo.

Liga da Justiça Internacional (1987-1996) – Do melodrama para a comédia

JL #1
JL #1

Mais uma vez a Liga evolui. Logo após se reunirem em Lendas, vários heróis sentem novamente a necessidade de se juntarem em um grupo para compartilhar suas forças. Então J.M. DeMatteis, Keith Giffen e Kevin Maguire começam a revista de novo do numero 1, com atitude bem mais irônica. Ninguém nunca havia visto nada parecido em HQs antes. Ninguém havia se arriscado tanto, especialmente com um grande produto como a Liga da Justiça, muitos inclusive foram contra de transformar a Liga em comédia, era de fato uma aposta imensa sem garantias de sucesso.

Os heróis se reuniram apenas com o nome Justice League (sem “of America”): Batman, Canário Negro, Besouro Azul (Blue Beetle), Capitão Marvel (Captain Marvel, Shazam), Sr. Destino (Dr. Fate), Caçador de Marte, Senhor Milagre (Mister Miracle), Guy Gardner, o novo Lanterna Verde Pós-Crise e a nova Dra. Luz (Dr. Light, uma cientista japonesa homônima de um vilão com os mesmos poderes luminosos) em cenas hilariantes. Depois receberam ainda o Gladiador Dourado (Booster Gold), que teve que provar em combate ser digno do grupo.

E então uma nova reviravolta: um enfoque menos norte-americano e mais globalizado faz a Liga se torna Internacional. Saem Destino e Marvel e entram a brasileira Flama Verde e a finlandesa Dama de Gelo (que mudam seus nomes para Fogo e Gelo – Fire e Ice) vindas de um grupo de heróis de vários países chamado Guardiões Globais que acabara de ser desfeito, mais ainda os novos heróis Capitão Átomo (Captain Atom) e o Soviete Supremo (Rocket Red). O primeiro Soviete na verdade era um andróide infiltrado da mega-saga dos Caçadores da DC, robôs traidores criados originalmente como defensores das galáxias pela mesma raça de alienígenas que depois criaram os anéis dos Lanternas Verdes, os Guardiões de Oa. Depois o russo Dimitri Puskin, que já havia em números anteriores lutado contra a Liga e agora era um aliado. O grupo passa a ser acessorado pela figura do empresário Maxwell Lord III, um aproveitador que aos poucos vai se tornando mais humano e essencial para o time.

JLI #7
JLI #7

O sucesso da nova Liga mundial foi imenso e imediato e a coisa toda gerou vários rumos para a equipe nas histórias. Ainda advindos de uma reformulação iniciada no Pós-Crise, em que define novos rumos e personalidades para os seus personagens. Superman se torna mais humano e menos poderoso que sua versão Era de Prata, com muito mais responsabilidades para com sua identidade secreta. O artista e roteirista John Byrne decide transformar Krypton num planeta estéril e excessivamente cientifico, e resolve manter seus pais adotivos, os Kent, vivos mesmo na sua fase adulta. Clark tem uma relação mais afetuosa, íntima e humana com todos seus coadjuvantes e bem menos próxima com os demais heróis da DC. Sua amizade de longa data, destruída na premiada minissérie futurista Cavaleiro da Trevas de Frank Miller chega ao fim também na reformulação. Clark e Bruce discordam totalmente em seus métodos, portanto nunca poderiam ser “super amigos”. Batman alias, sensacionalmente reformulado por Miller e David Mazzuchelli, é considerado em sua origem como um vigilante criminoso, caçado pela polícia de Gotham. Como um personagem assim poderia formar uma equipe de heróis? A Diana de George Pérez só viria ao mundo dos homens como embaixadora de seu povo muito mais tarde, quando muitos dos heróis já estavam estabelecidos como protetores do mundo e demoraria a entender a sociedade patriarcal.

A estratégia da editora era reviver seus heróis de sua origem, para lhe dar força num mercado altamente competitivo, especialmente seus personagens clássicos. A tríade não poderia nunca andar unida nesse momento, cada um tinha que brilhar solitária para voltar a ganhar forma. Foi por isso que dois dos criadores da Liga cômica resolvem recontar como a Liga da Justiça da América original é formada, com o mesmo tom de humor: Sai Diana, entra Dinah Lance, a Canário Negro.

A história se dá da mesma forma, impermeada gagues e piadas (“Tinha que ser amarelo?”). Cinco heróis combatem sozinhos cinco ameaças alienígenas, mas quando se deparam contra a sexta são a principio derrotados. Unindo seus poderes, viram o jogo, mas quando partem para o Ártico mal conseguem vislumbrar um Superman sozinho limpando suas mãos despreocupamente após ter polido o Homem-Diamante. O ocupado Homem-de-Aço parte para um novo trabalho antes que Canário consiga chamar sua atenção. Mesmo assim, os cinco resolvem se unir e a Liga é formada. Superman é posteriormente convidado a conhecer a caverna dos cinco membros, mas recusa o convite de fazer parte da equipe, se tornando um membro honorário, como na época da Sociedade nos anos 40. Apesar de financiar secretamente o grupo como o milionário Bruce Wayne, Batman só iria entrar bem mais para frente. Hal seria o representante público da equipe e Barry o líder informal, explorando ao máximo sua capacidade criativa de empregar os diversos poderes dos membros em ação. Então no final dos anos 80 haviam gerado quatro derivados: Liga da Justiça Europa com a volta de vários membros fundadores para a equipe e novos membros como Poderosa (Power Girl), Homem-Animal (Animal Man)e finalmente a deslocada Mulher-Maravilha. A Liga da Justiça Internacional seguia o que já havia sido feito por DeMatteis , Griffen, Maguire e agora também Adam Hughes e até Liga da Justiça Antártica com vilões cômicos ao lado de um Lanterna Verde alienígena canino apatetado, Gnort, depois surgindo três spin-offs: Liga Justiça Europa (Justice League Europe) Liga da Justiça: Força Tarefa (Justice League: Task Force) e mais tarde Justiça Extrema (Extreme Justice).

JL Antartica
JL Antartica

Os personagens evoluíram muito nos anos 80 até a metade dos 90: O Besouro Azul (primeiro herói de outra editora, Charlton Comics, a ser introduzido à DC) era um cara de bom coração mas marginalizado como um herói menor e o Gladiador Dourado (primeiro herói criado Pós-Crise) tinha vindo do futuro começar vida nova como aventureiro, pois havia sido expulso do século 25 e quando esses dois se juntaram sob uma jogada de marketing chamada “o Azul e o Dourado”, alimentando o potencial de encrenca um do outro, acabam pegando o dinheiro da Liga e investindo em um cassino em uma ilha no pacífico. São punidos por Maxwell Lord, tendo de fazer tarefas domésticas nas embaixadas e ganhar todo o dinheiro perdido de volta.

O Caçador de Marte começou a se humanizar, adquirido um gosto por biscoitos de chocolate com recheio de baunilha e piadas sutis que muitas vezes deixavam os membros do grupo sem saber quando estava falando sério ou não. Até Batman se arrisca a fazer uma piada. Mas apenas uma, sem mencionar o clássico “Um Murro” no Guy Gardner.

O gibi acabou ficando mais cômico e as histórias eram pura diversão em vez de aventuras de super-heróis. E como qualquer fenômeno, ele seguiu seu curso, Giffen e DeMatteis saíram da revista original para a equipe européia e depois para longe do grupo totalmente, e por anos outros roteiristas tentaram manter a coisa viva, algumas vezes sem muito sucesso. A piada já não era tão engraçada quanto antes. O impasse no meio dos anos 90 era esse, a coisa já não era tão nova: o que fazer para que a Liga da Justiça fosse, de novo, uma coisa única, algo que ninguém tivesse visto. A resposta foi: trazendo de volta os setes originais em um único grupo.

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Comentários 6
  1. Na verdade, o soco do Batman não foi a piada, e sim ele chamar o Bezouro Azul de Sulo quando mandou que ele decolasse com sua nave, o Inseto. Até mesmo os membros da Liga estranharam a piada. Ficou uma metalinguagem. Mas o soco do Batman no Guy foi definitivamente divertido.

  2. Hehehehe, legal também, nos proximos quadros, a Canário dizendo que perdeu ver isso, e o Besouro limpando as lentes (ou os olhos) dizendo ainda “Um soco…

  3. O texto não fala que o “Um soco” é a piada.
    Leia novamente:
    Mas apenas uma, sem mencionar o clássico “Um Soco” no Guy Gardner.
    “sem mencionar” indica que a piada era outra coisa que não o “Um soco”. Uma piada, “sem mencionar” (além de) o “Um soco”.

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