Lucas Bezerra constrói ponte entre sertão e litoral no EP “Transito”

Natural de Crato, no sertão do Ceará, e atualmente no Rio de Janeiro, o cantor e compositor Lucas Bezerra une seus universos musicais no EP de estreia “Transito”.

As canções seguem um fio narrativo que conecta a um saudoso passado e um futuro cheio de possibilidades. Além da canção já revelada, o EP conta com “Alumínios de Cristal”, “Prece a Xangô” e a faixa-título – nesta última, surge o vocal potente de Juliana Linhares, que além do recente álbum “Nordeste Ficção”, faz parte da banda Pietá – e versam desde as origens do artista até os caminhos e jornadas que o trouxeram até aqui. Passando por Orós, sul do Ceará, e por João Pessoa, na Paraíba, Lucas Bezerra chegou ao Rio de Janeiro onde dá prosseguimento às suas atividades musicais.

Após procurar aulas de violão, chegou ao cantor, compositor e pesquisador musical Arthus Fochi, desenvolveu em parceria suas próprias músicas e passou a compor o catálogo de artistas do selo Cantores del Mundo, gerido por Fochi. Seu primeiro single, “Café” (em parceria com Arthus), foi lançado em maio de 2020. Em dezembro passado lançou “Andarilho”. Agora, “Transito” completa seu universo musical.

“É meu EP de estreia. As quatro faixas possuem como fio condutor o movimento entre sertão e litoral. É esta a narrativa do trabalho, que faz referência aos vai-e-vens de minha vida, às fontes nas quais procuro beber na poesia e na música. ‘Transito’ de certo modo me apresenta, mas o desejo é o de que, com ele, sertanejos e praieiros se identifiquem por meio das paisagens, ritmos e letras que dão unidade ao trabalho”, resume Lucas.

“Prece a Xangô”, parceria com Arthur Dantas, idealiza um tempo melhor para a humanidade. “Transito”, assinada com Arthus Fochi, passeia entre paisagens, ritmos e referências múltiplas. “Alumínios de Cristal” homenageia a mãe do artista e, por fim, o single “Andarilho” propõe dançar as idas e vindas da vida.

“Meu desejo era o de construir uma sonoridade que misturasse o aboio e o barulho das ondas, a poeira quente e a maresia; que explorasse o que há de belo, o que há de contraditório e, principalmente, o que há de potente em duas partes tão autoexplicativas do Brasil. Para flertar com este fim, a referência privilegiada em matéria de poesia foi João Cabral de Melo Neto. É realmente impressionante, admirável demais, o modo como ele transita entre sertão e litoral em sua poesia. Já em matéria de música, procurei encontrar abrigo em algumas entre muitas expressões artísticas dos lugares de onde venho. Do tido como tradicional e do contemporâneo, de Luiz Gonzaga a Totonho e os Cabra. Na faixa que dá título ao EP menciono explicitamente essas referências”, entrega Bezerra.

Fruto de uma campanha de financiamento coletivo e gravado de forma remota ao longo de 2020, “Transito” chega aos serviços de streaming com clipe para a faixa-título, também com participação de Juliana Linhares.

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