Música brasileira e cena pop baiana em “Movimento” no novo EP de Jalmy

Depois de divulgar alguns singles que anunciavam o lançamento da sua carreira solo, o soteropolitano Jalmy concretiza e entrega “Movimento”. Projeto, guiado por 6 faixas já disponíveis em todas as plataformas digitais, é marcado pela produção eletrônica, beats, loops e samples que chegam para construir um repertório capaz de envolver e mostrar, ao lado da já conhecida expressividade do artista no violão, influências da música pop, preta, baiana e todas as suas ressonâncias.

Nas reflexões, diretas ou não, um apontamento sobre o quanto os sentidos, as histórias, as cenas, os corpos, os sexos, as sexualidades e a vida se transformam e, sobretudo, podem e devem ocupar outros e importantes espaços.

Com arranjos assinados pelo próprio Jalmy em parceria com Paulo Mutti, “MOVIMENTO” é para o corpo e pista. Para ouvir de galera e também dançar no chuveiro.

“Esse EP é o que ouço, busco e o que me balança. Tem a minha energia, o que me faz caminhar e inspira. De fato, me traduz. Aqui, assumo o protagonismo”, ressalta o cantor já conhecido por trabalhos como no duo B.A.V.I. e Samba do Vai Kem Ké.

No repertório, completamente autoral, ‘Aquela Hora do Ano’ é um pagodão para falar das festas de largo, sol quente da praia e noites do verão em Salcity. Em ‘Rede Quente’, um convite ao afeto, para ouvir com aquele crush ou amor de uma vida inteira. Tem climinha de xote misturado com um reggaeton bem lento. A ‘Chamego Love’ tem título autoexplicativo. Na sequência, ‘Homem’ aborda a necessidade da pauta masculinidade tóxica sair do discurso superficial que muitos se apropriam, apenas reforçando o status quo. ‘Nada Normal’, com levadas de samba rock e samba chula, é uma crítica ao termo fortemente reproduzido na primeira fase da pandemia, o tal “novo normal”. Por fim, ‘Sabor Do Samba’ faz uma reverência ao samba e principalmente ao samba duro, vertente que nasceu nas ruas de Salvador e que Jalmy pôde vivenciar quando criança, nos arrastões pelo bairro do I.A.P.I.

Nas participações especiais desse registro, os conterrâneos Aiace e Cuper. Fazendo o coro, as sambadeiras Dinha Dórea, Rafaela Mustafá e Julinha Carvalho. Nas percussões acústicas, Tólucas e Lomanto Oliveira. ‘MOVIMENTO’ nasce em parceria com o selo Benzzamusic.

FAIXA A FAIXA ASSINADO POR JALMY 

AQUELA HORA DO ANO


Uma das primeiras músicas que compus para este EP. Tinha que estar presente, porque falar do verão e viver as tradições e movimentações que acontecem nessa época do ano em Salvador faz parte da minha criação, da minha história, mas também da minha trajetória enquanto músico. Da festa de largo na rua ao sol quente da praia, passando pelas noites do verão em Salcity, tudo  com seus sons, dores, cores, sabores e feito de gente. Então não podia começar o Ep e falar disso sem meu pagodão.

REDE QUENTE 

O tempo se estica em Rede Quente. Com o beat no balanço preguiçoso de uma rede, na lembrança de um xote, com um reggaeton bem lento, é que a canção chama quem for, seja aquele afeto, aquele crush, aquele amor da vida inteira ou só da estação, pra ficar junto, se aquecendo e fazendo o que der na cabeça e no desejo, porquê alguns encontros deixam a vontade do reencontro. Nessa música a voz de Jalmy chega mais melosa, pra arrochar ainda mais quem está junto, e aproximar quem está só na vontade.

CHAMEGO LOVE

Ainda em tempos tão incertos, as vezes a única certeza que temos é de querer estar com aquela pessoa e mesmo vivendo com conexões virtuais tão intensas, o vínculo, o afeto, o desejo, só vai ser consumado no encontro concreto. Mesmo que não falem a mesma língua, o encontro de duas pessoas que se desejam vai desenrolar o entendimento de outras formas.

HOMEM 

A letra de Homem já começa se dirigindo aos caras, além de pedir licença com uma ressalva: “tudo que digo não dito…” porque não tem a pretensão de estabelecer uma verdade e nem inaugurar uma discussão, que por sinal já vem sendo reivindicada há muito tempo. Falar dos males da masculinidade tóxica precisa sair de um lugar comum, um discurso superficial que por sinal muitos homens se apropriam, apenas reforçando o status quo. Os homens (hétero, cis) precisam se organizar e entender suas possibilidades de transformação, e principalmente, de ação, porque a mudança precisa continuar e a urgência é pra ontem.

NADA NORMAL

Da saudade do calor humano, do desejo e da esperança dos encontros nasce Nada Normal. É uma crítica ao termo fortemente reproduzido na primeira fase da pandemia, o tal “novo normal”. Jalmy fala sobre a necessidade de estar perto:”Gente precisa de gente por perto”. O single traz muito forte o violão com levadas de samba rock e samba chula como ponto de partida. “Esta música traz minha personalidade no violão, o balanço que coloco em minhas produções e o olhar reflexivo sobre a realidade”, conta.

SABOR DO SAMBA

Uma reverência ao samba e principalmente ao samba duro, vertente que nasceu nas ruas de Salvador e que Jalmy pôde vivenciar quando criança, nos arrastões pelo bairro do I.A.P.I, mas também na carreira profissional, na direção musical e vocais do grupo Samba do Vai Kem Ké. Um movimento com muita energia de rua e encontros, “que tira o sossego do corpo” como diz a letra e contagia.

 

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