“O Reino Escondido” impressiona pelo seu visual, mas trama não empolga

Um dos criadores do estúdio de animação Blue Sky, Chris Wedge marcou o seu gol de placa em 2002 ao realizar o primeiro filme da série “A Era do Gelo”, que se tornou um grande sucesso mundial. Depois, ele também dirigiu o divertido “Robôs” (2005) e foi o produtor executivo das continuações de “A Era do Gelo”, “Horton e o Mundo dos Quem” (2008) e “Rio” (2011), do brasileiro Carlos Saldanha. Agora, Wedge está de volta à cadeira de direção com “O Reino Escondido” (“Epic”), no qual também colaborou com o argumento. Pena que esse novo trabalho é o mais fraco, em termos de roteiro, da Blue Sky até hoje.

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O filme conta a história de Maria Catarina (dublada no original por Amanda Seyfried e por Luisa Palomanes na versão em português), uma jovem que só gosta de ser chamada por M.C. e que vai passar uma temporada na casa do pai, o Professor Bomba (voz de Jason Sudeikis em inglês e Murilo Benício, estreando na dublagem). Ele é um cientista meio distraído que está tentando provar há anos que existem seres muitoo pequenos que vivem na floresta onde mora. Só que ninguém, especialmente M.C., acreditam nele.

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Mas tudo muda quando, num passe de mágica, a garota é transportada para o mundo dos Homens-Folha, um grupo de protetores do meio ambiente. Ela acaba convivendo com os habitantes deste mundo diferente e se torna a protetora do botão de rosa da rainha Dara (Beyoncé Knowles / Miriam Fischer), cobiçado por Mandrake (Christoph Waltz / Mauro Ramos), líder dos Boggans, um povo que vive nas trevas. Ele deseja ficar com essa flor especial para, finalmente, conquistar a floresta. Com a ajuda do bravo guerreiro Ronin (Colin Farrell / Daniel Boaventura), do rebelde e inconsequente Nod (Josh Hutcherson / Sérgio Cantú), da lesma Mub (Aziz Ansari / Phillipe Maia) e do caracol Grub (Chris O’ Dowd /Marco Ribeiro), M.C. faz o possível para impedir que o botão de rosa caia em mãos erradas ao mesmo tempo em que tenta voltar para casa.

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A animação mostra que a Blue Sky continua a aprimorar a sua técnica com suas belas e meticulosas imagens, tão realistas quanto da sua “rival”, a Pixar. A floresta mostrada em “O Reino Escondido” é bastante convincente, assim como as terras escocesas que aparecem em “Valente”, por exemplo. Além disso, merecem destaque as cenas de batalhas entre os Homens-Folha e os Boggans, que ficam ainda mais interessantes para quem for assistir o filme em 3-D. Pena que só a excelente computação gráfica não seja suficiente para tornar o filme realmente bom. A trama é cheia de clichês ecologicamente corretos e, às vezes, até didática demais. Ela pode até causar interesse entre as crianças bem pequenas, mas aos expectadores um pouco mais crescidos e aos adultos, tende a se tornar até enfadonha, por não trazer uma verdadeira emoção, como nos filmes da Pixar.

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Outro problema em “O Reino Escondido” está em seus personagens, que não são muito carismáticos. A dupla formada por Mud e Grub, por exemplo, não é tão engraçada quanto deveria ser e a rebeldia de Nod soa tola e forçada. Não dá nem para torcer por ele quando rola um clima entre ele e M.C. Salva-se, no entanto, a relação entre Ronin e a Rainha, que é mais interessante. Infelizmente, os dois aparecem pouco tempo juntos na tela. Outro ponto positivo está no vilão Mandrake, que está bem caracterizado com sua capa que o faz se assemelhar a um morcego assustador. Mas isso é pouco para diminuir a decepção.

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No fim das contas, “O Reino Escondido” é indicado apenas para quem quer curtir uma simples sessão da tarde, sem se incomodar de já ter visto esta história antes e de ter sido mais interessante anteriormente. Mas, provavelmente, não era essa a intenção de Chris Wedge e sua equipe. Fica para a próxima vez.

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