“Oz: Mágico e Poderoso” encanta com a profundidade de um placebo

O Mágico de Oz, lançado em 1939 e inspirado na série de livros da Terra de Oz feita por L. Frank Baum é um dos filmes mais importantes da cinematografia mundial. Eis que a Disney (mais uma vez) e o diretor Sam Raimi resolveram entrar na milionária onda de refilmagens de clássicos consagrados, sendo que pelo recorte de um prequel da história conhecida. Raimi, que vem de experiências riquíssimas na ótima trilogia Homem Aranha e no honesto Arraste-me para o Inferno parece, aqui, fazer concessões não só a indústria como um todo, mas também às tendências que o gênero já está desgastando. O que resulta no mediano Oz: Mágico e Poderoso.

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No caso, Oz seria o apelido para Oscar Diggs (James Franco), um picareta mágico de um circo itinerante, que depois de entrar em um balão, acaba sendo levado por um furacão para a mágica terra de Oz, que acaba de perder seu rei e tem o trono agora disputado por duas bruxas. Uma delas é a perversa Evanora (Rachel Weisz) e a outra é a bondosa Glinda (Michelle Williams). Há ainda Theodora (Mila Kunis), que se apaixona por Oz mas tem seu coração partido pelo falso mágico e acaba se transformando na famosa Bruxa Má do Oeste. Segundo uma profecia proferida pelo pai de Glinda antes de morrer, um mágico surgiria para livrar a Cidade das Esmeraldas da mão de Evanora, e todos acreditam que o tal salvador é Oz.

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Não é que a superprodução seja propriamente um filme ruim. Sua suntuosidade é acachapante e consegue evocar um cinema de esmero e valor afetivo, e digo isso para além de seu início em preto e branco: a visualidade conseguida é um recurso de linguagem brilhante que Raimi consegue imprimir. O problema todo é que Oz não passa de um filme banal. No máximo (ou mínimo?) uma variação sofisticada (?) de Alice no País das Maravilhas e A Fantástica Fábrica de Chocolate. Se vende como gênese de um clássico, mas apresenta uma história (mal roteirizada, por sinal) que poderia ser qualquer coisa. Mesmo tendo um clímax final até emocionante, fica a sensação de enganação e muito barulho por nada. É de se espantar que um diretor do porte de Sam Raimi caia nessa banalidade. Talvez tenha sido corrompido pela traquinagem de seu protagonista.

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