"Podres de Ricos" e a volta da (realmente) boa e velha "Sessão da Tarde" – Ambrosia

"Podres de Ricos" e a volta da (realmente) boa e velha "Sessão da Tarde"

Sabe aqueles filmes despretensiosos e previsíveis que as décadas de 80 e 90 sabiam fazer tão bem? Pois bem, parece que o século XXI, muito ensimesmado com sua revolução digital, não soube lidar com esse nicho. Até que de vez em quando surgem uns respiros assim, como o ótimo Podres de Ricos.
Sim, aquelas comédias (invariavelmente) românticas que a gente já sabe praticamente todo o enredo, quais as estratégias dramáticas e cômicas e exatamente como vai terminar, mas mesmo assim, a gente se diverte como se fosse a primeira vez.
Baseado no best-seller (inclusive aqui no Brasil) Asiáticos Podres de Ricos, de Kevin Kwan, o filme mostra a professora universitária Rachel Chu(Constance Wu, ótima) e seu namorado Nick Young (Henry Golding) que resolvem embarcar para Singapura para o casamento do melhor amigo do rapaz. O que Rachel não sabe é que Nick faz parte de uma das famílias mais influentes da Ásia. E ainda é o solteiro mais cobiçado do clã, representada pela matriarca Eleanor Young (Michelle Yeoh, sempre um prazer vê-la em cena), que logo vê na protagonista uma ameaça ao plano de Nick herdar os negócios imobiliários da família.

Por mais previsível que esses filmes adoravelmente possam ser, existe um fator que é propriedade com que jogam com seus clichês. John Hughes e P. J. Hogan, diretores de clássicos como Clube dos Cinco e O Casamento de Meu Melhor Amigo sabem disso. Por mais lugar comum que, estruturalmente essas produções possam evocar, o frescor vem sempre da personalidade que eles terão de tirar de seus universos.
Com um elenco todo asiático, o diretor Jon M. Chu pega a fórmula e personaliza através da sua cultura, em seus maneirismos, e na boa sacada de ambientar na excentricidade milionária de uma Singapura já tão excêntrica. Essa soma de representatividade, aliado a expertise Chu, que já dirigiu diversos filmes de ação e um documentário de Justin Bieber (!), ou seja, entende a dinâmica persuasiva de uma equação entre roteiro esperto com edição dinâmica, fazem do filme o barato que é.
Até a trilha é cheia de personalidade, com versão de músicas americanas (como “Yellow” do Coldplay) para o chinês.
O filme equilibra muito bem sua premissa romântica (a cena da cerimônia de casamento é de uma delicadeza impressionante) com sua sustentação cômica (a presença da atriz e rapper Awkwafina, recentemente vista em Oito Mulheres e Um Segredo, é um ganho hilário) e resulta num exemplar típico dessas décadas que ficaram lá trás.
Os novos tempos trouxeram a consciência da diversidade. Que traga consigo também a noção de que a despretensão bem construída rende bons filmes e resultados (o longa rendeu mais de 200 milhões de dólares).

Cotação: 4/5

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