Batman e Mulher-Gato entraram em guerra pelo futuro de Gotham City. A Mulher-Gato tem à sua disposição um exército de capangas que querem levar uma vida melhor longe das sombras de seus ex-chefes. Tudo o que ela precisa agora é de alguém que os treine para serem melhores no crime. Entra Capuz Vermelho (Red Hood), cuja experiência como anti-herói o torna o candidato ideal para o cargo.
Escrito por Matthew Rosenberg com arte de Nikola Čižmešija e Rex Lokus e letras de Troy Peteri, Batman/Catwoman: The Gotham War – Red Hood #1 (Batman/Mulher-Gato: A Guerra de Gotham – Capuz Vermelho #1) foca na ovelha negra da Família Morcego e na razão pessoal pela qual ele se envolveu em Batman e Mulher-Gato: guerra.
Batman/Catwoman: The Gotham War – Red Hood #1 segue Capuz Vermelho enquanto ele persegue um ex-capanga do Coringa em Gotham. Antes que ele vá longe demais, a Mulher-Gato aparece para intervir – e oferecer uma proposta a Jason. A Mulher-Gato quer que ele a ajude a treinar os capangas que ela abrigou sob seu teto. A história vai até os dias atuais, onde Capuz Vermelho mergulhou totalmente em seu novo papel como sargento instrutor da Mulher-Gato. A maior parte da edição se concentra em seu tempo treinando dois novos recrutas, Bash e Simpson. Jason Todd ensina tudo, desde roubo de carros até artes marciais, e quando chega a hora, ele os coloca à prova. Mas ele nunca perde de vista o seu verdadeiro objetivo: encontrar o Coringa.
Na luta entre o bem e o mal, os capangas sempre se tornam bucha de canhão para os vilões ou sacos de pancadas para os heróis. O escritor Matthew Rosenberg lhes dá nomes e os torna pessoas reais com problemas subjacentes. É aqui que Capuz Vermelho entra em cena em Batman/Catwoman: The Gotham War – Red Hood #1. A perspectiva única de Jason sobre a criminalidade faz dele o contraponto perfeito para explorar os rostos desconhecidos por trás da atividade criminosa de Gotham. Embora seja uma pena que a narrativa baseada no enredo de Rosenberg não deixe a história permanecer no mesmo lugar por muito tempo, os diálogos prolixos dão conta dessa tarefa. Às vezes, eles expõem ou revelam sentimentos profundamente enraizados em personagens como Jason, que normalmente são mais reservados com seus pensamentos. Tudo isso ajuda a tornar o livro bastante dramático, especialmente porque os punhos e os terrores aparecem com mais destaque no final da edição.
A arte de Nikola Čižmešija eleva o aspecto teatral do quadrinho. Embora a ação seja rara na questão, as chances de Jason dar socos são tão ferozes que deixam para trás imagens residuais, quase como uma cena de um anime. A natureza estilizada das linhas ousadas de Čižmešija não apenas aprofunda esse sentimento, mas a tinta pesada também adiciona uma energia ousada ao livro. Os olhos vermelhos brilhantes de Red Hood no fundo escuro são uma escolha estética inspirada do colorista Rex Lokus. As cores complementam as sombras nos painéis e iluminam os assuntos no ângulo certo para mais dramaticidade. Até as cartas de Troy Peteri tentam imitar a tinta e aparecem no verso dos personagens como um momento de lâmpada, apenas ameaçador.
A HQ é como uma história de fantasmas onde o passado paira no alto como um espectro. Jason usa seu passado para se alimentar em seu objetivo obstinado de acabar com o Coringa, e ele não se importa com quem machucará ao longo do caminho. Rosenberg também destaca o outro extremo do espectro da história, dando corpo a um elemento tipicamente esquecível das histórias do Batman. Ao contrário do Capuz Vermelho, Bash se sente oprimido por suas memórias, seu passado abusivo sob o Espantalho provando ser demais para lidar.
A dicotomia faz o leitor sentir-se por capangas como Bash e zombar do comportamento de Jason, uma inversão de papéis que funciona bem no contexto do livro – especialmente à medida que as motivações de Jason se tornam mais claras. Batman/Catwoman: The Gotham War – Red Hood #1 pode ser uma pequena parte de um arco de história maior, mas tem mistério e drama suficientes para manter a atenção.
Artigo original de Sayantan Gayen, tradução livre.