Surviving the Aftermath, sobrevivendo após o fim do mundo

Quando abordamos os jogos em perspectiva isométrica, geralmente encontramos duas variantes bem diferentes: os de estratégia ou aqueles de RPG mais clássicos. Combinar os dois não é uma tarefa fácil, mas Surviving the Aftermath consegue pegar elementos de ambos os gêneros, criando uma estrutura interessante onde a reconstrução do mundo como o conhecíamos é o nosso objetivo.

A recorrente estética pós-apocalíptica vem a calhar para enquadrar uma campanha que vai muito além de atingir marcos urbanos, contando principalmente com bons textos carregados de antecedentes e história que cativam, tornando-se um bom motivo para seguir em frente em Surviving the Aftermath.

Além dessa história principal, o título usa eventos frequentes nos portões de nosso assentamento que não apenas dão dinamismo à progressão, temperando de decisões que testam nossa liderança, mas muitas delas acabam tendo consequências inesperadas. Ajudar um assentado que pensa ter encontrado uma solução para fazer roupas mais rápido ou repreender algumas crianças de nosso assentamento por roubar pranchas da preciosa e escassa madeira que extraímos são alguns exemplos desses eventos.

A verdade é que o impacto dessas decisões nem sempre será o mesmo e, às vezes, recusar-se a ajudar os necessitados pode acabar se transformando em um conflito armado do qual podemos sair muito mal em termos de danos na infraestrutura, ou perdas de capital humano. Surpreende que o número desses eventos seja muito grande, repetindo-se muito poucos deles ao final da campanha completa, que demora mais ou menos dez horas para concluir.

Surviving the Aftermath, sobrevivendo após o fim do mundo – Ambrosia

A jogabilidade em Surviving the Aftermath pode ser dividida em dois aspectos muito específicos: o gerenciamento de nossos povoamento e a exploração do mundo por meio de especialistas. De início devemos nos concentrar primeiro na administração do nosso enclave, construindo estruturas cada vez mais complexas, gerenciando recursos muito limitados, como madeira, metal ou cimento.

Para quem é regular no gênero, é como o gerenciamento ter obstáculos relacionados a obter seus recursos. Aqui, em Surviving the Aftermath temos o elemento sorte que ambienta e altera substancialmente o ritmo do jogo. Em certos momentos, o progresso não segue como queremos.

Escassez é a tônica do jogo

A escassez de matérias-primas é um dos problemas que devem ser enfrentados em Surviving the Aftermath, mas certamente não é o único. Teremos que manter nossa população feliz, proporcionando-lhe condições higiênicas de vida, opções de lazer e promovendo a natalidade dentro do nosso assentamento.

Os nossos cidadãos estão expostos a condições muito adversas, como radiações que teremos de eliminar, ondas de frio e calor, e até chuvas de meteoros. Cada um desses eventos envolve uma série de cuidados especiais. Colheitas antes da geada, aquecer casas quando tudo está nevando ou dobrar o suprimento de água quando as temperaturas são sufocantes são apenas alguns exemplos de eventos que exigirão mais atenção do jogador.

Surviving the Aftermath, sobrevivendo após o fim do mundo – Ambrosia
A mecânica pode acontecer no início de seu assentamento, como também quando a população está estabilizada e os recursos estão bem administrados. Além disso, temos as invasões e ataques tanto da fauna local quanto de outras facções.

O cenário pós-apocalíptico de Surviving the Aftermath é algo que não convence em termos de jogabilidade. O cenário até é claro para o contexto narrativo, entretanto a estética suja e enferrujada de seu mundo, o game abusa demais dessa paleta de cores e os designs muito parecidos entre si, atrapalha no reconhecimento da evolução de muitos os edifícios.  Não será muito perceptível devido às limitações do mundo em que estamos.

Pudemos experimentar diferentes modos de dificuldade e customização é bastante perceptível quando optamos, para citar um exemplo, por ter um mundo onde os recursos são muito escassos ou priorizar a pesquisa e o progresso sobre o bem-estar dos nossos cidadãos. Embora Surviving the Aftermath não seja um título muito longo, essas possibilidades de personalização, juntamente com os eventos secundários, tornam atraente jogá-lo mais de uma vez.

Os especialistas

Personagens essenciais para progredir a árvore do conhecimento do jogo. São eles que vão sair, representados por uma espécie de mapa de campanha dividido em áreas que desconhecemos até as que explorarmos. Ali poderemos encontrar suprimentos como medicamentos, ferramentas ou agasalhos e, acima de tudo, pontos científicos, que usaremos para levar nosso assentamento ao próximo nível.

Surviving the Aftermath, sobrevivendo após o fim do mundo – Ambrosia
Esses especialistas também podem atuar em nosso acampamento, sendo um recurso muito eficaz para coletar recursos, caçar animais ou nos defender de ameaças rapidamente. No entanto, eles dão o seu melhor fora dos muros do nosso assentamento. Existem vários tipos, existem guerreiros, buscadores ou cientistas. Cada uma das classes tem uma maior predisposição para realizar uma determinada ação, possuindo mais pontos de ação por turno, mais resistência ou maior velocidade de extração dependendo de seus diferentes perfis.

Surviving the Aftermath, sobrevivendo após o fim do mundo – Ambrosia

É interessante a maneira como podemos achá-los, desenvolvê-los, construindo narrativas e até mesmo criando novos assentamentos

Conclusão

Surviving the Aftermath é um título de construção de cidades que mistura bem sobrevivência, gerenciamento de recursos e elementos pop-up. Seu mapa de campanha e o progresso vinculado aos especialistas são o melhor de um jogo que pode se tornar um pouco chato em alguns momentos específicos, devido aos gargalos causados ​​pela falta de alguns recursos no meio da campanha. Sua dificuldade adaptável ao gosto do jogador é bastante convidativa. No entanto, há facetas que exigiriam um pouco mais de cuidado, como a gestão de cidadãos ou eventos climáticos, que podem acabar sendo completamente inconsequentes. Um bom jogo em seu gênero.

Disponível para PC (via Steam e Epic Store), Xbox One e Nintendo Switch.

Nota: Muito Bom – 3.5 de 5 estrelas

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